Cara, crachá
No Planalto, essas pessoas contam com dois passes
fornecidos pela Presidência: um de identificação pessoal e outro de liberação
das catracas eletrônicas na altura da cintura.
As visitas costumam poder passar direto pela guarita
de um estacionamento que conduz à recepção principal do edifício, abaixo da
rampa externa de acesso ao segundo andar. No local, devem mostrar
identificação, ter um retrato tirado e já ter agenda marcada com um
funcionário. Se permitida a entrada, ganha um crachá que permite o trânsito por
setores específicos.
Ninguém é autorizado a andar pelo terceiro andar do
Planalto sem autorização explícita, mesmo jornalistas. É nele em que está
localizado o gabinete presidencial e dos assessores especiais, os mais próximos
ao mandatário. Se insistir, será parado por um policial do Exército.
Antes de entrar na Casa Branca, os jornalistas que
compuseram a imprensa brasileira na cobertura da visita oficial de Jair
Bolsonaro (PSL) a Donald Trump --previamente cadastrados pelo Itamaraty no
Brasil-- tiveram de mostrar os passaportes a um agente americano ainda nos
perímetros do prédio. Ao telefone, checava se o nome estava registrado.
Uma vez em frente ao portão externo da Casa Branca, os jornalistas apresentaram novamente os passaportes e passaram por um detector de metais. Mochilas e equipamentos foram separados no chão para que um cão farejador especializado em detectar substâncias perigosas os revistassem. Assim que o cachorro acabou o trabalho, agentes à paisana conferiram bolsa a bolsa com as próprias mãos.
Após a verificação manual, cada jornalista recebia um crachá e um papel com a descrição do evento: a declaração e a coletiva de imprensa dos presidentes no Rose Garden, jardim que circunda parte do Salão Oval. Uma vez que os portões eletrônicos fossem abertos pelos guardas, os jornalistas receberam uma espécie de broche. Somente quem portasse o objeto poderia realmente entrar no local das falas.
Lá dentro, as cadeiras estavam separadas em áreas. Algumas para a comitiva de Bolsonaro e de Trump, outras para a imprensa brasileira e as demais para os profissionais de mídia que atuam diariamente na Casa Branca.
No Planalto, os jornalistas estrangeiros que cobrem alguma visita de seu chefe de Estado também têm de ser registrados com antecedência. Há detectores de metal pelos quais a pessoa e o que portar têm de passar. No entanto, não costuma haver tanta rigidez na entrada, como mais de um nível de portão ou verificação dupla de identificação.
Embora ambos os governos permitam que turistas tirem fotos da fachada --em sua maioria selfies-- virados para a fachada dos prédios, em nenhum dos dois lugares é possível que entrem nos prédios livremente. Ambos contam com programas de visitação guiada.
Ainda assim, a Casa Branca conta com mais grades de proteção, agentes do serviço secreto e, novamente, cão farejador nas redondezas. Enquanto a reportagem cobria um protesto contra o presidente brasileiro no domingo (17), chegou a presenciar um agente com seu animal analisando os manifestantes.
Até o início do governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), praticamente não havia câmeras de vigilância no Planalto. O GSI (Gabinete de Segurança Institucional) sob a gestão do emedebista instalou os objetos em diversos locais do complexo, mais grades nos arredores e portas de vidro pelos andares do prédio principal a fim de criar mais zonas de acesso gradativas.
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