Nova fase da Lava Jato investiga pagamento de propina a políticos do MDB

Nova fase da Lava Jato investiga pagamento de propina a políticos do MDB


Em sua 59ª fase, deflagrada nesta quinta-feira (31), a Operação Lava Jato prendeu o ex-presidente do Grupo Estre Wilson Quintella Filho e o advogado e ex-executivo do grupo Mauro de Morais. São cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária em São Paulo e Araçatuba (SP).
Batizada de Quinto Ano, a operação apura o pagamento de propina pelo Grupo Estre em 37 contratos que totalizaram, entre 2008 e 2017, mais de R$ 682 milhões, assim como pagamentos ilícitos superiores a R$ 22 milhões. A empresa prestou serviços na área ambiental, de reabilitação de dutos e de construção naval para a Transpetro, subsidiária da Petrobras. As investigações tiveram como ponto de partida a delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.
Ex-senador pelo Ceará, Machado foi indicado ao cargo pelo MDB. O Ministério Público Federal diz que pretende avançar nas investigações para saber que outros emedebistas foram favorecidos pelo esquema.
“Na maioria dos esquemas de corrupção identificados pela Lava Jato, foi constatado o comprometimento de importantes agentes públicos amparados por um braço político-partidário. O esquema de corrupção cuja investigação se aprofunda hoje não foge a essa regra. O ex-presidente da Transpetro, indicado e mantido no cargo pelo então PMDB, explicou que parte das propinas que recebeu foi destinada a importantes políticos do partido. É essencial que as investigações avancem e os fatos sejam completamente esclarecidos”, afirma o procurador da República Roberson Pozzobon.
Nuvem de suspeita
Coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, o procurador da República Deltan Dallagnol reforçou pelo Twitter a necessidade de apurar o envolvimento de políticos do MDB nos desvios. “Ex-presidente da Transpetro confessou que repassava parte das propinas para políticos importantes do PMDB. Fatos precisam ser esclarecidos. Não é saudável para o país que paire uma nuvem de suspeita sobre pessoas que ocupam relevantes cargos públicos."

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