República
Desde que o Brasil saiu da Monarquia, em 1889, muitos presidentes não terminaram mandatos
PUBLICADO EM 26/07/15 - 03h00
Lucas Pavanelli
Golpe, renúncia, impeachment e deposição são palavras comuns no cenário
político brasileiro. Desde a década de 30, uma série de episódios
ilustra essa instabilidade política.
A partir da redemocratização, em meados da década de 80, o primeiro
presidente eleito por voto direto após a ditadura militar, Fernando
Collor de Mello, sofreu impeachment, renunciou no meio do processo, mas,
mesmo assim, teve os direitos políticos cassados por oito anos. De lá
para cá, aventou-se tal possibilidade nos governos Fernando Henrique
Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Agora, o tema volta à pauta quando
se aborda o futuro da presidente Dilma Rousseff (PT).
Especialistas afirmam que a crise política atual guarda semelhanças com
a que viveu Collor. Para Antônio José Barbosa, professor do
Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB), além de um
escândalo de corrupção que envolve o governo, outra semelhança é a
relação conflituosa entre Executivo e Legislativo – que também esteve
presente nos governos Jânio Quadros (1961) e João Goulart (1964). “No
presidencialismo brasileiro, quando a Presidência se vê sem apoio no
Congresso, a crise passa a ser evidente. Em alguns casos, pode culminar
com a queda do próprio governo”.
No entanto, golpes ou deposições, frequentes entre as décadas de 30 e
80, não têm espaço hoje, de acordo com o professor de ciência política
da Unicamp Valeriano Costa. “A partir da década de 80, não ocorreram
mais rupturas institucionais. Foi o funcionamento das instituições, por
exemplo, que levou à renúncia de Collor. Foi o primeiro teste da
democracia brasileira, e foi bem- sucedido. Ele saiu, voltou e não houve
ruptura nenhuma. Hoje, ainda estamos num ambiente de institucionalidade
plena”, opina.
Histórico. Desde
a Proclamação da República (1889), o país coleciona episódios
controversos que envolvem uma lista grande de políticos que não
concluíram seus mandatos ou sequer chegaram a assumir, mesmo eleitos.
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