Sauditas querem reduzir produção mundial de petróleo em 1 milhão de barris/dia. Negociações do Brexit estão em fase de 'desfecho', diz May



AFP / KARIM SAHIBO ministro da Energia saudita, Khaled Al Faleh (no centro), acompanhadao de seus colegas dos Emirados Árabes, Suheil al Mazruei (esquerda), e da Rússia, Alexander Novak (direita), durante uma reunião em Abu Dhabi, em 11 de novembro de 2018










Sauditas querem reduzir produção mundial de petróleo em 1 milhão de barris/dia






A Arábia Saudita anunciou nesta segunda-feira (12) que considera indispensável reduzir a produção mundial de petróleo em 1 milhão de barris ao dia (mbd) a fim de equilibrar o mercado. Este anúncio ocorre em um contexto de queda do preço da commodity, que desperta temores de piora da cotação, como se deu em 2014.
"A análise técnica que estudamos ontem (domingo) revela que devemos reduzir 1 milhão de barris por dia para equilibrar o mercado", disse o ministro de Energia saudita, Jaled Al Faleh, em uma reunião de países membros e não membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) em Abu Dabi.
Na véspera, Faleh tinha anunciado que Riad, o maior produtor mundial, ia reduzir sua própria produção e diminuir em dezembro suas exportações de 500 mil barris diários, em relação a novembro.
A Arábia Saudita, que recentemente executou uma série de projetos para superar sua dependência excessiva do petróleo, sofreu muito financeiramente nos últimos anos, após aqueda das cotações de 2014.
Em reação às últimas declarações de Riad, o "light sweet crude" (WTI), petróleo de referência nos Estados Unidos, e o barril de Brent do Mar do Norte, referência europeia, subiam mais de um dólar nesta segunda-feira.
Devido ao aumento da produção de alguns dos principais países produtores e ao receio de queda na demanda, os preços do petróleo perderam cerca de 20% em um mês, após ter atingido seu nível mais alto em quatro anos no início de outubro.
O barril de Brent foi cotado abaixo de 70 dólares nesta sexta-feira pela primeira vez desde abril. Já o West Texas Intermediate (WTI) ficou abaixo dos 60 dólares - um mínimo em nove meses.
Apesar dos sinais de desaceleração da demanda, a Arábia Saudita, a Rússia, o Kuwait e o Iraque aumentaram recentemente sua produção da commodity, e os Estados Unidos, o de petróleo de xisto.
A decisão oficial sobre uma redução da produção mundial será tomada durante uma reunião marcada para 5 de dezembro, em Viena, entre os países não membros da Opep e os 15 integrantes da organização, disse o ministro saudita.
- 'Novas estratégias' -
Antes deste prazo, os produtores permanecerão atentos aos sinais do mercado. Eles podem flutuar, mas "se tivermos que reduzir a produção de 1 milhão de barris por dia, vamos fazê-lo", insistiu o ministro da Energia da Arábia Saudita.
Seu equivalente russo, Alexander Novak, foi mais comedido ao declarar à Bloomberg nesta segunda-feira que prefere não "se concentrar apenas no declínio da produção", mas "ver como o mercado evolui". "Nosso objetivo final é a estabilidade", disse ele.
Por parte dos Emirados Árabes Unidos, o ministro da Energia, Suheil al Mazruei, afirmou que uma nova estratégia era "necessária" e que não passaria por um aumento da produção.
O Iraque, membro da Opep, "concorda com qualquer decisão a favor da estabilidade dos mercados de petróleo e do retorno ao equilíbrio", disse à AFP o porta-voz do Ministério do Petróleo, Assim Jihad.
A recente queda dos preços responde principalmente à menor demanda da China - o maior importador mundial - e ao impacto, abaixo do esperado, das sanções americanas contra o setor energético iraniano, que ameaçaram reduzir a oferta mundial e elevar os preços.
Com a perspectiva dessas sanções, Moscou e Riad, dois dos três maiores produtores mundiais, alteraram em junho seu acordo de limitação de produção para extrair mais e compensar uma queda nas exportações iranianas.
No domingo, os principais produtores afirmaram que a oferta mundial de petróleo irá superar a demanda no próximo ano, apelando para a adoção de "novas estratégias" baseadas em ajustes de produção.


Negociações do Brexit estão em fase de 'desfecho', diz May

AFP / Daniel LEAL-OLIVASA premiê britânica, Theresa May, em outubro de 2018
A primeira-ministra britânica, Theresa May, garantiu nesta segunda-feira (12) à noite que as negociações do Brexit entre Londres e Bruxelas estão em fase de "desfecho", em um discurso a autoridades do distrito financeiro de Londres.
"As negociações da nossa retirada estão agora em sua fase de desfecho. Trabalhamos extremamente duro, toda a noite, para avançar nos problemas que restam resolver, que são importantes", afirmou a dirigente britânica no banquete anual do prefeito de Londres.
May classificou as discussões como "imensamente difíceis" e anunciou que não aceitará um acordo "a qualquer preço".
Ambas as partes lutam para chegar a um acordo sobre a maneira de assegurar uma fronteira invisível entre a província britânica da Irlanda do Norte e a República da Irlanda.
Em um encontro com os 27 ministros europeus das Relações Exteriores, o chefe negociador da União Europeia (UE), Michel Barnier, declarou na segunda-feira que "ainda não se chegou" a um acordo e que os "intensos esforços" continuam.
Segundo uma fonte do governo britânico, esta quarta-feira é a data-limite para conseguir um acordo final de retirada que possa ser selado durante uma cúpula extraordinária em novembro.
O calendário inicial previa que as negociações estariam concluídas antes da cúpula europeia de meados de outubro.
O tempo urge tanto para a União Europeia quanto para o Reino Unido, já que ambos os Parlamentos devem ratificar o acordo de retirada antes da data de materialização do divórcio, em 29 de março de 2019.
Theresa May se encontra em uma posição difícil, considerando-se as divergências internas em seu partido conservador sobre o objetivo a alcançar nas negociações do Brexit e a posição de seu aliado, o partido nanico norte-irlandês DUP. Indispensável para conservar sua maioria absoluta no Parlamento, esta pequena sigla se opõe a um tratamento diferenciado da Irlanda do Norte em relação ao restante do Reino Unido.

copiado https://www.afp.com/pt




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