Forças Armadas Plano dos EUA para combater Estado Islâmico é insuficiente
O ex-chefe do
Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), general Valença Pinto,
considerou hoje que o plano norte-americano de três anos para combater o
Estado Islâmico (EI) é insuficiente e que a resposta será "dura e
lenta".
Mundo
Lusa
17:00 - 12 de Fevereiro de 2015 | Por Lusa
O antigo comandante das Forças Armadas portuguesas, que
falava à agência Lusa no final da apresentação do livro "Memória do
Instituto da Defesa Nacional (IDN)", afirmou que o envolvimento de
países com interesses muito divergentes no combate ao EI, como os
Estados Unidos, o Irão, o Iraque, a Turquia, a Síria ou a Jordânia é um
das principais condicionantes.
"Do ponto de vista militar a contradição é mais manifesta, porque o
que temos no terreno é uma coligação contranatura, de partes opostas,
que eventualmente convergem para objetivos muito limitados e de curto
prazo mas que não são espontaneamente convergentes na visão de longo
prazo", observou o general, depois de ter proferido um discurso sobre
estratégias de combate ao EI.
Questionado sobre o pedido do presidente norte-americano, Barack
Obama, ao Congresso para uma ofensiva militar, Luís Valença Pinto
considerou que "três anos não vão ser suficientes no terreno".
"Percebe-se que perante o desgaste [das missões] no Iraque e no
Afeganistão haja pouca disponibilidade para empenhamentos prolongados,
em particular naquela parte do mundo (...) falta ver como é que depois
se conseguirá levar a liderança política e a opinião pública
norte-americana à necessidade de mais tempo", alegou.
Na quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos pediu o apoio do
Congresso no combate ao EI, numa declaração que não estabelece limites
geográficos nem contempla operações terrestres e que deverá servir de
base legal à ofensiva em curso.
O também ex-presidente do IDN notou que "o EI tem feito sentir que é
um ente com paciência estratégica", que "pode aceitar derrotas e depois
recuperar e regenerar-se" e a comunidade internacional é "de uma forma
geral" muito orientada para a apresentação de resultados em prazos de
tempo limitados.
Na sua intervenção no auditório Câmara Pina, no IDN, o ex-CEMGFA
disse que o crescimento exponencial deste movimento 'jihadista' foi
"muito agravado" pela saída dos Estados Unidos do Iraque e pelas "opções
reiteradas" de exclusão da maioria muçulmana sunita, designadamente
pelo ex-primeiro-ministro iraquiano Nouri al-Maliki.
"É certo que o terreno da exclusão é um pasto fantástico para a
construção de radicalismos", aliado à "situação de ausência de poder e
caos generalizado na Síria, à miopia de todos os parceiros relevantes,
em particular dos EUA e da Turquia", referiu Valença Pinto.
copiado http://www.noticiasaominuto.com/mundo/
Nenhum comentário:
Postar um comentário