Mobilização maciça em França contra revisão de leis laborais

Mobilização maciça em França contra revisão de leis laborais

Milhares de cidadãos franceses manifestaram-se hoje em várias cidades do país, por vezes com violência, contra uma revisão do Código do Trabalho que acusam de favorecer a precarização, agravando o braço-de-ferro com um poder socialista já fragilizado.

© Reuters
Mundo Protesto  POR Lusa

 Entre 390.000 pessoas, segundo as autoridades, e 1,2 milhões, de acordo com os sindicatos, saíram à rua -- ou seja, bastante mais de numa jornada de ação semelhante realizada a 09 de março (entre 200.000 e 450.000 pessoas, segundo as mesmas fontes).

Fortalecidos por esta adesão ao protesto, os sindicatos que exigem a retirada do projeto de lei, anunciaram novas greves e manifestações para os dias 05 e 09 de abril.

A dimensão da mobilização é um mau sinal para o Governo socialista e para o Presidente, François Hollande, fragilizados pela oposição de uma parte dos eleitores de esquerda a esta reforma, a 13 meses das próximas eleições presidenciais.

A polícia deteve mais de uma centena de pessoas à margem das manifestações em Paris e noutras cidades, entre as quais Rennes e Nantes (oeste), Rouen, (noroeste), Toulouse (sudoeste) e Lyon (centro-leste), e respondeu com gás lacrimogéneo a projéteis atirados por jovens de rosto tapado, na maioria dos casos. Treze polícias ficaram feridos.

Esta jornada de contestação social, marcada também por greves, ocorre um dia após um grande revés político para Hollande: na quarta-feira, viu-se obrigado a abandonar, por falta de consenso político, um projeto de revisão constitucional anunciado após os atentados de Paris, a 13 de novembro de 2015.

A greve afetou sobretudo os transportes públicos, com apenas um em cada dois comboios regionais e três em quatro composições do metro parisiense a circular. Os transportes aéreos também sofreram perturbações, devido a uma greve dos controladores de tráfego.

A revisão do Código do Trabalho destina-se a tornar mais flexível o mercado laboral, garantindo ao mesmo tempo as carreiras profissionais dos trabalhadores, num país onde o desemprego atinge 10% da população e as pequenas e médias empresas hesitam em contratar.

O projeto de lei prevê, nomeadamente, reforçar a negociação dentro das próprias empresas, sobretudo quanto à gestão do tempo de trabalho e clarificar as regras de despedimento por motivos económicos.

Perante os protestos dos sindicatos dos trabalhadores, para grande desgosto das entidades patronais, o Governo desistiu finalmente das medidas mais criticadas, como a definição de um limite máximo para indemnizações por despedimento ilícito.

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