Lições aprendidas com a 'Super Terça' nos EUA

  • 02/03/2016 - 14:10

    Lições aprendidas com a 'Super Terça' nos EUA



    O pré-candidato republicano Donald Trump
    O republicano Donald Trump e a democrata Hillary Clinton saíram da cansativa "Super Terça" com uma clara vantagem em suas aspirações presidenciais.
    No entanto, os resultados deixam lições e levantam dúvidas.
    Trump tem a indicação garantida?
    Ainda não. Mas é "quase inevitável", disse Dante Scala, cientista político da Universidade de New Hampshire.
    O empresário domina a corrida pelos delegados necessários para a indicação do partido Republicano. Até agora 30% dos delegados foram atribuídos, de acordo com o sistema proporcional utilizado pelo partido. A partir de 15 de março, o vencedor da maioria das primárias levará a totalidade dos delegados. No fim do mês, 62% dos delegados terão sido atribuídos. Mas o tempo urge, e será difícil para seus adversários capturá-lo.
    Se Trump conseguir 1.237 delegados (de um total de 2.472), a disputa estará definida e o empresário será indicado candidato formal do partido Republicano às eleições.
    Se nenhum dos candidatos alcançar esta maioria no fim das primárias em junho, a investidura será determinada na convenção que será realizada em Cleveland, em julho. Os delegados primeiro votarão por seus candidatos, sem eleger um ganhador, para realizar novas rodadas sem o compromisso de apoiar seu candidato inicial.
    Marco Rubio perde impulso
    A maior esperança de liderança que o partido Republicano tinha se desinflou na terça-feira: o senador pela Flórida terminou em segundo ou terceiro lugar na maioria das primárias, e conquistou uma vitória em Minnesota. Teve um momento de crescimento ao humilhar Trump em um debate utilizando uma retórica similar, mas o efeito acabou.
    Rubio promete prosseguir na corrida e busca uma vitória em seu estado, Flórida, no dia 15 de março, mas o argumento de que é o único capaz de manter o partido unido parece ter afundado.
    Enquanto isso, o ultraconservador Ted Cruz, senador pelo Texas e inimigo jurado da direção do partido, não para de crescer. Nas primárias derrotou Trump em Iowa, Texas, Oklahoma e Alasca, e pediu a Rubio que abandonasse a disputa.
    O partido ainda pode conter Trump?
    Funcionários, dirigentes e personalidades do partido Republicano ameaçaram não apoiar Trump e até mesmo votar em Hillary Clinton, enquanto outros mencionam a perspectiva de um candidato conservador como terceira opção. Mas a ameaça nunca se confirma.
    "Muitos terminarão apoiando-o", disse Christopher Arterton, professor da Universidade George Washington.
    Um analista conservador, Frank Luntz, estimou que é perigoso impulsionar uma guerra interna no partido, já que pode afundar os próprios dirigentes políticos.
    Hillary Clinton, em clara vantagem
    "Ao fim desta noite, teremos ganhado centenas de delegados", disse o senador Bernie Sanders aos seus seguidores, lembrando-os reiteradamente que depois da "Super Terça" ainda serão realizadas votações em outros 35 estados.
    Mas a mensagem do senador sobre a desigualdade econômica e contra a cumplicidade entre a classe política e o poder econômico encontra apenas um eco frágil entre as minorias que formam o bloco central do eleitorado democrata.
    Mais de 80% dos negros votaram em Hillary nos estados do Sul, de acordo com pesquisas de boca de urna. No Texas, ela teve o apoio de dois terços do eleitorado hispânico.
    No total, até agora Hillary venceu em 11 das 16 primárias realizadas e lidera com folga em número de delegados. Diferentemente dos republicanos, entre os democratas os delegados são distribuídos de acordo com uma rígida proporcionalidade. A dinâmica atual está do lado da campanha de Hillary.

       copiado  http://www.afp.com/pt/

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