Acordo entre Rússia, Turquia e Irã sobre 'zonas de segurança' na Síria


AFP / STANISLAV FILIPPOV Participantes da quarta rodada de negociações de paz na Síria reunidos em Astana, em 4 de maio de 2017
Rússia e Irã, aliados do regime sírio, e Turquia, que apoia os rebeldes, assinaram nesta quinta-feira um memorando sobre a instalação de "zonas de segurança", chamadas de "zonas de desescalada", na Síria, destinadas a fazer cessar os combates neste país em guerra.
Os chefes das delegações dos três países, avalistas dos porta-vozes da paz em Astana, no Cazaquistão, firmaram um documento segundo uma jornalista da AFP presente no local.
Um dos membros da delegação rebelde protestou contra a assinatura deste documento por parte do Irã, que apoia o presidente Bashar al-Assad, e abandonou o salão.
O projeto de Moscou, divulgado na terça, durante uma conversa telefônica entre o presidente russo, Vladimir Putin, e seu colega americano, Donald Trump, foi discutido na quarta-feira em Astana, onde estão reunidos representantes do regime de Bashar al-Assad e dos rebeldes sírios, diplomatas russos, turcos e iranianos, e o enviado especial da ONU, Staffan de Mistura.
Mas, antes do encontro, os rebeldes anunciaram que se retiravam das negociações até que o exército sírio pare com os bombardeios.
Putin, que recebeu o presidente turco Recep Tayyip Erdogan na estância balneária de Sochi, às margens do Mar Negro, revelou seu projeto para alcançar "uma pacificação" na Síria e "um reforço do cessar-fogo", em uma coletiva de imprensa com o seu colega turco.
Para este fim, ele propôs a criação de "zonas de desescalada", um termo confuso que poderia aproximar-se da ideia de zonas tampão, sem a necessidade do envio de soldados para garantir o cessar-fogo.
Estas zonas, se criadas, deverão ser acompanhadas de áreas de exclusão aérea, desde "que não haja qualquer atividade militar nesses locais", indicou Putin.
O presidente russo disse que comunicou o seu projeto a Damasco, Teerã e também a Trump. "Se entendi bem, o governo dos Estados Unidos apoia a ideia", afirmou.


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