Presidente do Senado Renan elogia corte de ministérios, mas diz que medida chegou atrasada Para o peemedebista, que recentemente voltou a se aproximar do governo com a apresentação de uma agenda para o pós-ajuste fiscal, a medida chegou com atraso, mas é "uma boa iniciativa" Cortes vão atingir 1.000 cargos de confiança, diz Dilma


Renan elogia corte de ministérios, mas diz que medida chegou atrasada

Presidente do Senado


 

 FOTO: Antonio Cruz/ Agência Brasil

Em entrevista, presidente afirmou que governo demorou para perceber gravidade da crise; ela também defendeu Michel Temer e Lula e falou sobre rumores da saída de Joaquim Levy

 

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), elogiou nesta terça-feira (25) o anúncio do governo de que 10 dos 39 ministérios serão cortados até setembro.
Para o peemedebista, que recentemente voltou a se aproximar do governo com a apresentação de uma agenda para o pós-ajuste fiscal, a medida chegou com atraso, mas é "uma boa iniciativa".
"Acho que é uma boa iniciativa da presidente [Dilma Rousseff], mas acho que isso poderia ter sido feito lá atrás. Eu, fundamentalmente, defendo corte de ministérios, corte de cargos em comissão e a reforma do Estado para garantir mais eficiência na máquina pública", disse.
Nesta segunda (24), o ministro Nelson Barbosa (Planejamento) anunciou, além do corte de ministérios, a redução também do número de secretarias e cargos comissionados da União após a reunião semanal de articulação política do governo.
Em situação difícil no Congresso, com a base aliada se desfazendo e dificultando a aprovação de projetos de interesse do Palácio do Planalto, Dilma resistia ao corte das pastas mas diante de resultados cada vez mais negativos na economia e a pressão dos ministros de sua equipe econômica, a presidente precisou ceder.
Após a decisão, o vice-presidente Michel Temer comunicou a Dilma que não irá mais cuidar da política no varejo, ou seja, não quer mais ter que negociar cargos e emendas com o Congresso e políticos aliados. O vice quer cuidar apenas do que chama de "macropolítica".
"Michel tem grande contribuição a dar ao país como presidente do partido [ele é presidente do PMDB] e vice da República. Ele tem nosso apoio exatamente para cumprir o papel que lhe possa ser eventualmente cobrado", afirmou Renan.
Os dois se reuniram nesta segunda após Temer ter comunicado sua decisão à presidente Dilma. "É importante que nesse momento de instabilidade na área política possamos apoiar quem quer fazer o bem", disse Renan.
O ministro Eliseu Padilha avisou também que sairá da articulação política em setembro e voltará a se dedicar exclusivamente à Aviação Civil. O anúncio também foi feito na reunião de coordenação política.
CUNHA
Outro peemedebista líder no Congresso, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, afirmou nesta segunda que o corte de ministérios é um "sinal positivo" por parte do Executivo, mas que o ideal seria que o Congresso aprovasse projeto de lei de sua autoria que determina o corte de 19 pastas.
"É uma disposição positiva [do governo federal], nós temos que dar sinal para a sociedade de economia, mesmo que o valor monetário da economia não seja um valor relevante", afirmou.
Cunha afirmou ainda que o anúncio de redução foi "atabalhoado" e mostra que o governo quis "criar um fato político para se sobrepor a outras notícias". Para ele, a decisão pode acelerar a tramitação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) proposta por ele.
O projeto está numa comissão especial, onde ainda precisa ser apreciado antes de seguir para duas votações no plenário.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
- O corte de ministérios significará redução de despesas?
A redução será pouco relevante, porque os servidores têm estabilidade no emprego e os cargos comissionados representam uma parcela pequena das despesas com pessoal.
- Os cargos e as funções atingidas pelo corte serão suprimidos ou serão apenas realocados em outros ministérios?
Ainda não está claro. Dos 22,5 mil ocupantes de cargos de livre nomeação, 16,7 mil já são originários do serviço público.
- Em que a gestão da máquina federal pode melhorar com os cortes?
A tomada de decisões pode ser facilitada, com a redução do número de políticas e programas que são executadas por mais de uma pasta.
PUBLICADO EM 24/08/15 - 19h18
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (24) que o governo errou ao só perceber que a crise econômica era muito maior do que se esperava entre os meses de novembro e dezembro do ano passado – depois que já havia sido reeleita.
Em entrevista à "Folha de S.Paulo", "O Estado de S.Paulo" e "O Globo", Dilma afirmou que a reforma administrativa anunciada pelo Palácio do Planalto vai cortar, além de dez ministérios, 1.000 dos cerca de 22,5 mil cargos de confiança existentes hoje.
A presidente reconhece que as mudanças vão trazer alguma dificuldade política, mas afirmou que é necessário fazê-las. Ninguém, porém, será preservado dos cortes, nem mesmo seu partido, o PT.
"Vamos passar todos os ministérios a limpo", afirmou Dilma, adiantando que haverá também redução de secretarias em ministérios que não serão extintos. "Até setembro anunciaremos os ministérios que serão cortados", declarou a presidente.
Dilma fez um forte desagravo a dois de seus principais aliados políticos: o vice-presidente Michel Temer (PMDB), que devolveu parte da articulação política à presidente, e ao ex-presidente Lula.
Questionada sobre a frase dada pelo vice de que era preciso "alguém" para reunificar o país, a petista afirmou haver muita "intriga" no ar. "Não acho que o Temer falou com a intenção que atribuíram a ele. Ele é de extrema lealdade comigo", defendeu. "A primeira fase da articulação política (com a aprovação do ajuste fiscal) é um sucesso."
Sobre Lula, disse não achar "correto atitudes de tentar diminuí-lo", de tentar "envolvê-lo. "Passam de todos os limites", disse ela, referindo-se à bomba lançada contra o Instituto Lula e ao boneco do presidente lançado durante as manifestações de 16 de agosto com roupa de presidiário. "Minhas relações com Lula são as mais próximas. Quem tentar me afastar dele não conseguirá", disse.
Para a petista, atos de intolerância são inadmissíveis e "fascistas".
Dilma Rousseff afirmou, ainda, que ninguém pode interromper o processo da Lava Jato, mas defendeu que, quanto mais rápidas e efetivas forem as investigações, melhor.
Levy fica
A presidente mostrou-se chocada com os rumores espalhados no mercado financeiro nesta segunda de que seu ministro da Fazenda, Joaquim Levy, estaria de saída do cargo pelo fato de ter viajado para os Estados Unidos inicialmente sem compromissos oficiais.
"Isso é mentira. Ele foi ver a menina dele (filha), que vai morar na China."
Atualizada às 19h46
 copiado  http://www.otempo.com.br/

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