Trump ameaça atirar em migrantes centro-americanos
AFP / GUILLERMO ARIASGrupo de migrantes centro-americanos que busca chegar aos Estados Unidos em sua passagem pelo estado de Oaxaca, no México, em 1 de novembro de 2018
O presidente americano, Donald Trump, advertiu nesta quinta-feira que os efetivos enviados à fronteira dos Estados Unidos com o México poderão atirar nos migrantes centro-americanos, caso eles lancem pedras enquanto tentam entrar de forma irregular no país.
Trump afirmou à imprensa na Casa Branca que alguns dos milhares de migrantes que buscam chegar aos Estados Unidos a partir da América Central lançaram pedras na polícia mexicana de uma forma "agressiva e violenta" no seu caminho em direção ao Norte.
"Não vamos suportar isso. Se eles quiserem atirar pedras nos nossos militares, nossos militares vão responder", disse, afirmando que os agentes devem considerar que uma pedra é como uma arma.
Trump falou durante a apresentação de seu controverso plano para frear a imigração ilegal, um tema que colocou no centro do debate político a poucos dias das eleições de meio mandato, nas quais o Partido Republicano poderá perder o controle do Congresso.
Em 13 de outubro uma caravana de migrantes saiu de San Pedro Sula, em Honduras, com uma grande repercussão midiática e chamou a atenção de Trump, que desde então tem se referido ao tema quase diariamente.
Interrogado pela AFP, um porta-voz do Pentágono disse que não queria comentar "situações hipotéticas".
"Nossas forças são profissionais e treinadas, que sempre têm o direito inerente à legítima defesa", acrescentou, recordando que o Exército está como apoio aos guardas fronteiriços, que são os encarregados de aplicar a lei.
Trump disse ainda que a partir de agora os Estados Unidos vão acabar com sua política de permitir o pedido de asilo político na fronteira, exceto para casos avaliados previamente por funcionários da imigração.
Os que forem detidos na fronteira vão ser levados para campos e outros centros até que possam ser deportados ou tenham sua solicitação aprovada, declarou Trump.
Na quarta-feira, o departamento de Segurança Interna (DHS) descreveu a situação atual na fronteira como uma "crise sem precedentes".
Mas segundo os próprios dados do DHS, o número de imigrantes ilegais interceptados em 2018 foi de 400.000, contra 1,6 milhão no ano 2000.
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