Ministro nega que haja licença para armazém de resíduos nucleares
O ministro do Ambiente garantiu hoje que ainda não foi emitida licença para a construção de um armazém para resíduos nucleares na central espanhola de Almaraz e adiantou que por enquanto existe uma declaração de impacto ambiental.
O
ministro do Ambiente garantiu hoje que ainda não foi emitida licença
para a construção de um armazém para resíduos nucleares na central
espanhola de Almaraz e adiantou que por enquanto existe uma declaração
de impacto ambiental.
"Ainda não há
uma licença para construir [o armazém de resíduos nucleares]. Aquilo
que existe neste momento é uma declaração de impacto ambiental que, com
restrições, permite que ele venha a ser construído", disse à agência
Lusa o ministro João Pedro Matos Fernandes.
O
ministro do Ambiente, que falava em Vila Velha de Ródão, no distrito de
Castelo Branco, à margem da apresentação do relatório da Comissão de
Acompanhamento sobre Poluição no Rio Tejo, adiantou que recebeu da sua
homóloga espanhola um conjunto de informação que está a ser apreciado
pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
"Após
insistência e uma reunião que já tive com a minha colega espanhola, foi
aí que fiquei a saber que a avaliação de impacto ambiental estava a
chegar ao fim e chegou ao fim, e foram-nos enviados, há uma semana, um
conjunto vasto de elementos, conjunto esse que está a ser apreciado pela
APA relativamente à avaliação de impacto ambiental que já foi emitida",
frisou.
Adiantou ainda que recebeu uma
carta da sua homóloga espanhola a convidá-lo para uma reunião sobre
este assunto, pelo que aguarda que seja marcada até ao final da próxima
semana.
O governante sublinhou que,
caso o Governo português sinta que há impactos transfronteiriços neste
projeto de construção do armazém de resíduos nucleares em Almaraz, não
deixará de atuar junto das instâncias europeias.
"Se
Portugal sentir, com a informação que tem, que de facto existem
impactos transfronteiriços neste projeto, não deixamos de nos dirigir às
instâncias europeias reclamando o incumprimento de uma diretiva
comunitária que importa a Espanha e a Portugal, sendo que também não
nego que temos já uma quantidade expressiva de informação que estamos a
avaliar", sustentou.
De acordo com o
ministro, este processo foi conduzido pelo Governo espanhol sem atender
aos evidentes impactos transfronteiriços que podia ter e criticou a
postura do anterior Governo português em todo o processo, visto que foi
tornada pública a consulta pública deste projeto em outubro do ano
passado.
"Por isso, quem na altura
tinha responsabilidades políticas não fez nada, fez de conta que não viu
ou não viu mesmo por incúria, o que me parece grave", afirmou.
O
ministro explicou ainda que tendo tido conhecimento do desenvolvimento
do projeto do armazém de resíduos nucleares, aquilo que neste momento
pretende saber e conhecer, é o que ele contempla.
"Não
estou aqui com qualquer alarmismo, mas temos evidentemente de o
conhecer. A noção de impacto transfronteiriço não é uma noção que esteja
definida com grande rigor. Não se diz que é a 30 ou a em quilómetros da
fronteira. Há aqui uma margem de interpretação e de discussão do que
ela é", concluiu.
copiado http://www.dn.pt/portugal/interior/
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