-
14/07/2015 - 16:50
John Kerry e Mohamad Zarif: grandes artífices do acordo nuclear
afp.com / POOL / SUSAN WALSH
(Maio) Kerry (e) e Zarif conversam em Genebra
No entanto, apesar da cordialidade latente e de algumas brincadeiras em momentos específicos, a relação continua sendo essencialmente profissional.
Afinal de contas, seus países cortaram relações diplomáticas há 35 anos e mantêm divergências em várias questões importantes, como o apoio de Teerã a grupos considerados terroristas por Washington no Oriente Médio.
Artistas da diplomacia
Zarif conhece de maneira profunda as questões políticas americanas: estudou nos Estados Unidos e trabalhou no país como diplomata. Ele foi embaixador do Irã na ONU entre 2002 e 2007.
Uma vantagem inegável nas árduas negociações.
"Tem uma capacidade de vender políticas que são problemáticas do ponto de vista americano de tal forma que as transforma em convincentes e atraentes", afirma a analista Suzanne Maloney, da Brookins Institution.
"Mas é um erro acreditar que é mais americano que iraniano", adverte. Apesar de um Doutorado em Direito Internacional nos Estados Unidos, Zarif é "um puro produto da República Islâmica, e não foi por acaso que conseguiu ascender a uma posição de tão alto nível em um momento tão crucial", recorda Maloney, que considera o iraniano uma pessoa "brilhante".
Mahmud Ahmadineyad, a partir de 2007.
Apesar do retorno ao topo com a eleição de Rohani em 2013, sua "diplomacia do sorriso" continua sendo criticada pelos 'falcões' de seu país, que o acusam de ter feito muitas concessões ao Ocidente e reclamam inclusive do fato de ter caminhado pelas ruas de Viena ao lado de Kerry.
O católico e o xiita
Zarif é ainda um dos poucos dirigentes iranianos com uma conta oficial em inglês no Twitter, algo a princípio proibido no Irã. Também não hesita em usar o Youtube para enviar mensagens ao Ocidente.
Do lado americano, Kerry é sem dúvida o diplomata que teve mais contato com os iranianos, com exceção da subsecretária de Estado Wendy Sherman.
A partir de 2012, Kerry integrou a equipe de diplomatas que negociava, com todo sigilo em Omã, a possibilidade de abrir negociações sobre o programa nuclear de Teerã.
Os dois têm um ponto em comum: ambos são profundamente religioso. O católico Kerry e o xiita Zarif compareciam pontualmente à igreja e à mesquita, respectivamente, entre as reuniões em Viena.
Zarif gosta de afirmar que teme apenas uma 'potência' no universo: Alá.
Apesar da cortesia em público, os encontros nem sempre foram tranquilos no palácio de Viena que recebeu as negociações. Em alguns momentos as divergências foram intensas, mas nunca deixaram o diálogo em perigo.
"O desafio é muito importante e o acordo alcançado entre os dois antigos adversários é um triunfo, tanto pessoal como profissional", afirma Maloney.
Para Kerry, de 71 anos, o êxito representa o auge de sua carreira, marcada pela derrota na eleição presidencial de 2004 para George W. Bush e o fracasso do acordo de paz palestino-israelense, no qual ele apostou quase tudo.
Para Zarif, 16 anos mais jovem, é um grande troféu para uma carreira que ainda tem espaço para outras conquistas.
copiado http://www.afp.com/pt
John Kerry e Mohamad Zarif: grandes artífices do acordo nuclear
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Postagem em destaque
Ao Planalto, deputados criticam proposta de Guedes e veem drible no teto com mudança no Fundeb Governo quer que parte do aumento na participação da União no Fundeb seja destinada à transferência direta de renda para famílias pobres
Para ajudar a educação, Políticos e quem recebe salários altos irão doar 30% do soldo que recebem mensalmente, até o Governo Federal ter f...
-
更新时 秘鲁主要金矿开采区数千名矿工举行示威,抗议当局实施严厉措施,打击非法采矿。 根据政府实施的新规定,非法采矿...
-
Aqui no Não Curto você pode ver todos os programas da Rede Globo ao vivo e online. De segunda a segunda a programação completa da emissor...
-
Delação de Léo Pinheiro, da OAS, envolve Aécio e Geddel A delação premiada de um dos principais investigados na Lava Jato, o execu...
Nenhum comentário:
Postar um comentário