Keiko Fujimori é levada para uma prisão de Lima
AFP / ERNESTO BENAVIDESUm veículo da polícia leva a líder da oposição Keiko Fujimori à prisão de Santa Mónica, em Lima, em 1º de novembro de 2018
A líder opositora peruana Keiko Fujimori foi levada nesta quinta-feira (1) para uma prisão de Lima, um dia depois de a Justiça lhe impor prisão preventiva por 36 meses, acusada de receber contribuições ilegais da empreiteira Odebrecht, informou o Instituto Nacional Penitenciário.
Keiko, de 43 anos, foi para o Estabelecimento Penitenciário de Mulheres de Chorrillos, no sul da capital peruana, depois da decisão de um tribunal na quarta.
Em sua entrada na prisão houve alguns inconvenientes devido à presença de simpatizantes do partido Força Popular que gritavam "Keiko, valente, aqui está sua gente!".
"A única medida necessária em seu caso é, sem dúvidas, a prisão preventiva", pois ela interferiu nos poderes do Estado, como o Congresso, e tentou obstruir a Justiça, argumentou o juiz na quarta-feira.
Após o anúncio da decisão do juiz, Keiko abraçou seu marido, Mark Vito Villanella, antes de ser conduzida à prisão por vários agentes da polícia.
"É duro, mas ela é uma mulher forte. Pode passar três ou 10 anos na prisão, ela não vai deixar a política", disse Villanela.
Ao acatar o pedido de um procurador anticorrupção, o juiz Richard Concepción Carhuancho decretou prisão preventiva por 36 meses à primogênita do ex-presidente Alberto Fujimori, cujo partido controla o Congresso, mas agora enfrenta uma crise interna.
O magistrado indicou que existia a "suspeita grave" de que Keiko dirigia uma "organização criminosa de fato dentro do partido" fujimorista, que lavava dinheiro de origem ilícita.
A ordem de prisão preventiva foi pedida pelo procurador José Domingo Pérez, que a acusa de receber 1,2 milhão de dólares dados de forma ilegal pela empreiteira para a sua campanha de 2011.
AFP / Gustavo IZUS, Nicolas RAMALLOKeiko Fujimori
A advogada de Keiko, Giuliana Loza, disse à rádio RPP que na segunda-feira apelará da medida. "Não estivemos diante de um juiz imparcial", comentou Loza.
O juiz afirmou que essa "organização criminosa" integrada por 13 pessoas tomava as decisões no partido fujimorista passando "por cima do comitê político" e da bancada parlamentar.
O objetivo da organização era "ter acesso ao poder político e, uma vez no poder, cometer crimes de corrupção", expressou Carhuancho, que agora precisa resolver os pedidos de prisão de outros 10 acusados no mesmo caso. A audiência continuará na segunda-feira.
O juiz levou quase oito horas para fundamentar a sua decisão, argumentando que o Tribunal Constitucional fixou um "padrão muito mais exigente" para a prisão preventiva quando, em junho, libertou o ex-presidente Ollanta Humala e sua esposa Nadine Heredia.
Eles eram os únicos políticos peruanos que, antes de Keiko, foram presos (nove meses) pelo caso da Odebrecht. Heredia esteve detida na mesma prisão de Keiko.
Enquanto isso, Miguel Torres, coordenador do Força Popular, disse à imprensa que "Keiko é a primeira presa política no Peru".
O juiz Carhuancho baseou a sua sentença contra Keiko na "autoria mediata", do jurista alemão Claus Roxin, a invocada anteriormente pela Justiça para condenar seu pai.
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