Presença das Forças Armadas nas ruas do DF até dia 31 'é um excesso', diz Maia Presidente da Câmara pediu a Temer que autorizasse Força Nacional a reforçar segurança na Esplanada. Governo, então, anunciou que Forças Armadas atuarão no DF até semana que vem.


O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), durante entrevista coletiva nesta quarta (24) (Foto: Bernardo Caram/G1)


Presença das Forças Armadas nas ruas do DF até dia 31 'é um excesso', diz Maia

Presidente da Câmara pediu a Temer que autorizasse Força Nacional a reforçar segurança na Esplanada. Governo, então, anunciou que Forças Armadas atuarão no DF até semana que vem.

decreto assinado por Temer foi publicado em uma edição extra do "Diário Oficial da União" e prevê o emprego das Forças Armadas entre 24 e 31 de maio. A ordem é assinada pelo presidente, por Jungmann e pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen.
"O senhor presidente [Michel Temer] decretou, por solicitação do senhor presidente da Câmara [Rodrigo Maia], a ação de garantia da lei e da ordem", disse Jungmann.
"Nesse instante, tropas federais se encontram neste palácio [do Planalto], no Palácio do Itamaraty e logo mais estarão chegando tropas para assegurar que os prédios dos ministérios sejam mantidos incólumes", completou o ministro da Defesa.
Raul Jungmann não respondeu a perguntas de jornalistas, mas acrescentou que a manifestação na Esplanada dos Ministérios estava prevista como pacífica, mas "degringolou na violência, no vandalismo, no desrespeito, na agressão ao patrimônio público e na ameaça às pessoas".

Tumulto na Câmara e reação de Maia

Logo após o pronunciamento de Jungmann, deputados da oposição começaram a criticar no plenário da Câmara a convocação das Forças Armadas. Houve confusão e um empurra-empurra generalizado. A sessão chegou a ser suspensa.
Então, o presidente da Câmara decidiu falar sobre o assunto no plenário e chamar líderes ao seu gabinete para explicar o que ocorreu.
"Eu pedi o apoio das Forças Nacionais, sim. Agora, qual foi o instrumento que ele [Raul Jungmann] usou foi uma decisão do governo", disse Maia.
Ele também justificou o seu pedido. "Agora, de fato, o ambiente na Esplanada era grave e, para garantir a segurança tanto dos manifestantes quanto daqueles que trabalham na Esplanada e no Congresso, eu fui ao presidente que a Força Nacional pudesse colaborar neste momento junto com a Polícia do Distrito Federal."
Mais cedo, durante a sessão da Câmara, já havia ocorrido outro episódio com muita gritaria, troca de empurrões e acusações entre parlamentares contra e a favor do governo Temer (veja no vídeo abaixo).

Deputados da oposição e da base trocam gritos no plenário da Câmara; vídeo

Repercussão

decisão de Temer foi criticada por deputados e senadores de oposição e até mesmo da base aliada do presidente. O decreto também repercutiu no Supremo Tribunal Federal.
"Voto um pouco preocupado com o contexto, e espero que a notícia não seja verdadeira. O chefe do Poder Executivo teria editado decreto autorizando uso das Forças Armadas no Distrito Federal no período de 24 a 31 de maio", disse o ministro do STF Marco Aurélio Mello.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu uma reunião conjunta do Congresso para que os parlamentares discutissem e sustassem o decreto de Temer. Mas a convocação foi rejeitada por Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente do Senado.
Manifestação, repressão, black blocks é polícia que resolve. Chamar as Forças Armadas num momento grave da vida nacional. Isso é um crime de lesa-pátria, isso sim é que é contra a Constituição”, afirmou o senador Randolfe Rodrigues.

Entenda a GLO

Realizadas exclusivamente por ordem expressa da Presidência da República, as missões da garantia de lei e ordem (GLO) ocorrem nos casos em que há, segundo o Ministério da Defesa, "o esgotamento das forças tradicionais de segurança pública, em graves situações de perturbação da ordem".
Ainda de acordo com o ministério, nessas ações, as Forças Armadas "agem de forma episódica, em área restrita e por tempo limitado, com o objetivo de preservar a ordem pública, a integridade da população e garantir o funcionamento regular das instituições".
De acordo com o manual de aplicação da GLO publicado pelo governo em 2014, para a Copa do Mundo, o foco de atuação é contra os chamados Agentes de Perturbação da Ordem Pública (APOP), e "ameaças".
Ainda segundo este manual, APOP "são pessoas ou grupos de pessoas cuja atuação momentaneamente comprometa a preservação da ordem pública ou ameace a incolumidade das pessoas e do patrimônio".
Por "ameaças", acrescenta, entende-se "atos ou tentativas potencialmente capazes de comprometer a preservação da ordem pública ou ameaçar a incolumidade das pessoas e do patrimônio".

