Banca
14 banqueiros portugueses ganharam mais de um milhão
EPA/FELIPE TRUEBA
Crise
obrigou banca a cortar nas remunerações em 2015. Mas, mesmo assim, foi
mais generosa para os administradores do que os bancos da Suécia,
Noruega ou Dinamarca
Catorze
banqueiros portugueses receberam, em 2015, mais de um milhão de euros de
remunerações; no ano anterior, os banqueiros com salários milionários
apenas eram dez. E em 2013 eram somente sete. Mas, apesar da subida do
total de banqueiros a ganhar mais de um milhão, a remuneração média caiu
a pique, devido à crise, que deixou muitas instituições financeiras a
braços com prejuízos e milhões em crédito malparado nos seus balanços:
os executivos da banca mais bem pagos em Portugal receberam em média 1,5
milhões de euros entre salário fixo e variável, menos 32% do que em
2014, ano em que a remuneração média rondou 2,25 milhões de euros.
Os dados dos banqueiros mais bem pagos da Europa - "Report on high earners 2015"
- foram agora divulgados pela Autoridade Bancária Europeia (ABE), ou
EBA na sigla em inglês. A nível europeu, mostram os números, há 5142
banqueiros remunerados com mais de um milhão de euros anuais, um
crescimento de 33% face ao total apurado em 2014. Um salto justificado
pela valorização da libra face ao euro, o que fez disparar o número de
banqueiros milionários no Reino Unido. Em média, estes banqueiros
levaram para casa nada menos de 1,98 milhões de euros em 2015.
A
conjugação entre o aumento do total de banqueiros portugueses a receber
mais de um milhão de euros em 2015 e a redução do valor médio que cada
um destes levou para casa fez que se registasse uma ligeira descida na
despesa dos bancos com estes high earners: no total, os bancos
gastaram 21,3 milhões de euros com as remunerações dos seus gestores de
topo, contra 22,5 milhões inscritos nas folhas salariais em 2014.
Apesar
da remuneração média dos banqueiros mais bem pagos em Portugal ficar
relativamente aquém da média europeia - de 1,98 milhões de euros em 2015
-, há um detalhe dos dados publicados pela Autoridade Bancária Europeia
que merece destaque: os países que menos pagam aos seus gestores
bancários são precisamente aqueles que lideram os rankings do Banco
Mundial relativos ao equilíbrio na distribuição de rendimentos.
Na
Noruega, na Suécia e na Dinamarca, por exemplo, os bancos remuneram os
seus melhores gestores com médias inferiores às pagas pelos bancos
portugueses: os noruegueses pagaram em média 1,4 milhões de euros anuais
a 11 banqueiros. É a 19.ª média mais baixa entre os 22 países
considerados pela EBA. Atrás dos noruegueses surgem os suecos, a quem os
bancos pagam 1,4 milhões anuais aos seus 28 executivos mais bem
remunerados.
Já na Dinamarca o salário
médio dos 41 gestores mais bem pagos da banca foi de 1,3 milhões - o
valor mais baixo de todos -, ao passo que na Finlândia a questão é
outra: só houve um banqueiro finlandês a ganhar mais de um milhão de
euros em 2015, à imagem do que ocorreu na Grécia e na Letónia. Mas, se o
finlandês em questão levou para casa 1,8 milhões, o grego levou 2,17
milhões e o letão 2,6 milhões.
Os
valores publicados pela EBA abrangem os salários de banqueiros de 22
países europeus. A Bélgica é o país que mais dinheiro dá a ganhar a um
gestor de um banco (18 profissionais receberam, em média, 5,8 milhões de
euros cada um em 2015), com a banca espanhola, cada vez mais dominante
sobre o setor português, a surgir na quinta posição, pagando, em média,
2,24 milhões de euros aos seus 126 executivos bancários mais bem
remunerados.
A remuneração média anual
de 1,5 milhões de euros para os banqueiros mais bem pagos deixa Portugal
na 18.ª posição, tendo atrás de si, e além das já citadas Noruega,
Suécia e Dinamarca, a Roménia - onde dois banqueiros ganharam 1,09
milhões de euros em 2015.
Em termos
desagregados, os dados da Autoridade Bancária Europeia mostram que entre
os 14 banqueiros mais bem pagos do país houve um que levou para casa
mais de três milhões de euros ao longo de 2015, com os restantes a
receberem entre um e dois milhões de euros anuais. Os nomes dos
banqueiros nunca são revelados.
Este
"gestor-exceção" acabou por levar para casa 3,55 milhões de euros em
2015 e, tal como a maioria dos high earners identificados pela EBA em
Portugal, é membro de uma administração bancária - são sete ao todo.
Além dos administradores, entre os executivos mais bem pagos pela banca
portuguesa apenas um se dedicava à banca de investimento e outros três
eram da banca de retalho. Os restantes três são colocados pela
Autoridade Bancária na rubrica "outros".
copiado http://www.dn.pt/

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