POOL/AFP/Arquivos / Lee Jin-man
A Coreia do Norte confirmou nesta quarta-feira a detenção em abril de um professor americano que tentava "derrubar" o regime
A Coreia do Norte confirmou nesta quarta-feira a
detenção em abril de um professor americano que tentava "derrubar" o
regime, em um contexto de grande tensão com Washington pelo programa
nuclear de Pyongyang. Kim Sang-Duk, também chamado de Tony Kim, foi preso no dia 22 de abril no aeroporto de Pyongyang por ter "cometido atos criminosos hostis destinados a derrubar a RPDC", nome oficial da República Popular Democrática da Coreia, afirmou a agência de notícias oficial KCNA.
"Kim está detido pelos serviços judiciais competentes que investigam seus crimes", disse a KCNA.
A Universidade de Ciência e Tecnologia de Pyongyang (USTP) havia anunciado que Kim Sang-Duk foi preso quando se preparava para deixar a Coreia do Norte depois de ter ensinado durante várias semanas neste centro de estudos.
A embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, havia denunciado a prisão como um meio de pressão do governo norte-coreano em meio à tensão internacional provocada pelos testes nucleares e balísticos de Pyongyang.
"Estamos diante de um dirigente que gesticula", declarou Haley na semana passada em uma entrevista à rede de televisão CBS, referindo-se ao líder norte-coreano, Kim Jong Un.
- Uma universidade para a elite -
A universidade USTP, fundada por evangelistas cristãos estrangeiros, abriu suas portas em 2010 e tem um determinado número de professores americanos.
Os alunos desta universidade são filhos da elite do regime norte-coreano.
Em um comunicado divulgado no fim de abril, esta universidade informou que a detenção do americano "não está relacionada de forma alguma com seu trabalho na USTP".
Acrescentou que a embaixada sueca em Pyongyang - encarregada dos assuntos de cidadãos americanos neste país, com o qual Washington não tem relações diplomáticas - estava "envolvida ativamente" nas negociações sobre o caso.
Kim é um ex-professor da Universidade de Ciência e Tecnologia de Yanbian na China, perto da fronteira norte-coreana.
De acordo com a agência de notícias Yonhap, Kim tem 55 anos e participava de programas de ajuda à infância nas zonas rurais da Coreia do Norte.
Outros dois americanos estão detidos na Coreia do Norte em um contexto de relações frias com os Estados Unidos.
Trata-se de Otto Warmbier, um estudante de 21 anos, condenado em 2016 a 15 anos de trabalhos forçados por ter roubado material de propaganda, e Kim Dong-Chul, um pastor que tem dupla nacionalidade americana e norte-coreana, detido por espionagem.
A Coreia do Norte deteve vários cidadãos americanos na última década, libertando-os em seguida depois de visitas de funcionários ou ex-funcionários de alto escalão dos Estados Unidos.
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