Presidente turco ameaça abrir fronteiras aos migrantes após votação no Parlamento da UE

Presidente turco ameaça abrir fronteiras aos migrantes após votação no Parlamento da UE
25/11/2016 - 16:08 
 O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ameaçou nesta sexta-feira abrir as fronteiras para permitir a passagem dos migrantes que desejarem seguir para a Europa, um dia depois de uma votação no Parlamento Europeu que pede a interrupção das negociações de adesão da Turquia à UE.
  AFP / Adem Altan (24 nov) O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ameaçou nesta sexta-feira abrir as fronteiras para permitir a passagem dos migrantes que desejarem seguir para a Europa, um dia depois de uma votação no Parlamento Europeu que pede a interrupção das negociações de adesão da Turquia à UE.
"Quando 50.000 migrantes se reuniram no posto de fronteira de Kapikule (fronteira turco-búlgara) vocês pediram ajuda. E começaram a perguntar: o que faremos se a Turquia abrir suas fronteiras?", destacou Erdogan.
"Ouçam bem. Se vocês seguirem adiante, as fronteiras serão abertas, tenham isto em mente", declarou Erdogan em um discurso em Istambul.
Este aviso acontece a poucos meses das eleições presidenciais na França e federais na Alemanha, onde a questão migratória terá um papel central.
Em março, Turquia e União Europeia (UE) fecharam um acordo que permitiu conter o fluxo de refugiados em direção às ilhas gregas.
O pacto com com a Turquia sobre os migrantes permitiu reduzir a algumas dezenas o número de pessoas que chegam diariamente às ilhas gregas do Egeu, frente às milhares que faziam isso em 2015.
"Consideramos o acordo entre a Turquia e a União Europeia como um sucesso comum e continuação desse acordo interessa a todos", declarou Ulrike Demmer, porta-voz da chanceler alemã Angela Merkel.
"As ameaças de ambos os lados não levam a lugar algum", acrescentou.
Em uma resolução não vinculante aprovada por ampla maioria, os eurodeputados pediram na quinta-feira uma "congelamento temporário" do processo de adesão iniciado em 2005 por causa da repressão "desproporcional" das autoridades turcas após a tentativa de golpe de Estado de 15 de julho.
O texto, apoiado pelos quatro principais grupos do Parlamento - conservadores, socialistas, liberais e verdes -, foi aprovado com 479 votos a favor, 37 contrários e 107 abstenções.
A votação aconteceu em um momento de grande tensão entre Turquia e União Europeia. A relação piorou após a tentativa frustrada de golpe de estado e dos expurgos do governo, que afetaram todos todos os setores da sociedade considerados não leais ao Executivo.
Nas últimas semanas a repressão se tornou mais intensa contra jornalistas e opositores curdos.
O presidente turco também mencionou este mês a possibildiade de convocar um refererendo sobre a continuação das negociações de adesão à UE, se não se avançar sobre a questão dos vistos para os turcos até o final do ano.
As declarações de Erdogan aumentam as preocupações de alguns governantes, que temem que a Turquia deixe de aplicar o acordo assinado em março com a UE para bloquear em seu território o fluxo de migrantes que tentam avançar pela Europa.
Atualmente a Turquia dá abrigo a 2,7 milhões de refugiados sírios.
O pacto sobre a migração prevê o fim da exigência de vistos para os cidadãos turcos que viajam ao espaço europeu de livre circulação Schengen.
Erdogan já ameaçou diversas vezes romper o acordo, caso este item do pacto não seja aplicado.
copiado  https://www.afp.com/pt/

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