Mônica Bergamo
Senado vota de surpresa pauta de aumento para o STF
Eunício surpreende colegas; relator diz que reajuste será 1ª pauta-bomba armada para Bolsonaro
7.nov.2018 às 8h34
O Senado Federal pode aprovar nesta
quarta (7) projetos de lei que aumentam o salário dos ministros do
STF (Supremo Tribunal Federal) de R$ 33 mil para R$ 39 mil, mesmo
valor que seria estabelecido para o cargo de procurador-geral da
República.
Os reajustes podem levar a um aumento
cascata para juízes, procuradores, promotores e parlamentares de
todo o país, no que seria a primeira pauta-bomba armada para o
governo de Jair Bolsonaro, segundo o senador Ricardo Ferraço
(PSDB-ES).
"Não se trata de um
busca-pé. É um míssil Exocet", diz ele. "O impacto nas
contas públicas nacionais será de cerca de R$ 6 bilhões por ano. É
uma covardia com o povo brasileiro", completa.
A proposta, que já tinha sido aprovada
na Câmara dos Deputados, estava parada na Comissão de Assuntos
Econômicos desde 2016. Ferraço foi o relator da matéria e deu um
voto contrário ao aumento.
Na noite de terça (6), o presidente do
Senado, Eunício de Oliveira, colocou em votação no fim da sessão
do plenário um requerimento pedindo a inclusão dos dois projetos na
pauta do Senado ainda nesta quarta (7).
A iniciativa de Oliveira pegou de
surpresa e contrariou vários senadores. Eles acham que o presidente
forçou a votação sem aviso prévio.
"Em oito anos que estou no Senado,
nunca vi nada parecido: um presidente avocar uma matéria para ir ao
plenário sem conversar com a comissão em que ela tramita",
afirma Ferraço.
Para ele, conceder o aumento é "uma
total irresponsabilidade no momento de crise que atravessamos nas
finanças públicas. Como estados quebrados como Minas Gerais, Rio de
Janeiro e Rio Grande do Sul vão fazer frente a esses reajustes, que
certamente virão?", questiona ele.
copiado https://noticias.uol.com.br/ultimas/
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