Para abafar crise, Temer convoca Renan e Rodrigo Maia e promete barrar anistia a caixa dois Caso Geddel mergulha governo na crise e ameaça votações do ajuste fiscal no Congresso

No centro da crise, Temer tenta emplacar uma agenda positiva na reta final do ano legislativo

Diante da tempestade política intensificada com a demissão de seu braço-direito, Geddel Vieira Lima, presidente convoca coletiva de imprensa e promete, ao lado dos presidentes do Senado e da Câmara: “Não há a menor condição de levar adiante essa proposta”
Caso Geddel mergulha governo na crise e ameaça votações do ajuste fiscal no Congresso

Para abafar crise, Temer convoca Renan e Rodrigo Maia e promete barrar anistia a caixa dois

Diante da tempestade política intensificada com a demissão de seu braço-direito, Geddel Vieira Lima, presidente convoca coletiva de imprensa e promete, ao lado dos presidentes do Senado e da Câmara: “Não há a menor condição de levar adiante essa proposta”


Beto Barata/PR
No centro da crise, Temer tenta emplacar uma agenda positiva na reta final do ano legislativo
Acompanhado dos presidentes das duas casas legislativas, o presidente Michel Temer disse, em coletiva de imprensa convocada para este domingo (27), que foi feito um acordo institucional entre Executivo e Legislativo para garantir que não prosperará qualquer tentativa de anistiar crimes de caixa dois.
Caso Geddel mergulha governo na crise e ameaça votações do ajuste fiscal no Congresso

“Estamos aqui para revelar que, no tocante da anistia, há uma unanimidade dos dirigentes do Poder Executivo e do Poder Legislativo. Verificamos que é preciso se atender à voz das ruas, o que significa reproduzirmos um dispositivo constitucional que diz: o poder não é nosso; não é nem do presidente da República nem do Senado nem da Câmara. É do povo. Quando o povo manifesta a urgência, ela há de ser tomada pelo Poder Legislativo e igualmente pelo Executivo”, disse Temer ao abrir a coletiva de imprensa no Palácio do Planalto.
Segundo ele, esse “ajustamento institucional” foi feito com vistas a “impedir a tramitação de qualquer proposta” que vise a chamada anistia. “Até porque essa questão da anistia, em um dado momento, viria à Presidência da República, a quem caberia vetar ou não vetar”, acrescentou.
Temer garantiu que “seria impossível ao presidente da República sancionar uma matéria dessa natureza”, e que isso já vinha sendo dito durante reuniões dele com os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Rodrigo Maia. “Apontamos [nessas reuniões] que não há a menor condição de levar adiante essa proposta”.
Rodrigo Maia negou que as lideranças da Câmara estivessem atuando no sentido de incluir na proposta matérias visando a anistia. “Foi colocado com os líderes que não podíamos tratar de anistia eleitoral nem a qualquer outro crime. Esse debate nunca aconteceu e, com certeza, nunca acontecerá quando colocarmos para votação, provavelmente na terça-feira”, disse.
“A reunião de hoje é importante para esclarecermos que essa emenda nunca existiu efetivamente porque nunca foi apresentada por nenhum líder partidário. Portanto não existe. Não estamos votando medidas para anistiar nenhum crime”, acrescentou.
Renan também garantiu que atuará conjuntamente para evitar a aprovação de matéria que anistie crimes eleitorais. “Nós estamos fazendo um acordo, um ajuste institucional no sentido de que não haverá apreciação de anistia a crime eleitoral, ao caixa dois ou a qualquer crime eleitoral, até porque tudo que é aprovado vai para veto. Portanto, as presidências da Câmara e do Senado chegaram à conclusão de que essa matéria não deve tramitar.”

Caso Geddel mergulha governo na crise e ameaça votações do ajuste fiscal no Congresso

Crise política provocada pelo ex-ministro vai testar força do governo para aprovar proposições tidas como essenciais nesta semana. Temas como as medidas anticorrupção e o caixa dois, além da MP do ensino médio e do projeto sobre abuso de autoridade também movimentam pauta do Senado e da Câmara. PEC do teto de gastos é prioridade


