'Um muro é um muro!': Trump não aceita usar o termo 'barreira'. Fed mantém juros e diz que será "paciente"

'Um muro é um muro!': Trump não aceita usar o termo 'barreira'

AFP/Arquivos / Sandy HuffakerMigrantes na fronteira entre México e Estados Unidos, em 18 de novembro de 2018
Muro de concreto? Barreira de aço? Donald Trump voltou com sua retórica em relação a seu projeto emblemático, em um momento em que as negociações em busca de um compromisso orçamentário recomeçam no Congresso.
Há várias semanas, alguns legisladores republicanos, e o próprio Trump aproveitando a circunstância, falam de "barreira" ao longo da fronteira com o México, na esperança de o plano soar mais aceitável aos olhos dos democratas e evitar um novo "shutdown".
Na manhã desta quinta-feira, no entanto, o presidente americano estimou que isso não ajudava em nada.
"Vamos chamá-lo de muro e vamos parar de jogos políticos!", tuitou como se estivesse se dirigindo aos seus próprios conselheiros. "Um MURO é um MURO!", acrescentou, enfatizando sua mensagem com letras maiúsculas.
Em uma cascata de tuítes, o presidente também estimou que os legisladores republicanos estavam perdendo tempo negociando: "Os democratas (...) não desbloquearam dinheiro para construir o muro que precisamos desesperadamente".
Por sua vez, o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador se esquivou de responder aos tuítes de Trump sobre a violência no México e o muro fronteiriço.
López Obrador, que costuma atacar cotidianamente governos anteriores ou o modelo neoliberal, desta vez se esquivou do debate.
"Eu respeito. Os mais velhos, os que têm mais idade, se lembram. Havia um técnico, o 'Bora', que dizia 'respeito, eu respeito'. Assim agimos em alguns casos", declarou, ironicamente.
"Bora" foi técnico dos Pumas e da seleção mexicana e cunhou a frase "eu respeito" para evitar cair em polêmicas junto à imprensa esportiva e os torcedores.
De acordo com um relatório divulgado na segunda-feira pelo Escritório de Orçamento do Congresso (CBO) americano, a paralisação parcial do governo, que durou mais de um mês, fez encolher o PIB em 11 bilhões de dólares, quase o dobro do que Trump precisa para construir seu projeto de muro.
O relatório indica, no entanto, que grande parte deste montante será compensado pela reativação das operações do governo e as perdas serão de apenas 3 bilhões, o equivalente a 0,02% do PIB no saldo final.
A paralisação orçamentária, que foi a mais longa da história dos Estados Unidos, afetou cerca de 800.000 funcionários públicos, que tiveram de trabalhar sem remuneração, ou que saíram de licença sem remuneração.
Trump acabou cedendo aos democratas, ao aceitar o financiamento temporário dos serviços federais, mas isso não encerrou a crise, porque só financiamento garantido até 15 de fevereiro.


Fed mantém juros e diz que será "paciente"

GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP / ALEX WONGPresidente do Fed Jerome Powell
O Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos manteve as taxas de juros na quarta-feira e disse que será "paciente" antes de alterá-las em um sinal muito claro de suas preocupações sobre o futuro da economia.
Embora o Fed acredite que "o mais provável" é que a economia e o emprego continuem a crescer, sua declaração aponta para incertezas crescentes.
"À luz dos eventos econômicos e financeiros globais e das tênues pressões inflacionárias, o comitê será paciente" para determinar o momento e a necessidade de novos aumentos de juros, diz o comunicado do comitê de política monetária do Fed (FOMC).
Em outro comunicado, o Fed disse que estava preparado para mudar o ritmo de redução de seus ativos em títulos depois que os mercados expressaram preocupação devido à lentidão do atual processo de desprendimento desses ativos de trilhões de dólares.
A linguagem do comunicado do FOMC, que manteve os juros entre 2,25% e 2,50%, reflete a percepção crescente de que a economia dos EUA pode ter atingido seu teto.
A declaração menciona um crescimento econômico "sólido" em vez de falar sobre "taxa de crescimento forte" como nas notas anteriores da entidade.
A decisão desta quarta-feira era esperada depois que membros do Fed vinham dizendo há várias semanas que tentariam agir com cautela antes de continuar a apertar a política monetária. Mas a linguagem usada no comunicado surpreendeu.
Wall Street fechou em alta. O Dow Jones subiu 1,77%, o Nasdaq 2,20% e o S&P 500 1,55%. O dólar caiu após a coletiva de imprensa do presidente do Fed, Jerome Powell.
- Riscos à vista -
No ano passado, o Fed aumentou os juros quatro vezes, mas levantou temores de uma desaceleração na taxa de crescimento da maior economia do mundo em meio a uma guerra comercial com a China. Esse contexto levou os membros do Fed a dizer que levarão tempo para analisar o desempenho da economia.
A paralisação parcial do governo federal por cinco semanas também afetou o desempenho econômico do primeiro trimestre, embora se espere que muito possa ser recuperado. Powell alertou que outro "fechamento" poderia ter "um efeito permanente ou duradouro" sobre a economia.
Ele também disse que o impacto das tarifas sobre as importações que foram reciprocamente aplicadas por Washington e Pequim "não teve efeitos sobre o PIB até agora, nem aqui nem na China". Contudo, ressaltou que "uma extensão das negociações com ataques e contra-ataques pode minar a confiança das empresas". A incerteza não é amigável com os negócios.
- Redução de ativos -
No final do ano passado, Powell sacudiu os mercados com comentários considerados otimistas demais e mostrando sinais de que os juros poderão subir novamente.
Powell fez uma mudança agora. Ele tentou deixar claro que muitas incertezas foram antecipadas e admitiu que o Fed notou uma "mudança substancial nas condições financeiras".
Ele se recusou, no entanto, a dar sinais sobre o tempo que o Fed levará para alterar os juros. "A duração deste período de paciência dependerá inteiramente dos dados futuros e de suas consequências para as perspectivas" da economia, disse ele.
O comunicado sobre os ativos diz que o Fed "está preparado para usar uma ampla gama de ferramentas, incluindo a alteração do tamanho e composição de seu balanço, se as condições econômicas futuras garantirem uma política monetária mais acomodatícia".
Powell ressaltou que o objetivo do Fed é reduzir esses ativos sem "turbulências desnecessárias nos mercados"
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