Vida Digital Quatro milhões de universitários confirmam: somos mesmo procrastinadores Os dados contam: Avianca "paga" o dobro da Gol por milhas Os dados contam: Brasileiro é aplicado no estudo de línguas
4 milhões de universitários confirmam: somos mesmo procrastinadores
Dados
da plataforma de compartilhamento acadêmica Passei Direto sugerem que
maioria dos estudantes só é estudante mesmo às vésperas dos exames
Por: Jadyr Pavão Júnior - Atualizado em
Não estude hoje o que você pode deixar para a véspera da prova. Se
havia dúvidas de que essa é uma estratégia brasileira, ela se confirma
com dados sobre o comportamento de milhões de universitários
brasileiros.
As informações vêm da plataforma acadêmica colaborativa Passei Direto,
que hoje conecta 5 milhões de universitários brasileiros - um feito, já
que, em 2013, o Censo da Educação Superior mostrou que o Brasil tinha
7,5 milhões de universitários. A pedido da série "O que os dados
contam", o serviço reuniu informações sobre o comportamento dos
usuários, mais especificamente do acesso deles à plataforma - onde eles
podem compartilhar e consultar material de estudo em formato digital
(exercícios, provas, vídeos etc.), conectar-se com colegas para tirar
dúvidas e participar de grupos de estudo.
Leia mais: Leia mais: outros achados da série "O que os dados contam"
Os achados da pesquisa (exibidos no quadro abaixo)
mostram que a frequência de acesso dos usuários varia substancialmente
de acordo com o momento acadêmico. A maioria recorre mais à plataforma
às vésperas dos exames finais. Outro dado confirma o comportamento: no
período de provas, o número de conteúdos consultados por dia por usuário
cresce cerca de 70%, passando de pouco mais de 3 para pouco mais de 5.
Os dados são relativos ao segundo semestre de 2015, quando a plataforma
contava com cerca de 4 milhões de cadastrados.
"É importante observar que os usuários não vêm à plataforma só para
estudar. Eles também acessam para ver se há material de estudo novo,
gente nova. Eles vêm se atualizar de maneira geral", diz André Simões,
cofundador e CEO da Passei Direto.
Outros dados ajudam a entender o comportamento dos usuários. O tipo
de material de estudo mais acessado pelos estudantes são as anotações de
aula (às quais recorrem 63% dos alunos), seguidas por exercícios (59%),
resumos (48%) e provas antigas (36%). O horário em que eles acessam a
plataforma com maior frequência é o período das 12h às 18h (38%),
seguido por 18-24h (36%), 6h-12h (20%) e 0h-6h (6%). Nada de estudar de
madrugada.
Fundada em 2012, a plataforma mantida por 28 pessoas já recebeu três
aportes financeiros de investidores. Em breve, deve vir mais dinheiro.
Os investidores enxergam ali, é claro, um público bastante expressivo,
potenciais consumidores de publicidade dirigida e também de serviços
adicionais pagos. O serviço já oferece isso mediante assinatura. Em um
ano, o acesso à plataforma via desktop cresceu 55%; no celular, 170%.
"Nossa missão é conectar alunos e conhecimento e propiciar a todos um
aprendizado mais enriquecedor. Todo mundo pode se ajudar nesse
ambiente", diz Simões. "Nosso recurso de perguntas e respostas, por
exemplo, permite que um estudante faça uma pergunta que pode ser vista e
respondida pelo Brasil inteiro."
Nenhum comentário:
Postar um comentário