Citado na Lava Jato recebeu status de ministro Moreira nega semelhança com caso Lula ao ser nomeado: 'Eu estou no governo' Senador da Rede vai à Justiça contra posse de Moreira como ministro Temer diz que posse que deu foro privilegiado a Moreira é formalização

Citado na Lava Jato recebeu status de ministro Moreira nega semelhança com caso Lula ao ser nomeado: 'Eu estou no governo'

  • Senador da Rede vai à Justiça contra posse de Moreira como ministro
  • Temer diz que posse que deu foro privilegiado a Moreira é formalização

    No ano passado, o petista foi indicado pela ex-presidente por Dilma Rousseff para o comando da Casa Civil após ter sido alvo de uma condução coercitiva no rastro da investigações da Polícia Federal.


    Alan Marques - 8.nov.2016/Folhapress
    O presidente Michel Temer e o agora ministro Moreira Franco, em evento em novembro
    O presidente Michel Temer e o agora ministro Moreira Franco, em evento em novembro

    Citado na Lava Jato, o novo ministro da Secretaria-Geral, Moreira Franco, negou nesta sexta-feira (3) que a sua nomeação, que lhe confere foro privilegiado, guarde similaridades com a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
    No ano passado, o petista foi indicado pela ex-presidente por Dilma Rousseff para o comando da Casa Civil após ter sido alvo de uma condução coercitiva no rastro da investigações da Polícia Federal.
    A nomeação de Moreira Franco ocorre na mesma semana em que o STF (Supremo Tribunal Federal) homologou 77 delações premiadas da Odebrecht.
    O novo ministro foi citado 34 vezes na delação premiada de Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, que o acusou de ter recebido dinheiro para defender os interesses da empreiteira.
    O peemedebista, apelidado de "angorá" na delação premiada, nega irregularidades.
    "Há uma diferença muito grande nas tentativas que foram feitas no passado. Eu estou no governo federal, não estava fora do governo federal, vinha cumprindo [minha função] até por uma solicitação minha de não dar status de ministério ao Programa de Parceria de Investimento", disse.
    Segundo ele, a recriação da Secretaria-Geral, que havia sido extinta por Dilma Rousseff em 2015, deveu-se à necessidade de "robustecer" a Presidência da República e dar mais eficiência e força para o Palácio do Planalto.
    "Não há nenhuma tentativa de resolver uma crise ou um problema político, porque não estamos vivendo crise política. Ao contrário, o governo acabou de dar uma demonstração de pujança, de força e de autoridade no Congresso Nacional", afirmou.
    Em cerimônia de posse dos novos ministro, o presidente Michel Temer afirmou que a promoção de Moreira Franco deve-se à necessidade de melhorar a administração interna do Palácio do Planalto.
    Segundo ele, a criação do cargo tratou-se apenas de uma "formalização", já que o peemedebista já era chamado informalmente de "ministro" desde o início da gestão peemedebista.
    "Eu precisava estruturar um pouco melhor o Palácio do Planalto. Os senhores sabem que o Palácio do Planalto precisa sempre estar bem estruturado e precisava de um secretário-geral para cuidar da administração interna,do cerimonial e de viagens do presidente", disse o presidente.
    A estrutura abrigará as secretarias de comunicação e administração e o cerimonial, antes vinculados à Casa Civil e à Secretaria de Governo.
    O líder o DEM no Senado, Ronado Caiado (GO), criticou a atitude de Temer. "É condenável esse tipo de prática. Se fosse deslocado para um ministério, não haveria problema. Mas criar um ministério é de uma infelicidade ímpar. Fica com cara de esperteza. Vou atuar contra a aprovação dessa medida provisória. Temer errou feio", declarou o senador em nota divulgada por sua assessoria de imprensa.
    O DEM é um dos principais partidos aliados a Temer no Congresso.
    Além de Moreira, tomaram posse a desembargadora aposentada Luislinda Valois (Direitos Humanos) e o deputados federal Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), ambos do PSDB.
    No discurso, o presidente pediu um minuto de silêncio pelo estado de saúde da ex-primeira-dama Marisa Letícia, que sofreu interrupção do fluxo cerebral na quinta-feira (2).
    "Eu quero fazer um pensamento positivo para a ex-primeira-dama dona Marisa Letícia, que está em uma situação muito delicada", disse.
    copiado  http://www1.folha.uol.com.br/poder/

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