Canal de TV da Colômbia exibe vídeo de jornalistas equatorianos sequestrados
AFP / Cristina VegaManifestação no dia 1 de abril em Quito em apoio aos jornalistas sequestrados
Uma equipe de imprensa sequestrada na semana passada na fronteira com a Colômbia pediu ao governo do Equador que alcance um acordo com os sequestradores, em um vídeo exibido pelo canal colombiano RCN na madrugada de terça-feira.
A gravação é a primeira prova de vida do jornalista, do fotógrafo e do motorista do jornal El Comercio, um dos mais influentes do Equador, sequestrados por supostos guerrilheiros colombianos dissidentes.
O vídeo de 23 segundos mostra o repórter Javier Ortega (32 anos), o fotógrafo Paúl Rivas (45) e o motorista Efraín Segarra (60) abraçados, com algemas e correntes no pescoço.
Um dos reféns pede ao governo do presidente equatoriano Lenín Moreno um acordo para a libertação.
No vídeo é possível ouvir a exigência dos sequestradores - não identificados - de uma troca por "seus três detidos" no Equador para que os repórteres possam seguir "sãos e salvos" a seu país.
Também pedem o fim da cooperação antiterrorista com a Colômbia.
A RCN não revelou como obteve o vídeo, nem a data ou local da gravação.
Desde o momento do sequestro - o primeiro de jornalistas equatorianos em três décadas -, os profissionais de imprensa organizam vigílias em Quito para pedir o retorno dos colegas.
Na quinta-feira, o governo equatoriano informou que estava em negociações para obter a libertação da equipe de imprensa, mas sem revelar detalhes sobre as demandas dos criminosos.
Ortega e os dois colegas foram sequestrados quando preparavam reportagens em Mataje, na fronteira com a Colômbia, região onde as autoridades dos dois países perseguem guerrilheiros que se afastaram do processo de paz com as já dissolvidas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
O exército colombiano apontou os dissidentes comandados pelo equatoriano Walter Artízala, conhecido como Guacho, como responsáveis pelo sequestro.
O comandante do Estado-Maior, general Alberto Mejía, declarou, no entanto, que não existem evidências de que os três reféns foram levados para o território colombiano, como afirma o governo equatoriano.
No vídeo, um dos sequestrados dá a entender que estão fora do Equador.
Os grupos dissidentes - que segundo a inteligência militar teriam 1.200 combatentes - estão envolvidos com o narcotráfico e mineração ilegal.
Guacho se afastou do processo de paz e permaneceu à frente de um grupo de entre 70 e 80 homens, que se desloca entre os dois países por uma área de selva que serve de rota para o tráfico de drogas.
ONU investiga bombardeio contra escola corânica no Afeganistão
AFP / Bashir Khan SafiUm jovem afegão recebe tratamento em um hospital de Kunduz após ataque aéreo à escola corânica onde estudava
A ONU está examinando a "informação preocupante sobre danos graves a civis" provocados pelo bombardeio de uma escola corânica no Afeganistão, que segundo as forças de segurança do país pode ter vitimado dezenas de crianças.
"Nossa equipe de direitos humanos no local está verificando os fatos. Recordamos a todas as partes a obrigação de proteger os civis do impacto de um conflito armado", afirmou a missão da Organização das Nações Unidas no Afeganistão em um comunicado.
Um bombardeio da aviação afegã contra uma escola corânica, acusada de acolher uma reunião dos talibãs perto de Kunduz, nordeste do Afeganistão, deixou várias vítimas, incluindo civis, informaram fontes do serviços de segurança.
No momento do ataque, acontecia na escola uma cerimônia de entrega de diplomas na presença de líderes talibãs e muitos estudantes.
De acordo com o médico Naim Mangal, responsável pelo hospital regional, "vários mortos e ao menos 15 civis feridos, incluindo crianças", foram levados ao seu centro médico, localizado a 50 km do distrito de Dashte Archi, onde aconteceu o ataque.
Fontes da segurança e testemunhas informaram a presença de muitos civis, reunidos para a cerimônia de conclusão dos estudos, chamada de 'entrega de turbantes'.
Segundo um porta-voz da Defesa, Mohammad Radmanish, ao menos 20 talibãs, entre eles comandantes da Unidade Vermelha, uma unidade de elite, morreram no ataque.
"Membros da Shura (conselho dos talibãs) de Quetta (no Paquistão) estavam presentes", disse o porta-voz, para quem esta escola servia "praticamente como um centro de treinamento" para os insurgentes.
Uma fonte da segurança disse à AFP que essa é uma nova tática do Talibã, de "se esconder em madrassas (escolas religiosas) para escapar dos ataques aéreos".
O Talibã afirmou em um comunicado que pelo menos 150 religiosos e estudantes morreram ou ficaram feridos no ataque.
Segundo o chefe da polícia de Kunduz, o general Abdul Hamid Hamidi, 72 pessoas, todas inimigas, morreram.
No entanto, fontes dos serviços de segurança asseguraram que foram 59 mortes, a maioria de crianças, além de 57 feridos, que foram levados para um hospital da cidade.
A região de Kunduz (nordeste) é de difícil acesso. A maioria dos serviços de comunicação é interrompida após as 16h00 e até a manhã seguinte.
Segundo a população, o Talibã interrompe o serviço para impedir que os habitantes forneçam informações às forças do governo.
O distrito de Dashte Arshi, localizado no nordeste da província de Kunduz, tem uma forte presença talibã.
De acordo com várias fontes das forças de segurança, o ataque foi realizado por bombardeiros do exército afegão, aviões A-29 de fabricação brasileira que o exército afegão, em reconstrução, começou a receber no final de 2016.
A missão da ONU (Manua), que contabiliza as vítimas civis do conflito, registrou mais de 630 civis afegãos mortos e feridos em bombardeios aéreos em 2017.
copiado https://www.afp.com/es/noticias
Nenhum comentário:
Postar um comentário