Afastamento de Dilma
Depois de 19 dias de governo Temer e dois ministros exonerados dos cargos após conversas vazadas com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, nas quais revelaram possíveis tentativas de barrar a operação Lava Jato; dois senadores já admitem mudar o seu voto no julgamento final do processo de impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff.Um desses parlamentares é o Romário. O senador do PSB votou pelo afastamento de Dilma, mas diz que “novos fatos” podem influenciar seu voto no julgamento definitivo. "Meu voto foi pela admissibilidade do impeachment, ou seja, pela continuidade da investigação para que pudéssemos saber se a presidente cometeu ou não crime de responsabilidade. Porém, assim como questões políticas influenciaram muitos votos na primeira votação, todos esses novos fatos políticos irão influenciar também. Meu voto final estará amparado em questões técnicas e no que for melhor para o país", disse Romário ao jornal 'O Globo' nesta segunda-feira.
Outro senador que pretende mudar o parecer em relação ao afastamento de Dilma é Jacir Gurgacz, segundo o presidente do PDT, Carlos Lupi. Ainda segundo Lupi, o senador Lasier Martins (PDT-RS) pretende manter seu voto favorável ao afastamento de Dilma.
"O Acir vai votar contra (o impeachment), ele mandou por escrito", afirmou Lupi.
Procurado pelo 'O Globo', Gurgacz afirmou que ainda não tem posição fechada: "O que eu coloquei é que a admissibilidade (do impeachment) era uma necessidade, porque a população estava cobrando a discussão. O mérito é outro momento, estamos avaliando. Entendo que não há crime de responsabilidade fiscal por causa das pedaladas (fiscais), mas a questão é mais pela governabilidade, pelo interesse nacional."
Caso se concretize a virada desses dois votos e os demais votos se mantivessem, seria suficiente para evitar a cassação definitiva da petista. O Senado abriu o processo de impeachment com o apoio de 55 senadores e, para confirmar essa decisão no julgamento de mérito, são necessários 54 votos.
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