O governo preparou
uma estratégia de guerra para vencer as votações da Reforma da
Previdência. A primeira delas acontece na comissão que analisa o texto
na Câmara dos Deputados e menos de uma semana depois da greve geral que
paralisou o país contra o andamento das propostas da gestão de Michel
Temer. No script do Planalto para aprovar a reforma estão previstas: a
punição de deputados infiéis com a exoneração de indicados políticos;
concessões para suavizar o texto; a liberação de emendas parlamentares; e
até a troca de membros que não acompanharam as discussões na comissão,
mas que têm voto assegurado por sua aprovação.
A manobra do governo para trocar membros da comissão repercutiu nas discussões desta tarde. “Manipulação grosseira”, atacou a deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ) em discurso contra as propostas. Segundo ela, o governo não tem votos para aprovar reforma. Já o deputado Alessandro Molon (Rede/RJ) afirmou que as trocas de integrantes buscam um “resultado artificial” da votação. Entre os parlamentares substituídos está o deputado do PSDB Eduardo Barbosa (MG), que foi trocado pelo líder do partido, Ricardo Tripoli (SP). No DEM, tornaram-se titulares na comissão os deputados Carlos Melles (MG) e José Carlos Aleluia (BA).
A manobra do governo para trocar membros da comissão repercutiu nas discussões desta tarde. “Manipulação grosseira”, atacou a deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ) em discurso contra as propostas. Segundo ela, o governo não tem votos para aprovar reforma. Já o deputado Alessandro Molon (Rede/RJ) afirmou que as trocas de integrantes buscam um “resultado artificial” da votação. Entre os parlamentares substituídos está o deputado do PSDB Eduardo Barbosa (MG), que foi trocado pelo líder do partido, Ricardo Tripoli (SP). No DEM, tornaram-se titulares na comissão os deputados Carlos Melles (MG) e José Carlos Aleluia (BA).
Contrário ao texto da reforma, o deputado Ivan Valente (PSOL/SP)
minimizou os votos que seriam “controláveis” no colegiado. “São poucos
os votos controláveis e até mudáveis na comissão, porque você pode
substituir parlamentar aqui e acolá. Esperamos que o crescimento desse
movimento de rejeição às reformas nas ruas e na opinião pública mostre
que esse tudo ou nada pode se transformar numa grande derrota do governo
Temer”, afirmou o deputado a The Intercept Brasil.
Na avaliação de Ivan Valente, os parlamentares não vão se suicidar politicamente. “Os deputados estão avaliando o que significa o desgaste de votar uma proposta como esta, que vai fazer com que eles não voltem [para um novo mandato nas eleições de 2018]. Eles sabem que, quanto mais aumentar a pressão popular e mais esclarecida estiver a população sobre as propostas, mais eles perdem as condições de votar. Então eles [do governo] vão retaliar e fazer benesses: cargos, emendas, compra de votos”, disse.
O deputado Pepe Vargas (PT/RS) também citou manobras da base do governo para que as aprovações das reformas sejam concluídas. “Os deputados que eram de partidos da base de apoio ao governo e que estavam se manifestando contrários à proposta foram retirados da comissão pelos líderes das bancadas. Então tem deputado que era titular e já deixou a comissão por ter se manifestando contra a proposta de reforma”, disse.
Vargas chama de “clientelismo rasteiro” a pressão do Planalto em cima dos deputados, especialmente quando o governo insinua que pode exonerar de cargos os aliados de parlamentares que não votarem de acordo com o Planalto. “Tem deputado que vai fazer a seguinte conta: ‘bom, o que me interessa manter meia dúzia de cargo no governo se depois eu não me reelejo? Então acho que isso vai falar mais alto”, argumentou Vargas.
O vice-líder revelou a estratégia que vem sendo usada em votações que precisam de quórum altos: segurar a votação para que haja uma “margem de segurança”. “Eu defendo que nós só podemos votar [a Reforma da Previdência] quando tivermos voto, no mínimo entre 320 e 330, a mesma estratégia com margem de segurança quando planejamos o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff”, disse.
Os recuos de última hora no texto fizeram que a discussão do dia se estendesse para além do previsto. Mas o governo tem pressa e ignora as pesquisas que mostram ampla rejeição às reformas. Segundo mensuração do Datafolha, 71% dos brasileiros rejeitam a Reforma da Previdência. O maior alvo das críticas está no tempo de contribuição.
Na avaliação de Ivan Valente, os parlamentares não vão se suicidar politicamente. “Os deputados estão avaliando o que significa o desgaste de votar uma proposta como esta, que vai fazer com que eles não voltem [para um novo mandato nas eleições de 2018]. Eles sabem que, quanto mais aumentar a pressão popular e mais esclarecida estiver a população sobre as propostas, mais eles perdem as condições de votar. Então eles [do governo] vão retaliar e fazer benesses: cargos, emendas, compra de votos”, disse.
O deputado Pepe Vargas (PT/RS) também citou manobras da base do governo para que as aprovações das reformas sejam concluídas. “Os deputados que eram de partidos da base de apoio ao governo e que estavam se manifestando contrários à proposta foram retirados da comissão pelos líderes das bancadas. Então tem deputado que era titular e já deixou a comissão por ter se manifestando contra a proposta de reforma”, disse.
Vargas chama de “clientelismo rasteiro” a pressão do Planalto em cima dos deputados, especialmente quando o governo insinua que pode exonerar de cargos os aliados de parlamentares que não votarem de acordo com o Planalto. “Tem deputado que vai fazer a seguinte conta: ‘bom, o que me interessa manter meia dúzia de cargo no governo se depois eu não me reelejo? Então acho que isso vai falar mais alto”, argumentou Vargas.
“O que está se fazendo é um realinhamento da base.”Vice-líder do governo, Beto Mansur (PRB/SP) relativizou as críticas da oposição. “O que está se fazendo é um realinhamento da base”, afirmou Mansur sobre a dança de cadeiras nas comissões e as recentes demissões de aliados dos deputados.
O vice-líder revelou a estratégia que vem sendo usada em votações que precisam de quórum altos: segurar a votação para que haja uma “margem de segurança”. “Eu defendo que nós só podemos votar [a Reforma da Previdência] quando tivermos voto, no mínimo entre 320 e 330, a mesma estratégia com margem de segurança quando planejamos o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff”, disse.
Os recuos de última hora no texto fizeram que a discussão do dia se estendesse para além do previsto. Mas o governo tem pressa e ignora as pesquisas que mostram ampla rejeição às reformas. Segundo mensuração do Datafolha, 71% dos brasileiros rejeitam a Reforma da Previdência. O maior alvo das críticas está no tempo de contribuição.
A fim de acelerar a tramitação da reforma previdenciária, o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ), encerrou a sessão do
plenário desta quarta para não atrapalhar o andamento da votação. No
Planalto a determinação de primeira ordem aos líderes aliados é para
acelerar a tramitação, mesmo que isso acarrete em mais atropelos
regimentais.
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