Dilma compara intolerância vivida no Brasil com o nazismo Presidente participou de encontro com artistas e intelectuais nesta quinta-feira

 Dilma compara intolerância no Brasil com nazismo

Presidente recebeu o apoio de artistas e intelectuais durante o ‘encontro em defesa da democracia’, no Palácio do Planalto
Dilma compara intolerância vivida no Brasil com o nazismo
Presidente participou de encontro com artistas e intelectuais nesta quinta-feira

por Catarina Alencastro, Eduardo Barretto e Simone Iglesias

31/03/2016 12:25 / Atualizado 31/03/2016 16:37

Dilma compara intolerância vivida no Brasil com o nazismo - Givaldo Barbosa / Agência O Globo

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BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff subiu o tom no discurso para artistas e intelectuais contra o impeachment no Palácio do Planalto e comparou o clima de intolerância vivido no Brasil atualmente ao nazismo. Ela criticou a médica gaúcha que deixou de ser a pediatra de uma criança porque sua mãe é petista e afirmou que as pessoas não devem ser marcadas pelo que pensam. Dilma argumentou que os brasileiros nunca tiveram "esse lado fascista".

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- Outro dia, uma pessoa me disse que isso parece muito com o nazismo. Primeiro você bota uma estrela no peito e diz: é judeu. Depois você bota no campo de concentração. Essa intolerância não pode ocorrer - disse Dilma, sob aplausos.
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A presidente apelou para o feminismo, ao afirmar que as mulheres não são frágeis, e que ela, especialmente, não é frágil e que é uma honra ter nascido mulher. A argumentação foi feita, ao dizer que há dois motivos que alimentam os que querem o "golpe": primeiro a consciência de que o processo de impeachment carece de consistência e, por isso, surgem pedidos para que ela renuncie e, em segundo lugar, pelo fato de ela ser mulher.

- Acham que as mulheres são frágeis. Nós de fatos somos sensíveis, mas não somos frágeis. Há diferença entre uma coisa e outra. Não somos frágeis. Ninguém que cuida da família, cuida de filho, ninguém que trabalha, ninguém que cuida da família é muito frágil. Então eu sei que a mulher brasileira não é nada frágil. Eu honro o fato de ser uma mulher e ter nascido aqui no Brasil - discursou.

Dilma voltou a expor o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que deflagrou o processo de impeachment, dizendo que ele só deu início ao pedido de impeachment porque "o governo se recusou a participar de qualquer farsa na comissão de ética que o julgava."


Nesse segundo ato em uma semana pela "defesa da democracia e da legalidade", o governo pretende consolidar a bandeira de que o impeachment é golpe e angariar mais seguidores em torno dessa linha.

- Não se negocia aspectos da democracia. Nós sabemos que ela é um valor para todos nós aqui, que ela é fundamental para preservar, garantir e defender esse país, para fazê-lo um país de todos os brasileiros e brasileiros. Essa unidade que nós aqui construímos em torno do "não vai ter golpe" vai ser uma das pedras fundamentais da retomada do crescimento e da reconstrução de uma sociedade melhor - discursou.

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Dilma começou sua fala, de meia hora, relembrando do tempo em que, ao lutar contra a ditadura militar, ficou na prisão. Na semana passada, a presidente reuniu mais de 400 juristas no Planalto, quando recebeu manifestos de apoio à legitimidade de seu governo.

Participaram do evento, entre outros, Beth Carvalho, Letícia Sabatella, Osmar Prado, Sérgio Mamberti, o escritor Fernando Morais e a cineasta Anna Muylaert, do filme "Que horas ela volta?".

Dilma participa de encontro com artistas e intelectuais no Palácio do Planalto - Divulgação / Palácio do Planalto

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