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30/03/2016 - 02:00
Silala é um manancial, diz Evo Morales na fronteira boliviano-chilena
AFP / AIZAR RALDES
O presidente da Bolívia, Evo Morales, em La Paz, no dia 28 de março de 2016
"Viemos ver novamente as águas nesta região do Silala para demonstrar, mediante os meios de comunicação, ao mundo inteiro que não se trata de um rio internacional, mas que as águas que saem dos 'bofedales' (nr: zonas úmidas) são mananciais", declarou aos comunicação locais e estrangeiros que o acompanharam na visita.
As águas do Silala - que, segundo o governo, fornecem gratuitamente 180 litros por segundo a empresas chilenas como Chuquicamata, a maior mina de cobre a céu aberto do mundo - se tornou um novo ponto de controvérsia, pois La Paz anunciou que levará Santiago à Corte Internacional de Justiça (CIJ) de Haia.
Na CIJ, onde a Bolívia apresentou outra demanda contra o Chile para obter uma saída soberana ao mar, a qual perdeu em uma guerra no fim do século XIX, será gerida a restituição de direitos sobre o Silala, embora o governo de Michelle Bachelet disse que a rejeitará.
Na segunda-feira, a presidente Bachelet anunciou que o Chile também vai recorrer à justiça para resguardar seus direitos", confirmando uma postura antecipada pelo chanceler Heraldo Muñoz, que durante o fim de semana exibiu mapas antigos para avaliar a postura chilena.
Entre cachoeiras e áreas úmidas, Morales disse que se evidenciam olhos d'água e vertentes que emanam de território boliviano e que, mais abaixo, são canalizados para direcioná-los ao território chileno.
"Verificamos que foi canalizado; são canais artificiais, mais abaixo há tubulações que vão para o Chile", assegurou o presidente, que pediu aos governantes chilenos para "dizer a verdade".
Ele ratificou que a Bolívia comparecerá, ainda sem data informada, ao tribunal internacional, apesar de o Chile arguir que um tratado de paz e limites de 1904 definiu o afluente como um rio internacional, de vazão sucessiva e natural.
No entanto, a Bolívia alega que em 1908 as ferrovias chilenas pediram autorização à Bolívia para fazer canais artificiais no manancial, permissão que já expirou.
Morales também pediu o acompanhamento de organismos internacionais como Unasul e Celac para verificar a validade da reivindicação boliviana e anunciou que o Ministério das Águas fará um estudo para obter uma informação técnica sobre o afluente e seus usos.
copy http://www.afp.com/pt/
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