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A respeito de informações disseminadas, a partir do Palácio do Planalto, de que eu teria solicitado audiência com o presidente Michel Temer no intuito de gravar conversa no Gabinete Presidencial, esclareço que isso não ocorreu.
Durante minha trajetória na carreira diplomática e política, nunca agi de má fé ou de maneira ardilosa.
No episódio que agora se torna público, cumpri minha obrigação como cidadão brasileiro que não compactua com o ilícito e que age respeitando e valorizando as instituições.Calero: gravar conversa com Temer foi atitude cidadã 6- Demissão foi para salvar governo
Do UOL, em São Paulo
- José Cruz/Agência BrasilO ex-ministro da Cultura Marcelo Calero
Calero pediu demissão do cargo de ministro na semana passada alegando ter sido pressionado pelo agora ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) a liberar a construção de um edifício em Salvador, vetado parcialmente pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, subordinado ao Ministério da Cultura).
Na noite de quinta-feira (24),Temer comentara o caso e a gravação de Calero, através de seu porta-voz, Alexandre Parola: "Especialmente, surpreendem o presidente da República boatos de que o ex-ministro teria solicitado uma segunda audiência, na quinta-feira (17), somente com o intuito de gravar clandestinamente conversa com o presidente da República para posterior divulgação".
Leia a seguir a íntegra da nota divulgada por Calero:
"A repeito de informações disseminadas, a partir do Palácio do Planalto, de que eu teria solicitado audiência com o presidente Michel Temer no intuito de gravar conversa no Gabinete Presidencial, esclareço que isso não ocorreu.
Durante minha trajetória na carreira diplomática e política, nunca agi de má-fé ou de maneira ardilosa.
No episódio que agora se torna público, cumpri minha obrigação como cidadão brasileiro que não compactua com o ilícito e que age respeitando e valorizando as instituições".
Josias: Temer virou presidente diferente do que o Brasil precisa
Saída de Geddel foi articulada para salvar o governo
Brasília - O pedido de demissão do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, foi a saída encontrada pelo Palácio do Planalto para tentar salvar o governo da crise política, que se avoluma a cada dia.
A operação para entregar a cabeça de Geddel foi articulada ainda na quinta-feira, 24, após a divulgação do depoimento do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero à Polícia Federal, no qual ele dizia ter sido "enquadrado" pelo presidente Michel Temer para atender aos interesses do chefe da Secretaria de Governo.
A pressão seria para liberar a construção de um prédio nos arredores de uma área tombada, em Salvador.
Articulador político do Planalto com o Congresso, Geddel sai do governo às vésperas da votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os gastos públicos, marcada para a próxima terça-feira, dia 29, no plenário do Senado.
Temer ainda não escolheu o substituto de Geddel, seu amigo há quase 30 anos, e disse a aliados que ele próprio fará a coordenação política para a votação da PEC do Teto, considerada fundamental pelo governo para o ajuste fiscal e a recuperação da economia.
Em reunião de emergência convocada por Temer com auxiliares, na noite de quinta-feira, a situação de Geddel -- que já havia viajado para a Bahia -- foi considerada insustentável. Houve, a partir daí, intensa troca de telefonemas com o ministro. "É tudo pior do que parece", disse um dos auxiliares do presidente.
Josias: Temer virou presidente diferente do que o Brasil precisa
No depoimento à Polícia Federal, Calero disse que o presidente tentou fazer com que ele "interferisse indevidamente" para que a decisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), barrando a construção do prédio em Salvador, fosse substituída por um parecer da Advocacia Geral da União (AGU). Geddel comprou na planta um apartamento no edifício "La Vue", que teve a obra embargada pelo Iphan.
As afirmações de Calero jogaram mais combustível na crise por atingirem diretamente o presidente. Antes desse depoimento -- prestado no último dia 19, mas que só veio a público nesta quinta-feira -, o ex-ministro da Cultura havia citado apenas a pressão exercida por Geddel para a liberação do empreendimento.
À Polícia Federal, porém, Calero mencionou uma suposta interferência de Temer -- que estaria demonstrando "insistência" --, de Padilha e de outros auxiliares do núcleo do governo para que o caso fosse resolvido. Calero disse ter se sentido "decepcionado" por não ter mais a quem recorrer e pediu demissão, desobedecendo à ordem de enviar o polêmico processo para a AGU.
A queda de Geddel ocorre uma semana após a saída de Calero. O titular da Secretaria de Governo é o sexto ministro a deixar a equipe de Temer.
Na avaliação de interlocutores do presidente, porém, esta foi a demissão que ele mais sentiu, na esteira de uma crise que atinge o seu próprio gabinete e o "núcleo duro" do Planalto. Temer resistiu o quanto pôde a "rifar" Geddel, mas a "solução" encontrada foi uma espécie de boia jogada para conter a turbulência.
A respeito de informações disseminadas, a partir do Palácio do Planalto, de que eu teria solicitado audiência com o presidente Michel Temer no intuito de gravar conversa no Gabinete Presidencial, esclareço que isso não ocorreu.
Durante minha trajetória na carreira diplomática e política, nunca agi de má fé ou de maneira ardilosa.
No episódio que agora se torna público, cumpri minha obrigação como cidadão brasileiro que não compactua com o ilícito e que age respeitando e valorizando as instituições.
Temer passa por sua crise mais aguda após denúncia de Calero, diz NYT
Em Nova York- Adriano Machado/ReutersO NYT menciona que líderes da oposição articulavam pedido de impeachment
Na medida em que a classe política brasileira se recupera de um período de "turbulência extraordinária" em Brasília, o maior jornal dos EUA ressalta que Temer enfrenta o que se desenha ser sua mais aguda crise desde que assumiu o poder, há seis meses, após o impeachment de Dilma Rousseff.
Calero disse em depoimento à PF que Temer o "enquadrou" para que achasse uma solução para uma obra imobiliária de interesse do ministro Geddel Vieira Lima.
O NYT menciona que líderes da oposição articulavam na noite de ontem em Brasília o pedido de impeachment de Temer por conta das acusações de Calero. O Planalto reconheceu que o presidente discutiu o assunto com o ex-ministro da Cultura, mais agiu apenas de forma "técnica" para solucionar a questão, diz a reportagem.
"Relatos de que Calero secretamente gravou as conversas com Temer chocaram a classe política, abrindo a possibilidade de que a Suprema Corte (o STF) possa começar uma investigação", ressalta o Times.
A reportagem do jornal norte-americano cita um trecho da coluna do jornalista do jornal "O Estado de S. Paulo" José Roberto Toledo que menciona que se essas gravações mostrarem que Temer agiu para beneficiar interesses privados, "a presidência de Temer acabou".
O caso ocorre num momento em que o Congresso assolado por escândalos tenta anistiar os legisladores de casos de corrupção no financiamento de campanhas, destaca o NYT. O jornal lembra ainda que o próprio Temer foi considerado culpado em violar limites de financiamento de campanha.
Além das denúncias de Calero envolvendo Temer, o Times ressalta que o partido do presidente, o PMDB, está sob pressão, na medida em que duas figuras importantes da legenda, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, foram presas recentemente.
"Sinalizando potencial para ainda mais turbulência, a pressão está crescendo para outro líder do PMDB, o presidente do Senado, Renan Calheiros, que é alvo de múltiplas denúncias de corrupção".
copiado http://noticias.uol.com.br/ultimas-
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- Demissão foi para salvar governo
Calero: gravar conversa com Temer foi atitude cidadã 6 Demissão foi para salvar governo NYT: crise mais aguda de Temer
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