Trump assume 'modo campanha' na Flórida para se reconectar com suas bases Novo decreto migratório de Trump estará melhor preparado

  Trump assume 'modo 

Não é estranho que os presidentes critiquem a imprensa, mas a agressividade dos ataques de Trump não tem precedentes.
O republicano fez das críticas aos jornalistas "parciais" e "desonestos" um ponto crucial de sua campanha, e seus partidários vaiavam os jornalistas nos atos de campanha.
Também havia atacado a imprensa na quinta-feira durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca.

campanha' na Flórida para se reconectar com suas bases




AFP / NICHOLAS KAMMO presidente americano, Donald Trump, no Aeropoto Internacional de Palm Beach, na Flórida, no dia 17 de fevereiro de 2017

















"Estou  aqui para  passar minha  mensagem diretamente   ao povo (...)  porque muitos jornalistas do nosso país não dirão  a  verdade a vocês e não tratarão as  pessoas formidáveis  deste país com o respeito que merecem", afirmou, citando o "nível de desonestidade  (da imprensa)  fora de controle".





Donald Trump realiza um ato público neste sábado na Flórida, retomando o "modo campanha" e sendo aclamado por milhares de seus partidários fora de Washington, após um difícil primeiro mês de governo.
O presidente volta ao local que o tornou um gigante político, com um comício em Melbourne, uma cidade da costa do estado da Flórida, às 17H00 locais (20H00 de Brasília), para o qual, horas antes, já começava a chegar um grande público.
Nos arredores do espaço onde ocorrerá o ato, podia-se ver mulheres vestidas com camisetas escritas "Faça a América grande de novo" e gorros vermelhos, homens que exibiam sua condição de "motoristas de Trump", crianças dormindo nos ombros de seus pais e uma grande propaganda fazendo alusão ao novo presidente.
"Gosto do nosso presidente. Vem de nós, do povo", disse o vendedor de carros Gene Huber, de West Palm Beach, à AFP. Segundo assinalou, esteve entre os primeiros a chegar ao local, às 04H00 locais.
Quando foi questionado se estava preocupado de ver que Trump havia retomado como presidente o estilo belicoso que o caracterizou durante a campanha, Huber, como outros participantes, diminuíram a importância do assunto.
"É um líder mundial e agora está tomando o controle" dos assuntos públicos, assinalou.
Na sexta-feira, Trump esteve em uma fábrica da Boeing, onde "celebrou" os empregos americanos, um dos temas que reforçou durante a campanha eleitoral que o levou à Casa Branca.
"Mantra"
"Estamos aqui hoje para celebrar a engenharia americana e a fabricação americana. E também (...) para celebrar os empregos", afirmou um sorridente Trump diante de uma multidão entusiasmada que gritava "Estados Unidos, Estados Unidos" em um imenso hangar do construtor aeronáutico em Charleston, Carolina do Sul.
"Que Deus abençoe os Estados Unidos e que Deus abençoe a Boeing", concluiu no discurso, no qual reiterou promessas de sua campanha: sanções contra as empresas que transferirem seus postos ao exterior e redução de impostos.
A Boeing emprega 7.500 pessoas na Carolina do Sul e gera 100.000 empregos indiretos na região.
Gregg Newton/AFP / Gregg NewtonApoiadora do presidente americano, Donald Trump, em Melbourne, na Flórida, no dia 18 de fevereiro de 2017
"Este é nosso mantra: comprem produtos americanos e contratem americanos. Queremos produtos americanos feitos por mãos americanas", lançou Trump a partir de um palco instalado diante de um avião do novo modelo, o 787 Dreamliner.
Desde sua chegada à Casa Branca, o presidente multiplicou os anúncios de emprego tendo ao seu lado diretores de empresas.
O grupo de assessoria e serviços informáticos Accenture inclusive disse na sexta-feira que queria criar "15.000 novos postos altamente qualificados" nos Estados Unidos até o fim de 2020.
Embora o país registre uma taxa de desemprego baixa, de apenas 5%, e os salários tenham aumentado de forma constante, uma mistura de desindustrialização, efeitos da globalização e automatização atingiu setores da sociedade.
Primeiro mês complicado
O primeiro mês de Trump na Casa Branca foi marcado por uma gestão pobre e vários escândalos: milhões de pessoas nas ruas um dia após sua posse, o bloqueio judicial de seu decreto anti-imigração, e as revelações de contatos reiterados entre pessoas próximas a ele e funcionários russos de alto escalão, que levaram à renúncia de seu conselheiro de segurança nacional, Michael Flynn.
Este último caso levou o presidente a lançar um novo ataque aos meios de comunicação.
Pouco depois de pousar na sexta-feira na Flórida, onde passa seu terceiro fim de semana seguido em sua luxuosa residência de Mar-a-Lago, Trump recorreu ao Twitter, sua plataforma de comunicação preferida, para atacar a imprensa.
"Os MEIOS DE COMUNICAÇÃO MENTIROSOS (@nytimes em dificuldades, @NBCNews, @ABC, @CBS, @CNN) não são meus inimigos, são os inimigos dos americanos", escreveu no Twitter, retomando a expressão "fake news medida" que, por ser tantas vezes repetida, se tornou corrente no país.
AFP / SAUL LOEBO presidente americano, Donald Trump, em Washington DC, no dia 14 de fevereiro de 2017

Novo decreto migratório de Trump estará melhor preparado


AFP / Christof STACHEO secretário de Segurança Interior, John Kelly, em Munique, no dia 18 de fevereiro de 2017
O novo decreto sobre imigração preparado pela Casa Branca permitirá uma melhor aplicação que o texto anterior, suspenso pela Justiça americana, afirmou neste sábado o secretário de Segurança Interior, John Kelly.
"O presidente tem a intenção de publicar uma versão (do decreto) mais concisa e simplificada", disse durante a Conferência de Segurança, em Munique.
"Desta vez teremos a oportunidade de trabalhar para desenvolver o plano, sobretudo para evitar que alguém seja bloqueado pelo sistema".
Kelly voltou a assegurar que o primeiro decreto migratório do presidente Donald Trump não foi dirigido contra os muçulmanos, mas que se tratava de uma "pausa" para revisar os procedimentos migratórios sobre "alguns países, sete em particular", com o objetivo de garantir que nenhum "terrorista" entre no país.
Após a assinatura da polêmica ordem executiva que proibia a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de sete Estados de maioria muçulmana, muitos pessoas que tinham visto americano válido não puderam entrar no país e foram detidos nos aeroportos.
O texto criou tanta confusão entre as empresas aéreas e os aeroportos que a Associação do Transporte Aéreo Internacional (IATA) criticou sua entrada em vigor "sem coordenação nem aviso prévio".
Trump defendia, por sua vez, que tudo funcionava perfeitamente.
A Justiça americana suspendeu o decreto, que muitos críticos consideravam como discriminatório e anticonstitucional.

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