ELEIÇÕES LEGISLATIVAS NOS EUA
Partido de Trump perde maioria na Câmara, mas mantém no Senado
- Democratas tiram republicanos do comando de 4 estados americanos
- Trump se gaba de 'tremendo sucesso' nas eleições legislativas dos EUA
- Democrata do Colorado, Jared Polis é o 1º governador abertamente gay
Partido de Trump perde maioria da Câmara, mas mantém comando no Senado
- Ralph Freso/Getty Images/AFPMilitante do Partido Republicano observa tela mostrando as cadeiras definidas nas
O Partido Republicano, de Donald Trump, perdeu a maioria da Câmara de Deputados dos Estados Unidos e manteve o domínio no Senado após as eleições de metade de mandato, nesta quarta-feira (7), numa votação que também indica a avaliação dos eleitores ao trabalho do presidente após quase dois anos no cargo. A apuração ainda está em andamento em alguns estados.
A vitória dos democratas na Câmara tira de Trump a hegemonia no Congresso e pode complicar os projetos da Casa Branca em áreas delicadas para o presidente como saúde, imigração e aprovação do orçamento do governo.
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Os democratas também poderão tomar controle de comissões importantes da Casa e investigar Trump mais profundamente, nas denúncias sobre possível conflito de interesse do presidente a suas empresas e as supostas ligações da campanha de Trump de 2016 com o governo russo. Com a Câmara democrata, a Casa Branca fica sob fiscalização mais intensa.
Ao mesmo tempo, com o controle do Senado, o presidente ainda se mantém forte, por exemplo, para enfrentar uma eventual acusação de impeachment, defendida por democratas mais radicais.
Os votos dos eleitores americanos, que compareceram em número recorde, segundo as primeiras informações, indicam que Trump terá desafios na briga para ser reeleito em 2020. O partido do presidente consolidou ainda mais seu domínio em estados tradicionalmente republicanos e teve vitórias importantes em locais-chave como Flórida e Ohio, mas perdeu força em Michigan, Pensilvânia e Wisconsin e Michigan, fundamentais para a vitória de Trump em 2016.
Todas as 435 cadeiras da Câmara estavam em disputa. Os democratas começaram o dia precisando conquistar pelo menos 24 cadeiras a mais para ganhar a maioria, número que já foi atingido. Há possibilidade de essa bancada opositora aumentar mais após o fim da apuração.
Ao mesmo tempo, o Senado tinha 35 das 100 cadeiras em disputa, a maioria de democratas, e as pesquisas indicavam que seria difícil para a oposição tirar a vantagem mínima dos republicanos, que estavam com 51 cadeiras. Isso também se confirmou, com os republicanos na expectativa de aumentar a maioria após a contagem final das votos.
Além da Câmara e do Senado, 36 dos 50 estados norte-americanos elegeram governadores, com os democratas conquistando algumas vitórias em locais antes comandados por republicanos, em mais uma indicação de força da oposição.
Mesmo sem a obrigatoriedade do voto, a expectativa é que o comparecimento às urnas seja alto, afirmou o especialista Michael McDonald, da Universidade da Flórida, à agência AFP.
Entre os indícios estão as longas filas de pessoas esperando para votar, exibidas nas redes de televisão, e a antecipação de pelo menos 38 milhões de votos nos estados que permitem essa modalidade, 40% a mais que nas eleições de meio de mandato de 2014.
Como funcionam as eleições de meio de mandato
As eleições de meio de mandato do presidente tendem a dar maioria à oposição --a exceção recente foi o republicano George W. Bush em 2002, com o país ainda abalado pelo 11 de Setembro. Analistas na mídia americana, porém, avaliaram este pleito como mais "plebiscitário" do que os demais.
As disputas das eleições de meio de mandato são regionais, mas o saldo é outro indicativo do tamanho do poder de democratas e republicanos sobre a população dos EUA a partir de 2019.
Câmara dos Deputados
- Em jogo: Todas as 435 cadeiras, renovadas a cada dois anos
- Divisão até 2018: 235 republicanos, 193 democratas e 7 cadeiras vagas
- Resultado parcial (até 7h): 219 democratas, 193 republicanos (23 ainda indefinidos)
Senado
- Em jogo: 35 de 100 cadeiras, incluindo dos 5 estados mais populosos (Califórnia, Texas, Flórida, Nova York e Pensilvânia)
- Divisão atual: 51 republicanos e 49 democratas.
- Resultado parcial (até 7h): 51 republicanos e 45 democratas (4 ainda indefinidos)
Governos de estado
- Em jogo: 36 estados (entre 50), incluindo os 5 mais populosos
- Divisão atual: 33 republicanos, 16 democratas e 1 independente
- Resultado parcial (até 7h40): 25 republicanos e 22 democratas (3 ainda indefinidos)
Democratas vencem em quatro estados republicanos
Os democratas assumiram o comando de quatro governos dos republicanos, nos estados de Novo México, Michigan, Illinois e Kansas.
No Novo México, ganhou a congressista hispânica Michelle Luján Grisham, enquanto em Michigan a vitória foi de Gretchen Whitmer e em Illinois, de J.B. Pritzker.
Este último, herdeiro da rede hoteleira Hyatt, se transformará no político mais rico do país, com uma fortuna estimada em US$ 3,2 bilhões, acima do presidente Donald Trump, cujos bens somam US$ 3,1 bilhões, segundo a revista "Forbes".
No Kansas, a democrata Laura Kelly derrotou o candidato republicano Kris Kobach, um aliado de Trump, que tinha vencido as primárias republicanas para substituir o atual governador, o conservador Jeff Colyer.
Além disso, os democratas mantiveram os governos de Nova York, Pensilvânia, Minesota e Rhode Island; enquanto os republicanos fizeram o mesmo com os de Texas, Oklahoma, Wyoming, Arkansas, Tennessee, Alabama, Carolina do Sul, Maryland, Massachusetts e Nebrasca.
Por sua parte, o progressista Jared Polis se transformou no primeiro candidato abertamente homossexual a comandar um estado na história dos EUA com seu triunfo no Colorado contra o republicano Walker Stapleton, segundo as projeções de vários meios de comunicação.
* Com agências internacionais
copiado https://noticias.uol.com.br/internacional
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