Venezuela desvaloriza moeda e equipara cotação oficial à do mercado negro. Parlamento britânico vota emendas em busca de solução para o Brexit.

Venezuela desvaloriza moeda e equipara cotação oficial à do mercado negro

AFP/Arquivos / YURI CORTEZNotas bancárias venezuelanas: o governo desvalorizou o bolívar em quase 35%
A Venezuela desvalorizou sua moeda nesta segunda-feira em 34,83%, o que equipara a cotação oficial do dólar com a do mercado negro, que o governo de Nicolás Maduro descreveu como "criminoso".
Como resultado do novo mecanismo cambial lançado nesta segunda-feira, a cotação foi fixada em 3.200 bolívares por dólar, em comparação com 3.188,62 do site dolartoday.com, a principal referência no mercado paralelo.
O esquema incorpora uma plataforma tecnológica operada pela empresa privada Interbanex com autorização do Banco Central da Venezuela (BCV), para intermediar entidades privadas e operadoras como bancos.
"A taxa de câmbio (...) será a definida pela oferta e demanda", disse Interbanex, em um país onde existe um rígido controle cambial desde 2003, que dá ao Estado o monopólio da moeda.
Especialistas pedem a Maduro que elimine essa política de intervenção para enfrentar a grave crise econômica, com escassez de alimentos e remédios básicos e uma inflação que o FMI projeta em 10.000.000% para 2019.
A medida é adotada em meio a um agravamento da crise política, depois que na última quarta-feira o presidente do Parlamento, de maioria opositora, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino.
Maduro denunciou a manobra como um "golpe" liderado pelos Estados Unidos, que reconheceu Guaidó como presidente, assim como vários países da América Latina.
Asdrubal Oliveros, diretor da consultoria Ecoanalítica, afirmou que o reconhecimento do valor do dólar acontece "tarde demais", e duvida da viabilidade do novo esquema por causa das tensões políticas.
"O problema não é a plataforma, que pode ser a melhor do mundo (...), o país está em uma dinâmica onde isso não é viável, e vai piorar", alertou Oliveros.
Além de dar sua bênção a um governo paralelo, Washington ameaçou endurecer as sanções contra o governo de Maduro.
A taxa oficial na última sexta-feira era de 2.084,39 bolívares por dólar, resultado de um sistema de leilões coordenado pelo BCV. Não ficou claro se a nova plataforma substituirá os leilões ou se as duas modalidades vão coexistir.
Dada a oferta limitada de divisas através dos canais oficiais, um mercado paralelo do dólar emergiu, onde as cotações chegam a ser multiplicadas por 30 em relação às taxas do governo.
Maduro e autoridades do alto escalão do seu governo rotularam esse mercado negro de "criminoso", assegurando que inflacionava artificialmente o valor das moedas estrangeiras para afundar a economia venezuelana.
O proprietário de um dos portais que comercializa o "dólar negro" foi preso em abril passado, acusado de "terrorismo financeiro" - e milhares de contas bancárias foram bloqueadas por operações à margem do controle cambial.
Desde agosto passado, quando Maduro lançou um pacote de reformas contra a crise, o bolívar desvalorizou 98,12%. O plano já havia começado com uma desvalorização de 96%.

Parlamento britânico vota emendas em busca de solução para o Brexit

PRU/AFP / -Theresa May fala durante sessão parlamentar sobre o acordo do Brexit
O parlamento britânico votará nesta terça-feira emendas buscando uma solução para o caos do Brexit e alguns deputados, frustrados com a estratégia da primeira-ministra Theresa May, tentarão impor novas abordagens que podem incluir o adiamento da data de saída do Reino Unido da União Europeia.
A Câmara dos Comuns rejeitou em 15 de janeiro o acordo alcançado em maio com Bruxelas, deixando o Reino Unido ante a ameaça de abandonar a União Europeia sem um acordo em 29 de março.
A chefe do governo prometeu tentar renegociar o texto com a UE, mas seus detratores afirmam que ela não conseguirá e defenderá que o parlamento deve agora assumir o controle.
O governo de May organizou uma votação sobre seu novo plano para 29 de janeiro, e vários grupos de deputados já apresentaram suas emendas.
Na véspera, Downing Street anunciou ter iniciado conversações para ampliar o número e a duração das sessões de debate no Parlamento com o objetivo de assegurar o tempo necessário para aprovar todos os textos necessários antes do Brexit.
"Somos conscientes de que é um calendário exigente. Por isto, como medida preventiva, estamos em conversações preliminares sobre a extensão da duração das sessões, mas apenas se for necessário", afirmou à AFP uma fonte do governo britânico.
Os debates poderiam ser prolongados até meia-noite às segundas-feiras, ter um acréscimo de quase cinco horas às terças-feiras ou acontecer às sextas-feiras até a data do Brexit, programado para 29 de março.
O recesso parlamentar de oito dias, de 15 a 24 de fevereiro, poderia ser suprimido este ano.
"Todos os deputados terão a possibilidade de debater e votar antes de qualquer prorrogação do calendário", disse a fonte.
"Reconhecemos a necessidade de equilibrar este calendário com o trabalho dos deputados em sua circunscrição, assim como a importância da vida familiar".
Das 13 leis que devem ser aprovadas antes do Brexit, cinco já foram promulgadas, oito devem ser votadas e os debates ainda não começaram para algumas, incluindo as relativas ao meio ambiente e bem-estar animal, de acordo com dados compilados pelo centro de estudos Institute for Government.
"Tenho a impressão de que com o respaldo das duas Câmaras, a Câmara dos Comuns e a Câmara dos Lordes, com boa vontade e determinação, ainda podemos aprovar estas leis dentro do prazo", afirmou a ministra das Relações com o Parlamento, Andrea Leadsom, à BBC.
Ao mesmo tempo, Downing Street contempla a introdução de uma lei marcial para o caso de distúrbios após um eventual Brexit sem acordo, informa o jornal Sunday Times.
Esta lei poderia incluir a possibilidade de decretar toques de recolher, proibições de viagens ou o envio do exército no âmbito da Lei de Contingências Civis de 2004.
"A primeira-ministra (Theresa May) declarou que aconteceriam perturbações em caso de saída sem acordo", disse uma fonte do Executivo.
"Mas como governo responsável, tomamos as medidas apropriadas para minimizar as perturbações e velar para que o país esteja preparado".


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