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Líder socialista apresenta projeto de governo ante Parlamento hostil
01/03/2016 - 21:30AFP / PIERRE-PHILIPPE MARCOU
O líder socialista espanhol Pedro Sánchez fala ante o Parlamento, em Madri, no dia 1º de março de 2016
"Hoje, nesta Câmara, há uma ampla maioria que defende, com diferentes sensibilidades, uma mudança de governo, uma mudança das políticas que foram impostas e uma mudança nas formas de governar", disse Sánchez, de 44 anos, aos deputados.
O líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), um desconhecido até dois anos atrás, expôs um programa destinado a reverter "políticas tão cruéis quanto ineficazes", adotadas pela direita desde 2011, "sempre sob a bandeira da austeridade", em um país traumatizado por cinco anos de crise.
"Por que não implantar isto já na próxima semana?", questionou o líder socialista, após detalhar medidas de luta contra o desemprego (20,5%), a desigualdade, a corrupção ou a melhora do mercado de trabalho, após a dura reforma de 2012, que praticamente liberou as demissões de novos trabalhadores.
"Vamos adotar a mudança que milhões de espanhóis esperam", pediu Sánchez, no primeiro dia de debate de posse, que será encerrado na quarta-feira com a votação.
Este debate é o primeiro passo para tentar superar o bloqueio político na Espanha, provocado pelas eleições de 20 de dezembro, que deixaram um Parlamento com quatro grandes partidos, mas nenhum com força suficiente para governar sozinho.
O rei propôs a Sánchez tentar formar um governo, depois que o chefe do Executivo em fim de mandato, o conservador Mariano Rajoy, declinou a oferta por falta de apoio, apesar de ter sido a força mais votada.
Sánchez pediu o apoio a um governo que, afirmou, se baseará no diálogo depois que os espanhóis pediram nas urnas "um período de mudanças da vida política, baseado no entendimento entre diferentes partidos e diferentes ideologias".
Se Sánchez não tiver maioria absoluta no debate da quarta-feira (176 votos), se seguiria uma segunda votação 48 horas depois em que só seria necessária a maioria simples (mais votos a favor do que contra, descontando ausências e abstenções).
Em caso de um novo fracasso, abre-se um prazo de dois meses ao fim do qual se ninguém conseguir ser empossado, automaticamente serão convocadas novas eleições.
Sánchez conta apenas com 131 deputados de um total de 350, procedentes de suas próprias fileiras socialistas, um do pequeno partido regionalista Coalición Canaria e 40 do Ciudadanos, com o qual alcançou um acordo na semana passada.
copiado http://www.afp.com/pt/noticia/e
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