Três países europeus investigam redes jihadistas Corte Europeia rejeita recurso apresentado pela família de Jean Charles

    • 30/03/2016 - 16:50

      Três países europeus investigam redes jihadistas



      (Arquivo) Bélgica, França e Holanda seguiam investigando as ramificações das redes jihadistas na Europa após os atentados em Bruxelas e um ataque frustrado em Paris
      Bélgica, França e Holanda seguiam investigando nesta quarta-feira as ramificações das redes jihadistas na Europa após os atentados em Bruxelas e um ataque frustrado em Paris.
      Na capital belga, sede das instituições europeias, o aeroporto internacional, cuja área de desembarque foi devastada por um duplo atentado suicida, permaneceu fechado nesta quarta-feira. É esperada durante o dia uma decisão sobre sua eventual reabertura parcial.
      O retorno à normalidade continua sendo difícil na capital belga, como ilustra o serviço do metrô, também atingido por uma bomba, cuja circulação seguiu nesta quarta-feira limitada. O conselho nacional de segurança considerou prematura uma mudança no serviço.
      Os atentados mais violentos na Bélgica em décadas deixaram 32 mortos e 340 feridos, 94 dos quais continuam hospitalizados. Na noite de terça-feira 49 pessoas continuavam em cuidados intensivos. Todas as pessoas mortas foram identificadas. Entre elas há 17 belgas e vítimas de 13 nacionalidades.
      A investigação sobre os atentados em Bruxelas, reivindicados pelo grupo Estado Islâmico - que também assumiu a responsabilidade pelos atentados de Paris de 13 de novembro nos quais 130 pessoas morreram - se concentra no principal suspeito em fuga.
      A polícia busca o "homem do chapéu", que aparece gravado pelas câmeras de segurança junto a dois suicidas do aeroporto de Bruxelas e que deixou uma mala com uma carga explosiva antes de desaparecer.
      Os investigadores têm agora um falso nome, já que encontraram as impressões digitais de um Naim al Hamed em uma casa de Bruxelas de onde os três suicidas partiram em direção ao aeroporto e onde foram encontrados explosivos.
      Os investigadores se perguntam se este misterioso suspeito é o terceiro atacante do aeroporto ou outro que está em fuga.
      Nova operação policial na Holanda
      Naim Al Hamed estava em contato com Salah Abdeslam, suspeito chave dos atentados em Paris detido na capital belga em 18 de março depois de quatro meses em fuga.
      Na quinta-feira a justiça belga terá uma audiência na qual tratará a ordem de prisão europeia de Abdeslam emitida pela França, que pede sua extradição.
      O procedimento pode ser rápido. A pessoa que se acredita que seria o único sobrevivente dos comandos de 13 de novembro estaria de acordo para ser extraditada.

      (Arquivo) O presidente francês, François Hollande, em Bruxelas, no dia 18 de março de 2016
      Por sua vez, o presidente francês, François Hollande, anunciou nesta quarta-feira que renuncia à reforma constitucional que propôs após os atentados de 13-N e que incluía a possibilidade de retirar a nacionalidade dos autores de atentados.
      Em paralelo a esta investigação franco-belga, outro caso coloca em evidência as ramificações europeias das redes jihadistas. Trata-se do projeto de atentado "em estado avançado" que Paris disse ter frustrado na semana passada na França.
      A detenção preventiva do principal suspeito, o francês Reda Kriket, terminará nesta quarta-feira. Está detido há seis dias.
      Na Holanda, a justiça, que deteve um suposto cúmplice de Kriket, o francês Anis B, cuja extradição é exigida pela França, deve se pronunciar nesta quarta-feira sobre uma eventual acusação de três homens detidos no domingo em Roterdã.
      Na noite de terça-feira, a polícia holandesa realizou outra operação policial nesta cidade portuária do oeste do país, mas terminou sem prisões, anunciou a procuradoria holandesa.
      Em Bruxelas, a justiça deve decidir se mantém em detenção outros dois homens acusados, dois argelinos vinculados a Kriket, Abderrahmane Ameroud e Rabah M., de 38 e 34 anos, respectivamente, mas a audiência foi adiada para 7 de abril, anunciou a procuradoria federal.
    30/03/2016 - 16:30

    Corte Europeia rejeita recurso apresentado pela família de Jean Charles



    (Arquivo) "Nós exigimos a verdade e justiça pelo assassinato de Jean Charles de Menezes" diz o cartaz levantado por um manifestante em Londres, Inglaterra, no dia 22 de setembro de 2008
    A Corte Europeia de Direitos Humanos (CEDH) rejeitou nesta quarta-feira o recurso apresentado pela família de Jean Charles de Menezes, o brasileiro morto por engano pela polícia britânica que o confundiu com um terrorista em 2005, duas semanas após os atentados de Londres.
    O tribunal considerou que a justiça britânica conduziu "uma investigação efetiva" sobre sua morte, ainda que "nenhum policial envolvido" no caso tenha sido processado penalmente.
    "As autoridades do Reino Unido não falharam na sua obrigação (...) de levar adiante uma investigação sobre a morte de Jean Charles", consideraram 13 dos 17 juízes da Grande Câmara, a autoridade suprema da Corte, cujas decisões são finais.
    A família do jovem contestava o tratamento judicial deste erro trágico que resultou na morte de Jean Charles: nenhum policial foi processado individualmente, uma vez que a procuradoria considerou não haver provas suficientes para tal.
    O caso, que ocorreu num contexto de perseguição terrorista após os atentados suicidas nos transportes públicos de Londres em 7 de julho de 2005, causou indignação na Grã-Bretanha.
    Duas semanas após os atentados que mataram 56 pessoas, incluindo os homens-bomba, e deixaram mais de 700 feridos, bombas não detonadas foram encontradas em estações de metrô e um ônibus.
    A polícia, no encalço de dois suspeitos que residiam no mesmo endereço que Jean Charles de Menezes, matou por engano o eletricista de 27 anos após a descoberta das bombas, em 22 de julho.
    Ao entrar metrô para seguir até o trabalho, o brasileiro foi baleado várias vezes na cabeça por homens das forças especiais convencidos de que se tratava de um homem-bomba prestes a cometer um novo ataque.
    Uma prima da vítima recorreu à Corte Europeia dos Direitos Humanos.
    "Neste caso, um homem completamente inocente foi deliberadamente executado por agentes do Estado", recordou na audiência, em junho de 2015, o advogado da requerente, Hugh Southey. De acordo com ele, os agentes que abusam do direito de matar devem "ser responsabilizados".
    Se os policiais envolvidos no caso não foram processados individualmente foi porque a procuradoria considerou que eles estavam "convencidos" de que lidavam com um homem-bomba, explicou a representante das autoridades britânicas, Clare Montgomery.
    "Foi por esta razão que eles decidiram que tinham que matá-lo o mais rápido possível", observou.
    E, apesar de a procuradoria renunciar a processos individuais, mostrou-se "muito crítica" quanto a ação policial, processada "como um todo" e condenada a pagar uma grande multa, insistiu.
     copiado  http://www.afp.com/pt/

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