Citado na Lava Jato, o novo ministro da Secretaria-Geral, Moreira
Franco, negou nesta sexta-feira (3) que a sua nomeação, que lhe confere
foro privilegiado, guarde similaridades com a do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
No ano passado, o petista foi
indicado
pela ex-presidente por Dilma Rousseff para o comando da Casa Civil após
ter sido alvo de uma condução coercitiva no rastro da investigações da
Polícia Federal.
A nomeação de Moreira Franco ocorre na mesma semana em que o STF
(Supremo Tribunal Federal) homologou 77 delações premiadas da Odebrecht.
O novo ministro foi citado 34 vezes na delação premiada de Cláudio Melo
Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, que o
acusou de ter recebido dinheiro para defender os interesses da
empreiteira.
O peemedebista, apelidado de "angorá" na delação premiada, nega irregularidades.
"Há uma diferença muito grande nas tentativas que foram feitas no
passado. Eu estou no governo federal, não estava fora do governo
federal, vinha cumprindo [minha função] até por uma solicitação minha de
não dar status de ministério ao Programa de Parceria de Investimento",
disse.
Segundo ele, a recriação da Secretaria-Geral, que havia sido extinta por
Dilma Rousseff em 2015, deveu-se à necessidade de "robustecer" a
Presidência da República e dar mais eficiência e força para o Palácio do
Planalto.
"Não há nenhuma tentativa de resolver uma crise ou um problema político,
porque não estamos vivendo crise política. Ao contrário, o governo
acabou de dar uma demonstração de pujança, de força e de autoridade no
Congresso Nacional", afirmou.
Em cerimônia de posse dos novos ministro, o presidente Michel Temer
afirmou que a promoção de Moreira Franco deve-se à necessidade de
melhorar a administração interna do Palácio do Planalto.
Segundo ele, a criação do cargo tratou-se apenas de uma "formalização",
já que o peemedebista já era chamado informalmente de "ministro" desde o
início da gestão peemedebista.
"Eu precisava estruturar um pouco melhor o Palácio do Planalto. Os
senhores sabem que o Palácio do Planalto precisa sempre estar bem
estruturado e precisava de um secretário-geral para cuidar da
administração interna,do cerimonial e de viagens do presidente", disse o
presidente.
A estrutura abrigará as secretarias de comunicação e administração e o
cerimonial, antes vinculados à Casa Civil e à Secretaria de Governo.
O líder o DEM no Senado, Ronado Caiado (GO), criticou a atitude de
Temer. "É condenável esse tipo de prática. Se fosse deslocado para um
ministério, não haveria problema. Mas criar um ministério é de uma
infelicidade ímpar. Fica com cara de esperteza. Vou atuar contra a
aprovação dessa medida provisória. Temer errou feio", declarou o senador
em nota divulgada por sua assessoria de imprensa.
O DEM é um dos principais partidos aliados a Temer no Congresso.
Além de Moreira, tomaram posse a desembargadora aposentada Luislinda
Valois (Direitos Humanos) e o deputados federal Antonio Imbassahy
(Secretaria de Governo), ambos do PSDB.
No discurso, o presidente pediu um minuto de silêncio pelo estado de
saúde da ex-primeira-dama Marisa Letícia, que sofreu interrupção do
fluxo cerebral na quinta-feira (2).
"Eu quero fazer um pensamento positivo para a ex-primeira-dama dona
Marisa Letícia, que está em uma situação muito delicada", disse.
copiado http://www1.folha.uol.com.br/poder/
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