Cão farejador e 'cara, crachá' As diferenças entre a segurança da Casa Branca e a do Planalto

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Cão farejador e 'cara, crachá'
As diferenças entre a segurança da Casa Branca e a do Planalto


Luciana Amaral
Do UOL, em Washington
20/03/2019 04h00



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Grades instaladas com aviso de "não passe" que faz parte de segurança em evento na Casa BrancaImagem: Luciana Amaral/UOL






Cara, crachá
No Planalto, essas pessoas contam com dois passes fornecidos pela Presidência: um de identificação pessoal e outro de liberação das catracas eletrônicas na altura da cintura.
As visitas costumam poder passar direto pela guarita de um estacionamento que conduz à recepção principal do edifício, abaixo da rampa externa de acesso ao segundo andar. No local, devem mostrar identificação, ter um retrato tirado e já ter agenda marcada com um funcionário. Se permitida a entrada, ganha um crachá que permite o trânsito por setores específicos.
Ninguém é autorizado a andar pelo terceiro andar do Planalto sem autorização explícita, mesmo jornalistas. É nele em que está localizado o gabinete presidencial e dos assessores especiais, os mais próximos ao mandatário. Se insistir, será parado por um policial do Exército.
Antes de entrar na Casa Branca, os jornalistas que compuseram a imprensa brasileira na cobertura da visita oficial de Jair Bolsonaro (PSL) a Donald Trump --previamente cadastrados pelo Itamaraty no Brasil-- tiveram de mostrar os passaportes a um agente americano ainda nos perímetros do prédio. Ao telefone, checava se o nome estava registrado.


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Bolsas são revistadas antes de evento na Casa BrancaImagem: Luciana Amaral/UOL

Uma vez em frente ao portão externo da Casa Branca, os jornalistas apresentaram novamente os passaportes e passaram por um detector de metais. Mochilas e equipamentos foram separados no chão para que um cão farejador especializado em detectar substâncias perigosas os revistassem. Assim que o cachorro acabou o trabalho, agentes à paisana conferiram bolsa a bolsa com as próprias mãos.
Após a verificação manual, cada jornalista recebia um crachá e um papel com a descrição do evento: a declaração e a coletiva de imprensa dos presidentes no Rose Garden, jardim que circunda parte do Salão Oval. Uma vez que os portões eletrônicos fossem abertos pelos guardas, os jornalistas receberam uma espécie de broche. Somente quem portasse o objeto poderia realmente entrar no local das falas.
Lá dentro, as cadeiras estavam separadas em áreas. Algumas para a comitiva de Bolsonaro e de Trump, outras para a imprensa brasileira e as demais para os profissionais de mídia que atuam diariamente na Casa Branca.


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Revista para participar de evento em WashingtonImagem: Luciana Amaral/UOL

No Planalto, os jornalistas estrangeiros que cobrem alguma visita de seu chefe de Estado também têm de ser registrados com antecedência. Há detectores de metal pelos quais a pessoa e o que portar têm de passar. No entanto, não costuma haver tanta rigidez na entrada, como mais de um nível de portão ou verificação dupla de identificação.
Embora ambos os governos permitam que turistas tirem fotos da fachada --em sua maioria selfies-- virados para a fachada dos prédios, em nenhum dos dois lugares é possível que entrem nos prédios livremente. Ambos contam com programas de visitação guiada.
Ainda assim, a Casa Branca conta com mais grades de proteção, agentes do serviço secreto e, novamente, cão farejador nas redondezas. Enquanto a reportagem cobria um protesto contra o presidente brasileiro no domingo (17), chegou a presenciar um agente com seu animal analisando os manifestantes.
Até o início do governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), praticamente não havia câmeras de vigilância no Planalto. O GSI (Gabinete de Segurança Institucional) sob a gestão do emedebista instalou os objetos em diversos locais do complexo, mais grades nos arredores e portas de vidro pelos andares do prédio principal a fim de criar mais zonas de acesso gradativas.
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