Cardozo diz que delação de Delcídio é 'conjunto de mentiras' Em acordo de delação premiada, senador Delcídio do Amaral acusou Dilma. 'Se há uma suposta delação, nós temos um conjunto de mentiras', declarou.



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Delcídio não confirma teor de reportagem

03/03/2016 16h06 - Atualizado em 03/03/2016 16h56

Cardozo diz que delação de Delcídio é 'conjunto de mentiras'

Em acordo de delação premiada, senador Delcídio do Amaral acusou Dilma.
'Se há uma suposta delação, nós temos um conjunto de mentiras', declarou.

Gustavo GarciaDo G1, em Brasília

O novo advogado-geral da União José e ex-ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, afirmou em entrevista coletiva nesta quinta-feira (3) depois de cerimônia de transmissão de cargo, que, se de fato houve, a delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) é um "conjunto de mentiras".
Nesta quinta-feira, a revista "IstoÉ" informou que Delcídio firmou com a Procuradoria Geral da República (PGR) um acordo de delação premiada no qual fez acusações ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à presidente Dilma Rousseff.
ARTE - Cronologia Delcídio do Amaral na Lava Jato (Foto: Arte/G1)
De acordo com a publicação, ele disse que Lula tinha conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras e que Dilma agiu para interferir na Operação Lava Jato.
"Se há uma suposta delação, nós temos um conjunto de mentiras [...] Eu tenho reiteradamente dito que uma delação premiada pode dizer uma verdade, uma verdade seletivamente, ou pode ser só de mentiras. Uma delação pode ter vários componentes", declarou.
Cardozo também contestou declaração de Delcídio de que o ministro Marcelo Navarro teria sido indicado para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) a fim de favorecer acusados na Operação Lava Jato.
"No período que estive no MJ, eu já tive 16 ministros nomeados para o STJ, sendo que 14 já foram empossados. Cinco nomeações entre os 11 do STF. Vocês podem procuar cada um desses ministros e indagar se em algum momento eu busquei, ou alguem buscou em nome do governo, algum tipo de negociação para casos concretos", afirmou.
Ele disse que Delcídio do Amaral "cotidianamente" o procurava no ministério para que ele intercedesse junto a outras autoridades. "'Você tem que falar com Janot, com ministros, porque advogado disse isso, aquilo'. Eu vi que ele não estava defendendo nada que não fosse sua própria sobrevivência. Isso infelizmente aconteceu", declarou.
Segundo Cardozo, se não interferiu na Lava Jato, o governo não iria interferir no Judiciário.
"O governo Dilma não interveio na Lava Jato, não interveio na Polícia Federal. Se nós não interferimos na Polícia Federal, que está na nossa área, como nós teríamos feito intervenções em setores de outros poderes?", indagou.
"A presidente Dilma nunca se reuniu com o senador Delcídio para discutir indicações ao STJ. Todas as reuniões e contatos da Dilma pra tratar do Judiciário eu sempre estive presente. Quando ela vai se reunir com ministros do STF e do STJ ela me chama. Por que diabos ela chamaria um senador que não é da área jurídica para intermediar conversas com ministros de STF, STJ?", questionou.

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