Vinte empresas brasileiras são impedidas de exportar carne para UE

Vinte empresas brasileiras são impedidas de exportar carne para UE

AFP/Arquivos / Yasuyoshi Chiba(Arquivo) Foto tirada em 24 de março de 2017 mostra funcionário vendendo carne durante inspeção do Procon em um supermercado do Rio de Janeiro
A União Europeia vai proibir 20 estabelecimentos brasileiros de exportarem carne para o continente, mais de um ano após o escândalo deflagrado pela Operação Carne Fraca, anunciou nesta quinta-feira (19) a Comissão Europeia.
"Os Estados-membros votam (unanimemente) a favor da retirada de 20 estabelecimentos brasileiros cujas importações de carne de produtos a base de carne (especialmente aviários) estão atualmente autorizadas", anunciou uma porta-voz do Executivo europeu em um curto comunicado.
A retirada é uma resposta às "deficiências detectadas no sistema de controle oficial brasileiro", explicou.
As empresas não resolver exigências da UE formuladas após uma auditoria.
Em março de 2017, o escândalo foi revelado após a Polícia Federal revelar que agentes dos serviços sanitários tinham sido subornados por empresas do setor para certificar carne - principalmente bovina - adulterada.
Após a Carne Fraca, vários países suspenderam momentaneamente suas importações de carne do Brasil, maior exportador mundial de carne bovina e de aves - inclusive a UE, que exigiu uma auditoria do setor.
A retirada das empresas, decidida por um comitê de especialistas de cada Estado-membro, passa a ser aplicada 15 dias após a publicação da decisão no Diário Oficial.
As discussões sobre a qualidade da carne brasileira são um dos entraves para o acordo de livre-comércio entre UE e Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai).

Antiga prisão do Estado Islâmico, estádio de Raqqa reencontra o futebol

AFP / Delil souleimanO estádio de Raqqa, usado como prisão pelo grupo jihadista Estado Islâmico e muito deteriorado pela guerra, em 16 de abril 2018
O estádio de Raqqa, utilizado como prisão pelo grupo Estado Islâmico (EI), ainda apresenta as marcas de tiros nas arquibancadas.
Aziz al Sajer, que permaneceu um mês preso entre os muros do estádio, voltou ao local, mas desta vez para disputar uma partida de futebol.
"Durante três anos, com o EI, estivemos privados do esporte", lamentou Al Sajer, que recuperou seu lugar na equipe de futebol de Raqqa, o Al Rashid.
"Eles odiavam futebol, nós jogávamos escondidos", completa o jovem atleta de 25 anos.
Ex-capital do califado dos jihadistas no norte da Síria, a metrópole vem recuperando um ar de normalidade desde que foi retomada em outubro de 2017 por uma coalizão de curdos e árabes apoiada pelos Estados Unidos.
Os habitantes voltam a se divertir com o futebol, um passatempo visto com maus olhos pelos jihadistas, que impuseram sua rigorosa interpretação do Islã.
O Al Rashid enfrenta o Al Sad, a equipe da cidade vizinha de Tabqa, sobre um campo de jogo mais de terra do que de grama.
É paradoxal que o estádio hoje sedie jogos de um campeonato organizado entre equipes de diversas cidades sob o controle das Forças Democráticas Sírias (FDS), a coalizão curdo-árabe que está na vanguarda da luta contra o EI.
Nas quase desertas arquibancadas do imenso estádio, é possível avistar somente algumas dezenas de torcedores. Homens em sua maioria, mas também mulheres, numa cidade em que os jihadistas haviam proibido a presença conjunta dos dois sexos.
AFP / Delil souleimanNas danificadas tribunas do esádio de Raqqa, um grupo de espectadores espera o início de uma partida, 16 de abril 2018
Como em qualquer outra região do mundo, cada gol é comemorado com gritos e cantos.
"O EI confiscou todas nossas camisas, e nossa roupa devia ir até abaixo dos tornozelos", lembra Aziz al-Sajer: "Não podíamos mostrar o nome do Real Madrid ou do Barça nas camisas. Podíamos ir presos por isso".
- "Esporte é a vida" -
O subsolo do estádio foi transformado na principal prisão da cidade. Durante um mês, o jovem jogador teve sua liberdade privada pelos jihadistas.
Ex-jogador do exército do regime, Aziz decidiu desertar, encontrando refúgio na cidade natal. Acabou sendo preso após as investigações realizadas pelo EI.
AFP / Delil souleimanO diretor técnico do Al Sadd conversa com seus jogadores antes da partida, em 16 de abril 2018
Os vestiários conservam as marcas daquela época. Cartuchos de munição podem ser encontrados no chão. É possível ler 'Sala de interrogatório' na entrada de uma das dependências. Nas paredes, mensagens de desespero dos prisioneiros: "Ajude-nos, Deus nosso".
"É o primeiro campeonato de futebol após a libertação da cidade do terrorismo do EI", comemora uma das organizadoras, Nachoua Ramadan, responsável pela comissão de esporte e juventude do conselho civil de Raqqa, que administra a cidade.
"O Daesh foi embora, e com ele o medo. Temos projetos para o esporte feminino", afirma, utilizando a termo árabe para o EI.
Nas arquibancadas, os poucos torcedores que vieram de Tabqa incentivam seus jogadores. "Al-Sad! Al-Sad! Vamos atrás do quarto gol!", cantam, no momento em que a equipe vence por 3 a 1. Sua cidade também tinha caído nas mãos do EI.
Milhares de pessoas voltaram a Raqqa, que ficou despovoada durante os combates entre o Estado Islâmico e as FDS.
A cidade do norte da Síria também foi alvo de bombardeios aéreos da coalizão internacional contra o EI. Mas a atividade voltou aos mercados, embora alguns bairros continuem em ruínas.
Mohamed al-Harouni, que mora perto de Raqqa, foi ao estádio com seu sobrinho para apoiar a equipe local. "Temos esperanças de que a situação melhore no futuro, esta partida é prova disso. O futebol é vida", afirma.
copiado https://www.afp.com/pt/


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