"Os países com mais pontuação na nossa análise incluem o
Quénia, com 89% dos pontos possíveis, a África do Sul, com 80%, e o
Brasil com 78%", lê-se no primeiro estudo que avalia o empenho dos
governos de 21 países em aumentarem a inclusão financeira dos cidadãos,
nomeadamente os mais desfavorecidos.
Medindo a inclusão financeira como "o acesso e a utilização de
serviços financeiros de forma apropriada, financeiramente comportável e
acessível", os autores do estudo salientam que "estes países
demonstraram um empenho considerável na inclusão financeira, definindo
objetivos específicos de inclusão e dando passos nas áreas de política,
regulação e tecnologia neste sentido".
Entre as medidas elencadas no estudo do Instituto Brookings está a
aprovação de leis que facilitam a inclusão financeira, a implementação
de alterações legais e regulamentares que permitem o envolvimento de
diversas instituições no mercado dos serviços financeiros, o apoio a
redes digitais e móveis que permitem a entrega de serviços e o
desenvolvimento de infraestruturas de pagamento partilhado, entre
outras.
"Apesar de o empenho do Brasil nesta área ser um passo positivo nesta
área, o país tem de fazer mais esforço para aumentar o acesso e o uso
de serviços financeiros e alargar a variedade destes serviços
disponibilizados aos consumidores com menores recursos", lê-se no
relatório.
O Brasil, continuam os autores do relatório, é um dos maiores
mercados de telefones móveis e o maior na América Latina, e tem "um
potencial significativo para aumentar os serviços financeiros móveis
disponíveis e o seu uso, que poderia facilitar a inclusão financeira se
este esforço for direcionado para os segmentos mais desfavorecidos".
O relatório da Brookings analisa os países em quatro dimensões da
inclusão financeira - "empenho do país, capacidade móvel, ambiente
regulatório e adoção de serviços financeiros digitais e tradicionais" -
sendo o primeiro de uma série de trabalhos destes analistas sobre este
tema.
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