Empresários pagam anúncio pró-golpe. Que não tem voto tem dinheiro, e vice-versa
Na coluna de Jorge Bastos Moreno, em O Globo, a notícia de que
“lideradas pela Fiesp, centenas de entidades da indústria, comércio,
serviços e agricultura assinam e publicam amanhã – dia da reunião do...
Na coluna de Jorge Bastos Moreno, em O Globo, a notícia de que “lideradas pela Fiesp, centenas de entidades da indústria, comércio, serviços e agricultura assinam e publicam amanhã – dia da reunião do PMDB que vai decidir pelo rompimento com o governo – nos principais jornais do país anúncio de sete rodapés sequenciais duplos defendendo o “impeachment já”.
Claro está que o cabeça é Paulo Skaf, que com todo o dinheiro que o empresariado paulista pôs em sua candidatura ficou com 20% dos votos em São Paulo e agente de Michel Temer em terras bandeirantes.
Se os sindicatos de trabalhadores pagarem um anúncio contra o golpe, claro, estarão fazendo política com o dinheiro do imposto sindical. É a história do filé-pode, mortadela é crime.
Mas não é novidade empresário apoiando ditaduras ou pré ditaduras. No destaque da foto, o anúncio do Sindicato das Indústria de Máquinas do Estado de São Paulo, publicada na revista O Empreiteiro, nos anos 70. O “hippie” cabeludo ilustra a ideia do “não reclame, trabalhe”.
Ele foi reproduzido num artigo do professor Pedro Campos, já citado hoje aqui,sobre a promiscuidade entre as empresas – empreiteiras, sobretudo – e o regime autoritário no Brasil, do qual reproduzo um trecho:
É que sua mente não consegue ver um só país e um só povo.
Preferem ser feitores de escravos na colônia do que líderes empresariais de um país livre e justo.
copiado http://www.tijolaco.com.br/
Na coluna de Jorge Bastos Moreno, em O Globo, a notícia de que “lideradas pela Fiesp, centenas de entidades da indústria, comércio, serviços e agricultura assinam e publicam amanhã – dia da reunião do PMDB que vai decidir pelo rompimento com o governo – nos principais jornais do país anúncio de sete rodapés sequenciais duplos defendendo o “impeachment já”.
Claro está que o cabeça é Paulo Skaf, que com todo o dinheiro que o empresariado paulista pôs em sua candidatura ficou com 20% dos votos em São Paulo e agente de Michel Temer em terras bandeirantes.
Se os sindicatos de trabalhadores pagarem um anúncio contra o golpe, claro, estarão fazendo política com o dinheiro do imposto sindical. É a história do filé-pode, mortadela é crime.
Mas não é novidade empresário apoiando ditaduras ou pré ditaduras. No destaque da foto, o anúncio do Sindicato das Indústria de Máquinas do Estado de São Paulo, publicada na revista O Empreiteiro, nos anos 70. O “hippie” cabeludo ilustra a ideia do “não reclame, trabalhe”.
Ele foi reproduzido num artigo do professor Pedro Campos, já citado hoje aqui,sobre a promiscuidade entre as empresas – empreiteiras, sobretudo – e o regime autoritário no Brasil, do qual reproduzo um trecho:
“No ano passado, defendemos nossa
tese de doutorado no Programa de Pós-Graduação de História da UFF,
intitulada “A ditadura dos empreiteiros: as empresas nacionais de
construção pesada, suas formas associativas e o Estado ditatorial
brasileiro, 1964-1985”. A pesquisa será lançada em breve em forma de
livro e o título deve ser: “Estranhas Catedrais: os empreiteiros e
brasileiros e a ditadura civil-militar, 1964-1988”. Nosso estudo tentou
investigar a participação e o empenho dos empresários brasileiros da
construção civil no regime instaurado em 1964. Partíamos de questões
atuais, como o pronunciado porte e poder detido pelos maiores grupos
nacionais de engenharia, como Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo
Corrêa. Cogitamos inicialmente que talvez encontrássemos a resposta para
a origem da consolidação desses grupos durante a ditadura, com seus
vultosos projetos de infra-estrutura. De certa forma, nossas hipóteses
iniciais se confirmaram com o desenrolar da pesquisa. Durante a
ditadura, uma série de grandes empreendimentos de engenharia, aliado a
políticas protecionistas de defesa e impulso do setor de construção
pesada fizeram com que as empreiteiras brasileiras se tornassem grandes
grupos econômicos, atuando em importantes projetos de infra-estrutura e
desenvolvendo tentáculos para outros ramos econômicos, além de
desenvolver atividades em outros países do mundo. Tudo isso com ampla
defesa e incentivo estatal.
Além disso, conseguimos perceber com a
pesquisa que os empreiteiros não só foram beneficiários das políticas
públicas durante a ditadura. Eles também cumpriam diversas
posições-chave no aparelho de Estado, tendo representantes de seus
interesses em cargos importantes no aparato estatal após 1964. Mesmo as
práticas de terrorismo de Estado contaram com o apoio desses
empresários, como a Operação Bandeirantes (Oban) em São Paulo, que,
liderada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, fez uma caçada sobre
grupos da esquerda armada, prendendo, torturando e assassinando
guerrilheiros. No caso, empresários ligados à Fiesp (Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo) e ao ministro Antonio Delfim Netto
contribuíram com a “caixinha” da Oban, sendo que dentre eles estava
Sebastião Camargo, dono da Camargo Corrêa, então maior empreiteira do
país. Não à toa, Camargo era um dos alvos principais para a ação de
“justiçamento” da Aliança Libertadora Nacional (ALN), grupo da guerrilha
urbana que acabou escolhendo e assassinando Henning Boilesen,
empresário que além de contribuir com a Operação Bandeirantes gostava de
assistir às sessões de tortura.”
A liderança do segmento empresarial no Brasil, que lucrou como nunca
nos anos de prosperidade com Lula, não se incomoda de apoiar a volta dos
que, em sucessivos governos, afundou e faliu o país.É que sua mente não consegue ver um só país e um só povo.
Preferem ser feitores de escravos na colônia do que líderes empresariais de um país livre e justo.
copiado http://www.tijolaco.com.br/
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