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03/07/2015 - 20:20
Brasil investiga 15 bancos internacionais por manipulação do câmbio
AFP / Vanderlei Almeida
Notas de real são vistas no Rio de Janeiro, em 19 de dezembro de 2011
O Cade informou, em nota emitida na última quinta-feira, que há fortes indícios de práticas anticompetitivas de fixação de preços e condições comerciais entre as instituições comerciais concorrentes. Essas condutas teriam acontecido entre 2007 e 2013.
De acordo com o Cade, esses bancos teriam formado um cartel para fixar níveis de preço (spread cambial); coordenar a compra e venta de moedas e propostas de preços para os clientes; além de dificultar e/ou impedir a atuação de outros operadores no mercado de câmbio envolvendo a moeda brasileira.
As outras 13 instituições investigadas são Banco Standard de Investimentos, Banco Tokyo-Mitsubishi UFJ, Barclays, Credit Suisse, Deutsche Bank, JP Morgan Chase, Merrill Lynch, Morgan Stanley, Nomura, Royal Bank of Canada, Royal Bank of Scotland, Standard Chartered e UBS.
O Cade também investigará a manipulação de índices de referência do mercado de câmbio através do alinhamento de suas compras e vendas de moeda.
Segundo o organismo, as práticas anticompetitivas aconteciam pelos chats na plataforma Bloomberg por operadores que se autodenominavam "o cartel" e "a máfia".
Os acusados serão notificados para apresentar sua defesa em um prazo de até 30 dias. O Cade não identificou as 30 pessoas que também serão investigadas por sua atuação na manipulação da taxa de câmbio do dólar americano e outras moedas estrangeiras.
A nota oficial afirma que também há evidências de que os bancos investigados compartilharam informações sobre o mercado cambial, como negociações, contratos e preços futuros; pedidos de clientes; estratégias de negociação, posições confidenciais e fluxos, entre outras.
O Cade ressaltou que todas as supostas condutas teriam comprometido a concorrência, prejudicando as condições e os preços pagos pelos clientes em suas operações cambiais, de modo a aumentar os lucros das empresas representadas, além de distorcer os índices de referência.
Segundo o organismo, a investigação começou com um acordo entre o Cade e o Ministério Público Federal pelo qual um dos participantes do cartel denuncia ilícitos nos quais participa e se compromete a colaborar para obter uma redução de pena.
O Cade não respondeu nesta sexta-feira às consultas da AFP sobre o acordo.
copiado http://www.afp.com/pt
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