Após traição, CV orquestrou ataques para retomar morro em área estratégica do Rio

Após traição, CV orquestrou ataques para retomar morro em área estratégica do Rio

Paula Bianchi
Do UOL, no Rio

  • Jose Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo
A fim de tomar uma favela da facção rival TCP (Terceiro Comando Puro) na zona norte do Rio de Janeiro, o Comando Vermelho orquestrou ataques a ônibus em diversas partes da cidade nesta terça-feira (2). Em meio à avenida Brasil e à rodovia Washington Luís, duas das principais vias da capital fluminense, que permitem acesso à Baixada Fluminense, Minas Gerais e São Paulo, e na entrada da zona norte, a favela Cidade Alta, em Cordovil, é considerada pelo tráfico como ponto estratégico.
"A Cidade Alta está em um ponto estratégico para a movimentação na cidade, entre duas grandes rodovias, no começo do 'continente zona norte'", explicou o major Ivan Blaz, porta-voz da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
 
Ao menos sete ônibus e dois caminhões foram queimados. Após os ataques, moradores, entre eles, mulheres e crianças, fizeram saques a caminhões. Com bloqueios de trânsito em vias importantes do Rio, a cidade entrou em estágio de atenção.
 
Durante a manhã e a madrugada desta terça, moradores da Cidade Alta ficaram reféns do intenso tiroteio na comunidade. Após a chegada de batalhões da polícia, ao menos dois suspeitos morreram.
 

Traficante "virou a casaca"

Segundo o chefe da Polícia Civil do Rio, Carlos Augusto Leba, a Cidade Alta estava sob o comando do CV, mas o chefe da facção "virou a casaca" e passou para o lado do TCP. A mudança de comando aconteceu no final do ano passado. A tentativa de invasão da Cidade Alta contou com a ajuda de comunidades identificadas com o CV, como Borel, Formiga, favelas de Duque de Caxias (Baixada Fluminense), Salgueiro (São Gonçalo), Penha e Vila Cruzeiro.
 
A facção criminosa teria então articulado ataques a partir de presídios de segurança máxima fora do Rio de Janeiro. Para desmobilizar a polícia, que foi acionada por moradores da Cidade Alta, criminosos de favelas identificadas com o CV na Penha, Maré e em Caxias atearam fogo nos coletivos e caminhões.
 
Ao menos três ônibus foram incendiados na rodovia Washington Luís, na altura de Duque de Caxias, e outros quatro em três pontos da avenida Brasil, na zona norte.
 
"As queimas foram uma forma de desviar o foco da policia", afirmou o coronel da PM André Silva.
 
Ao ouvir os tiros de madrugada, moradores entraram em contato com a polícia que cercou o morro. Mais de 5.800 alunos da rede municipal ficaram sem aula nesta terça. A Polícia Militar prendeu 45 suspeitos, além de ter apreendido 32 fuzis, quatro pistolas e onze granadas durante operação na Cidade Alta e Parada de Lucas.
 
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Tráfico queima ônibus, trava trânsito e deixa 5.800 alunos sem aula no Rio11 fotos

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2.mai.2017 - Bombeiros controlam fogo em caminhão incendiado na rua do Alpiste, em frente ao mercado São Sebastião, no Rio de Janeiro. De acordo com a polícia, os ataques foram orquestrados por traficantes de drogas em represália a incursões da PM VEJA MAIS > Imagem: Jose Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo
 
 

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