Guaidó pede a Banco de Inglaterra que não devolva ouro venezuelano a Maduro. Supermercados britânicos alertam que haverá menos produtos com um Brexit sem acordo

Guaidó pede a Banco de Inglaterra que não devolva ouro venezuelano a Maduro

POOL/AFP / EDDIE MULHOLLANDA Rainha Elizabeth II inspeciona as reservas de ouro em um cofre no Bank of England, em Londres, em 13 de dezembro de 2012
O governo britânico reconheceu nesta segunda-feira (28) ter recebido um pedido do líder opositor venezuelano Juan Guaidó para que o Banco da Inglaterra não devolva ao regime de Nicolás Maduro o oro e outros bens que Caracas tem depositados na instituição.
O deputado conservador Crispin Blunt perguntou no Parlamento ao secretário de Estado para Europa e Américas, Alan Duncan, se ele sabia que "a primeira carta enviada a um chefe de governo estrangeiro pelo presidente interino Guaidó foi à primeira-ministra (Theresa May, ndr) em 26 de janeiro sobre o ouro depositado em nome do Banco Central da Venezuela".
Duncan respondeu: "conheço a existência dessa carta e, para os legisladores que ainda não saibam, confirmo que o Banco da Inglaterra possuiu uma quantidade significativa de ouro venezuelano em virtude de um contrato".
Ele não informou, contudo, o valor do depósito.
Outro legislador conservador, Andrew Lewer, afirmou pouco antes à AFP ter enviado uma carta ao ministério de Economia lamentando que "o novo presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, se viu obrigado a escrever à primeira-ministra implorando-a que impeça a transferência de 1,2 bilhão de dólares depositados no Banco da Inglaterra ao regime de Maduro".
Duncan ressaltou que não corresponde ao executivo tomar esta decisão, mas o banco central britânico que se rege de forma independente. Ele deu a entender que a entidade acolheria o pedido do autoproclamado "presidente interino da Venezuela".
"Sem dúvida (...) levará em conta que muitos países do mundo estão questionando a legitimidade de Nicolás Maduro e reconhecendo a de Juan Guaidó", afirmou.
- "Pertence ao povo" -
Antes, o deputado trabalhista Graham Jones também pediu ao governo britânico que impeça a repatriação de 14 toneladas de ouro venezuelano, avaliado em 550 milhões de dólares, pertencentes às reservas internacionais da Venezuela.
"As nossas preocupações são os direitos humanos, a desesperada situação humanitária, a crise dos refugiados e o destino final do ouro, que pertence ao povo venezuelano", disse Jones à AFP.
Questionado sobre um eventual pedido do Estado venezuelano de recuperar as reservas internacionais que tem depositadas em Londres, o Banco da Inglaterra respondeu que "não faz comentários sobre temas" referentes à relação com seus clientes.
Contudo, na opinião de Lewer, "apesar de o Banco da Inglaterra ser operacionalmente independente, agora é uma questão de Estado, não um tema de confidencialidade com os clientes".
Apesar de "todas as informações assinalarem que o banco não liberou o capital", pediu em sua carta a Hammond que o presidente da entidade "faça um anúncio claro de que o Banco se negará a entregar esses fundos".

Supermercados britânicos alertam que haverá menos produtos com um Brexit sem acordo

AFP/Arquivos / Justin TallisCliente compra frutas e verduras no supermercado Asda, em Londres, em 10 de janeiro de 2018
Os supermercados do Reino Unido serão menos abastecidos com produtos no caso de um Brexit sem acordo, advertiram nesta segunda-feira (28) os administradores de grandes cadeias de distribuição e de fast-food em uma carta dirigida aos deputados britânicos.
Estes grupos, que incluem as grandes cadeias de supermercados como Sainsbury, Waitrose, Asda e Lidl, afirmaram em uma carta publicada pela federação de distribuição profissional que, nesse caso, os consumidores teriam menos opções de produtos e menor qualidade de bens alimentícios.
Seus diretores esboçaram um panorama sombrio de consequências graves no caso de uma saída britânica da União Europeia sem acordo, o que teria um grande impacto sobre os consumidores em primeiro lugar.
"Antecipamos riscos importantes em termos de manter a escolha dos produtos, a qualidade e a vida útil dos alimentos que nossos consumidores esperam encontrar em nossas lojas", afirma a carta.
Um Brexit sem acordo, o pior cenário possível para os empresários no Reino Unido, resultaria em um aumento nos preços devido a uma potencial queda da libra e à introdução de tarifas alfandegárias.
Os profissionais do setor insistem, sobretudo, nas perturbações previstas na cadeia de abastecimento, uma vez que grande parte dos produtos frescos consumidos no Reino Unido são importados de outros países da União Europeia.
Cerca de um terço dos alimentos consumidos no país vem do continente europeu. Em março, por exemplo, mês em que os britânicos planejam deixar a UE, o país geralmente importa 90% de sua alface, 80% de seus tomates e 70% de suas frutas.

copiado https://www.afp.com/pt/

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