Reprodução/Página 13
Nuvens negras se anunciam para o governo em semana considerada crucial para Temer
  Nesta semana as atenções do Senado estarão todas voltadas para a análise, em primeiro turno, da proposta de emenda à Constituição (PEC 55/2016) que limita os gastos da União nos próximos 20 anos, pautada na ordem do dia desta terça-feira (29). Até então, a numerosa base aliada do governo Temer conseguiu manter a tramitação da matéria, já aprovada em dois turnos na Câmara, de maneira satisfatória. Mas, após denúncias feitas nos últimos dias pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, que culminaram na demissão de Geddel Vieira Lima da Secretaria de Governo, o texto entra pela primeira vez na pauta de plenário em um cenário desfavorável para o Planalto.
Agora, parlamentares da oposição que já criticavam as propostas da equipe econômica do governo para recuperação da economia têm cartas na manga para intensificar ainda mais o bombardeio contra a PEC. Mais uma vez, a crise política em Brasília se sobrepõe à crise econômica.
No dia 18, Calero, ao pedir demissão do cargo, acusou Geddel de pressioná-lo para produzir um parecer técnico ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para favorecer a aprovação de um projeto imobiliário nos arredores de uma área tombada em Salvador – o residencial La Vue, onde Geddel adquiriu uma unidade. Depois, na última quinta-feira (24), um depoimento de Calero à Polícia Federal foi divulgado e, nele, aparece outra acusação de tentativa de influência sobre o caso. Desta vez, também contra Michel Temer. O imóvel, pivô da demissão do ex-ministro, custa de R$ 2,6 milhões a R$ 4,7 milhões, segundo corretores de Salvador. O projeto do empreendimento, de 24 andares, incluindo uma cobertura duplex, tem 106 metros de altura e é erguido em uma das áreas mais nobres da capital baiana, na região da Barra.
Pauta cheia
Além da PEC 55, também constam da pauta da próxima terça-feira (29) o projeto de lei da Câmara (PLC 54/2016) que estabelece o plano de auxílio, cria medidas de estímulos para o reequilíbrio fiscal e para a renegociação das dívidas dos estados e do Distrito Federal; e o projeto de lei do Senado (PLS 204/2016) que regulamenta a securitização das dívidas públicas. A ideia é que estados, municípios e a União captem recursos no mercado financeiro para antecipar parte da receita que iriam arrecadar no futuro com a cobrança de dívidas.
Para quarta-feira (30), está prevista a análise da proposta de emenda à Constituição (PEC 113ª/2016) que reforma aspectos do modelo político-eleitoral adotado no país. Um dos principais destaques da PEC foi a inclusão de uma cláusula de barreira para a atuação dos partidos, medida que repercute em seu acesso ao fundo e tempo de propaganda e impõe maior rigor para a criação de novas legendas.
Abuso de autoridade
Na quinta-feira (1º), o Plenário do Senado vai receber o juiz federal responsável pelas investigações da Operação Lava Jato em primeira instância, Sérgio Moro, e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia. Eles vão participar da sessão de debate sobre o projeto de lei (PL 280/2016) que modifica o texto da legislação sobre Abuso de Autoridade. O PL foi apresentado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que diz considerar a lei atual defasada. Também foram convidados para a sessão o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes.
“Nenhum agente do Estado, de nenhum poder, está autorizado a usar suas atribuições legais para ofender, humilhar, agredir quem quer que seja. Todo poder oprime, seja qual for a origem desse poder, e não há poder sem limites. A diferença é que, na ditadura, limitam-se os direitos em detrimento do cidadão, enquanto, na democracia, as liberdades civis são respeitadas, e os freios dirigem-se exatamente ao poder estatal para proteger o indivíduo”, disse Renan ao abrir o primeiro debate temático no Plenário da Casa, na última quarta-feira (23).
Medidas contra a corrupção
Depois de uma semana conturbada na Câmara, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), adiou, novamente, a votação do pacote de medidas contra a corrupção para esta terça-feira (29). A sessão tende a gerar novos embates entre os parlamentares contrários e a favor do projeto de lei (PL 4850/16), principalmente no ponto que trata da criminalização do caixa dois. Assim, ainda de acordo com Maia, os deputados terão mais tempo para avaliar o relatório de Onyx Lorenzoni (DEM-SP), aprovado na madrugada da última quinta-feira (24) em comissão especial – agora, fala-se na apresentação de uma emenda de plenário que, uma vez aprovada, livraria parlamentares investigados na Lava Jato.
Enquanto uns entendem que a tipificação do crime citado é benéfica, outros enxergam que, em caso de aprovação, esse tópico anistiaria os políticos já denunciados pela prática. Antes visto como solução para acabar com a corrupção, agora o pacote com as dez medidas anticorrupção propostas pelo Ministério Público Federal (MPF) já é tido como causador da “crise” que vive o Legislativo. Ao se manifestar sobre o assunto, Rodrigo Maia destacou que, se o Ministério Público solicitou a tipificação, é “porque o crime não existia”.
“Eu acho que essa polêmica é muito grande, mas é desnecessária. Nós queremos que esse ato de caixa dois seja criminalizado com pena de um a quatro anos, ou dois a cinco anos. Então, não haverá anistia em hipótese alguma. Vamos analisar o pacote contra a corrupção e entre os seus itens, um deles trata da tipificação do caixa dois”, ressaltou o presidente.
Atualmente, o Código Eleitoral (Lei 4.737/65) já pune com até cinco anos de reclusão quem omite, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar ou insere declaração falsa para fins eleitorais. A emenda de plenário pretendida por deputados cria um tipo penal específico para a prática, com possibilidade de anistia penal, civil e eleitoral para ocorrências passadas.
A lei que define os crimes contra o sistema financeiro nacional (7.492/86) também pune com reclusão, de um a cinco anos, além de multa, quem mantiver ou movimentar recurso ou valor paralelamente à contabilidade exigida pela legislação. Mas não existe no Direito Penal brasileiro um crime específico para o chamado “caixa dois eleitoral”.
Reforma do Ensino Médio
Outro ponto polêmico a ser debatido na Câmara é a polêmica medida provisória (MP 746/2016) que reforma o currículo do ensino médio. Na comissão mista que discute o tema, está prevista a apresentação do parecer do senador Pedro Chaves (PSC-MS), na próxima quarta-feira (30).
Em audiências públicas que serão realizadas na segunda-feira (28), serão ouvidos o ministro da Educação, Mendonça Filho; o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira; e os três últimos ex-ministros da Educação: Fernando Haddad, Renato Janine Ribeiro e Aloizio Mercadante.
copiado  http://congressoemfoco.uol.com.br/

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