Turquia adverte EUA que impor sanções ao Irã é "perigoso" UE prolonga durante um ano sanções contra a Venezuela. Campanha pró-Brexit é multada por uso irregular de dados pessoais

Turquia adverte EUA que impor sanções ao Irã é "perigoso"

AFP/Arquivos / Jim WATSONO presidente iraniano Hassan Rohani em foto de 26 de setembro de 2018
A Turquia advertiu Washington contra suas novas sanções impostas ao Irã, ressaltando que isolar a República Islâmica é "perigoso", declarou nesta terça-feira o ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, em visita a Tóquio.
Washington impôs nesta semana um segundo pacote de sanções contra o Irã para isolar o setor bancário do país e prejudicar suas exportações de petróleo.
Oito países, incluindo a Turquia, pedem isenção dos Estados Unidos para continuar importando petróleo iraniano.
"Embora tenhamos solicitado uma isenção por parte dos Estados Unidos, também fomos muito sinceros com eles, dizendo que isolar o Irã não é inteligente. Isolar o Irã é perigoso e castigar o povo iraniano não é justo", afirmou em coletiva de imprensa durante uma viagem ao Japão.
"A Turquia é contra as sanções, não acreditamos que as sanções possam dar algum resultado", acrescentou.
"Em vez de sanções, acredito que o diálogo com fundamento e um compromisso são muito mais úteis", defendeu.
Washington implementou dois pacotes de sanções neste ano depois de abandonar o acordo sobre o programa nuclear iraniano, assinado pela República Islâmica e pelas grandes potências.
A última rodada entrou em vigor nesta segunda-feira.
Washington permitiu que oito países, incluindo Turquia e Japão, continuassem importando petróleo iraniano sem que isso lhes trouxesse consequências diplomáticas





UE prolonga durante um ano sanções contra a Venezuela

Venezuelan Presidency/AFP / Francisco BatistaAs sanções contra a Venezuela, com as quais pretende pressionar o governo de Nicolás Maduro a restaurar a democracia e os direitos humanos no país.
A União Europeia (UE) aprovou nesta terça-feira a prorrogação por um ano das sanções contra a Venezuela, com as quais pretende pressionar o governo de Nicolás Maduro a restaurar a democracia e os direitos humanos no país.
"Tendo em vista a contínua deterioração da situação na Venezuela, o Conselho [da UE] decidiu renovar as medidas restritivas atualmente em vigor até 14 de novembro de 2019", anunciou a instituição que representa os países do bloco.
Os países confirmam assim as palavras da chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, que dias atrás reiterou que o bloco não pretende "suavizar sua posição", apesar de estudar a criação de um "grupo de contato para facilitar" uma solução política para a crise que atinge a Venezuela.
A UE impôs no ano passado sanções contra a Venezuela, um país mergulhado em uma crise política, econômica e humanitária, por minar, em sua opinião, a democracia, o Estado de direito e os direitos humanos.
Em 13 de novembro de 2017, o bloco adotou seu regime geral de sanções contra o país latino-americano e impôs um primeiro embargo de armas, bem como de material que poderia ser usado para a repressão interna.
A eleição de uma Assembleia Constituinte, que não é reconhecida pela oposição venezuelana e nem pela comunidade internacional, foi o ponto de virada para a UE, juntamente com os quatro meses de protestos entre abril e julho de 2017 que deixaram cerca de 125 mortos.
Diante da deterioração da situação no país, em 22 de janeiro, os europeus decidiram sancionar sete autoridades do primeiro escalão, incluindo Diosdado Cabello, número dois do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
A UE impôs a Cabello o congelamento de bens e a proibição de viajar para o bloco, assim como o restante dos sancionados, como o ministro do Interior, os presidentes do poder eleitoral e do Supremo Tribunal de Justiça, entre outros.
Após as eleições presidenciais de 20 de maio, em que Maduro foi reeleito, mas que foram boicotadas pelos principais partidos da oposição, os europeus ampliaram sua 'lista negra' para outros 11 altos funcionários, incluindo Delcy Rodríguez.
A inclusão da vice-presidente representa a posição mais alta sancionada por uma UE que evita punir diretamente o presidente venezuelano para não quebrar as pontes de comunicação com o governo deste país, mergulhado em uma crise profunda.
Cerca de 1,9 milhão de pessoas deixaram a Venezuela desde 2015, fugindo da crise econômica e política que o país atravessa, segundo a ONU. Cerca de 5.000 cidadãos deixam o país diariamente, no maior movimento populacional da história recente da América Latina.

Campanha pró-Brexit é multada por uso irregular de dados pessoais

AFP/Arquivos / LEON NEALBilionário Arron Banks, em foto de arquivo de 18 de novembro de 2015 em Londres
O movimento pró-Brexit Leave.EU, financiado pelo bilionário britânico Arron Banks, e uma empresa de sua propriedade enfrentam multas de 135 mil libras por violar a proteção de dados pessoais durante a campanha para o referendo de 2016, informaram autoridades nesta terça-feira.
O Gabinete do Comissário de Informação (ICO) - órgão regulador britânico encarregado da proteção de dados pessoais - garante que a campanha Leave.EU utilizou informações de clientes da empresa de seguros Eldon Insurance para enviar material de marketing eleitoral de forma irregular.
O organismo comunicou sua intenção de multar a Leave.EU e a Eldon Insurance, empresa conhecida comercialmente como GoSkippy, em 60 mil libras esterlinas (78 mil dólares) cada uma por "infrações graves" da regulamentação sobre as comunicações eletrônicas pelo envio de mais de um milhão de e-mails com publicidade da GoSkippy para os filiados da Leave.EU.
O ICO também quer sancionar a Leave.EU com multa de 15 mil libras por ter enviado quase 300 mil e-mails para clientes do Eldon Insurance que incluíam boletins de informações da Leave.EU.
O financiamento de Banks para a campanha pró-Brexit está sendo investigado pela agência britânica de combate ao crime organizado NCA. O empresário se defendeu dessas novas acusações no Twitter nesta terça.
"O ICO não encontra nenhuma evidência de uma grande conspiração de dados e acha que podemos ter acidentalmente enviado boletins de informação aos clientes", escreveu ele.
A Leave.EU nasceu em 2015 para defender a saída do Reino Unido da União Europeia, aprovada em referendo em junho de 2016 com 52% dos votos a favor. A Comissão Eleitoral descartou esse movimento como uma campanha oficial dos apoiadores do Brexit, mas, graças à sua forte presença nas redes sociais, foi decisiva na escolha dos britânicos.
A NCA anunciou na semana passada que está investigando o alegado uso por bancos de empresas registradas em Gibraltar e na Ilha de Man para financiar a Leave.EU, movimento proibido pela lei eleitoral britânica.
Em maio, a Comissão Eleitoral já multou a Leave.EU com 70 mil libras por exceder o teto de gastos da campanha e apresentar declarações de despesas incompletas ou imprecisas.



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