NATO conclui preparativos para enviar batalhões para fronteira com Rússia
Esta ação insere-se na estratégia de "dissuasão" da NATO na frente leste, "não para provocar o conflito, mas para evitar o conflito", disse o secretário-geral da NATO
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O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg
| EPA/OLIVIER HOSLET
Esta
ação insere-se na estratégia de "dissuasão" da NATO na frente leste,
"não para provocar o conflito, mas para evitar o conflito", disse o
secretário-geral da NATO
Os
ministros da Defesa dos países da NATO vão ultimar na quarta e
quinta-feira os preparativos do envio de quatro batalhões na fronteira
com a Rússia, numa ação "para evitar o conflito" com Moscovo, disse o
secretário-geral da Aliança.
Na reunião
dos ministros da Defesa, no quartel-general da NATO, Bruxelas, os 28
países da Aliança vão dar seguimento às decisões tomadas na cimeira de
Varsóvia, em julho, prevendo-se que o envio de até quatro mil militares,
em quatro batalhões, para a Lituânia, Estónia, Letónia e Polónia, com
forças de vários países, se inicie em 2017.
Esta
ação insere-se na estratégia de "dissuasão" da NATO na frente leste,
"não para provocar o conflito, mas para evitar o conflito", disse o
secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, numa conferência de imprensa
destinada a apresentar os trabalhos da presente cimeira.
A
intervenção de Moscovo no conflito ucraniano, e o apoio russo aos
separatistas no leste daquele país do ex-bloco soviético preocupam a
Aliança Atlântica, que para já não prevê mudanças de planos em relação
ao que foi decidido em julho.
"O que a
NATO faz é defensivo e em linha com os compromissos internacionais",
afirmou, frisando que a Aliança Atlântica "continua a querer um diálogo
construtivo com Rússia".
A Alemanha, o
Reino Unido, o Canadá e os EUA deverão anunciar na quarta-feira mais
detalhes sobre os batalhões que vão comandar nos países bálticos e na
Polónia e que incluirão forças de "mais dez ou doze países".
Segundo
o representante diplomático permanente dos EUA na NATO, Douglas E.
Lute, as forças norte-americanas estarão operacionais em junho de 2017.
Portugal
não irá participar nesta missão, mas o ministro da Defesa Nacional,
Azeredo Lopes, já se comprometeu com a missão da NATO para a formação e
treino de forças militares no Iraque, que deverá formar cerca de 350
oficiais nos próximos meses.
Está
também em aberto se Portugal vai participar noutra missão da NATO em
2017, depois de ter aprovado, no início do mês, a retirada das tropas da
missão da Aliança no Kosovo, ao fim de 18 anos.
Numa
declaração à Lusa, o ministro português da Defesa, Azeredo Lopes,
ressalvou na altura que "é certo" que o governo pretende manter o mesmo
nível de empenhamento na NATO, depois da retirada da missão do Kosovo.
Sobre
a missão no Kosovo, o secretário-geral da NATO disse hoje que a missão
da Aliança Atlântica é para continuar naquele teatro de operações:
"Ainda não terminámos o que lá fomos fazer", disse.
Os
ministros da Defesa da NATO vão também dar continuidade aos planos para
reforçar a presença no Mar Negro, definindo o tipo de infraestrutura
necessária a uma "rápida projeção" das forças aliadas na Europa.
A
agenda da cimeira inclui o reforço da cooperação entre a NATO e a União
Europeia, prevendo-se na quinta-feira uma reunião com a Alta
Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de
Segurança, Federica Mogherini.
Segundo Jens Stoltenberg, "a relação entre a NATO e a União Europeia nunca foi tão próxima".
O
secretário-geral destacou ainda a criação recente de uma nova divisão
na Aliança para melhorar as "informações militares" e visando mais
coordenação na área das informações no seio da NATO.
Na
cimeira, os governantes vão também decidir "o futuro do destacamento no
Mar Egeu" e tomar decisões "sobre o papel da NATO no Mediterrâneo
central, que pode passar por apoiar a operação SOPHIA", de vigilância
das redes de traficantes de migrantes, através da "partilha de
informação e logística".
O apoio ao
combate ao grupo terrorista Estado Islâmico, liderado pela coligação
internacional, é também uma prioridade da NATO, acentuou Jens
Stoltenberg.
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