AFP / Federico PARRA
Protesto pedindo realização do referendo contra o presidente Nicolás Maduro, em Caracas, no dia 21 de outubro de 2016
Doze países das Américas manifestaram sua preocupação
pela suspensão do referendo revogatório na Venezuela e pediram ao
governo de Caracas que encontre vias de diálogo para superar a crise,
segundo um comunicado conjunto divulgado neste sábado, em Buenos Aires,
pela chancelaria Argentina."Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, Honduras, Guatemala, México, Peru e Uruguai (...) expressam sua profunda preocupação com a decisão adotada pelo Conselho Nacional Eleitoral da República Bolivariana da Venezuela de postergar o processo de coleta de 20% do padrão eleitoral requerido para ativar o referendo revogatório", diz o texto.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) decidiu na quinta-feira atrasar o recolhimento das quatro milhões de assinaturas (20% do padrão eleitoral), previsto entre 26 a 28 de outubro, como último passo para convocar o referendo na Venezuela.
A declaração, apresentada como um "comunicado conjunto dos Estados-membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre os recentes acontecimentos" na Venezuela, é feita por 12 dos 35 países-membros da instituição continental.
O texto faz um "chamado a todos os atores políticos desse país para que concretizem rapidamente e em um clima de paz os esforços de diálogo nacional, de maneira direta ou com apoio de facilitadores, a fim de encontrar soluções duradouras em prol da democracia e da estabilidade social".
Também solicita que garantam "o pleno respeito dos direitos humanos, a separação de poderes e o fortalecimento institucional".
O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, denunciou na sexta-feira um "rompimento democrático" na Venezuela e falou em tomar uma atitude.
AFP / FEDERICO PARRA
Estudantes da
Universidade Central da Venezuela protestam pedindo referendo contra o
presidente Nicolás Maduro, em Caracas, no dia 21 de outubro de 2016
Delegados do governo venezuelano e a oposição se
reunirão separadamente neste fim de semana com uma mediação
internacional liderada pelo ex-chefe do governo espanhol José Luis
Rodríguez Zapatero, para continuar explorando um diálogo sobre a crise.A oposição venezuelana anunciou mobilizações em todo o país a partir da próxima quarta-feira.
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