Íntegra

Leia abaixo a íntegra do pronunciamento do ministro Raul Jungmann:
Boa tarde a todos e a todas,
Incubiu-me o senhor presidente da República, em companhia do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, comunicar aos senhores o seguinte:
Atendendo à silicitação do senhor presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas também levando em conta, fundamentalmente, que uma manifestação que estava prevista como pacífica, ela degringolou na violência, no vandalismo, no desrespeito, na agressão ao patrimônio público, na ameaça às pessoas, muitas delas servidores que se encontram aterrorizados e que estamos garantindo neste momento a sua evacuação, o senhor presidente da República decretou, por solicitação do senhor presidente da Câmara, uma ação de garantia da lei e da ordem.
Neste instante, tropas federais já se encotnram aqui neste palácio, no Palácio do Itamaraty e, logo mais, estão chegando tropas para assegurar que os prédios dos ministérios sejam mantidos incólumes.
O senhor presidente da República faz questão de ressaltar que é inaceitável a baderna, que é inaceitável o descontrole e que ele não permitirá que atos como esse venham a turbar o processo que se desenvolve de forma democrática e com respeito às instituições.
Era isso que tínhamos de dizer aos senhores e às senhoras, muito obrigado pela atenção.


Presença das Forças Armadas nas ruas do DF até dia 31 'é um excesso', diz Maia

Presidente da Câmara pediu a Temer que autorizasse Força Nacional a reforçar segurança na Esplanada. Governo, então, anunciou que Forças Armadas atuarão no DF até semana que vem.


Por Bernardo Caram, G1, Brasília
24/05/2017 18h21  Atualizado há menos de 1 minuto
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), durante entrevista coletiva nesta quarta (24) (Foto: Bernardo Caram/G1)
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), durante entrevista coletiva nesta quarta (24) (Foto: Bernardo Caram/G1)
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), avaliou nesta quarta-feira (24) que a decisão do presidente Michel Temer de autorizar a presença das Forças Armadas nas ruas do Distrito Federal até o próximo dia 31 de maio "é um excesso".
Coube ao ministro da Defesa, Raul Jungmann, anunciar, mais cedo, a decisão do governo federal. O uso das Forças Armadas para a chamada garantia da lei e da ordem (GLO) foi autorizado pelo presidente Temer após milhares de manifestantes ocuparem a Esplanada dos Ministérios para pedir a saída dele do governo.
Em meio ao protesto, que começou pacífico, houve tumulto e alguns manifestantes entraram em confronto com policiais. Mascaradas, algumas pessoas atearam fogo nas imediações de alguns ministérios.
"O que tiver base legal, o presidente pode tomar decisão com base em sua equipe de segurança", disse Rodrigo Maia nesta quarta, acrescentando:
"O decreto, com validade até o dia 31, é um excesso, sem dúvida nenhuma."
Ao anunciar a decisão de Temer, o ministro Raul Jungmann disse que o presidente atendeu a um pedido de Rodrigo Maia, mas, segundo o presidente da Câmara, não foi pedida a presença das Forças Armadas, mas, sim, da Força Nacional de Segurança, vinculada ao Ministério da Justiça (veja uma reprodução do ofício de Maia mais abaixo).
O deputado, após o pronunciamento de Jungmann, disse ter ligado para o presidente Michel Temer para pedir que a Força Nacional apoiasse a Polícia Militar do Distrito Federal nos trabalhos relacionados à manifestação na Esplanada contra Temer.
No fim da tarde, o presidente Michel Temer decretou "ação de garantia da lei e da ordem" e, com isso, tropas federais das Forças Armadas passarão a reforçar a segurança na região da Esplanada dos Ministérios por uma semana.
"O ministro da Defesa veio a público dizendo que o decreto tinha sido um pedido meu. Não é verdade (...) Espero que o ministro da Defesa possa repor a verdade", disse o presidente da Câmara.
copiado http://g1.globo.com/politica/

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

Ao Planalto, deputados criticam proposta de Guedes e veem drible no teto com mudança no Fundeb Governo quer que parte do aumento na participação da União no Fundeb seja destinada à transferência direta de renda para famílias pobres

Para ajudar a educação, Políticos e quem recebe salários altos irão doar 30% do soldo que recebem mensalmente, até o Governo Federal ter f...