Chanceleres sul-americanos ajustam detalhes para novo fórum regional.

Chanceleres sul-americanos ajustam detalhes para novo fórum regional

Chanceleres sul-americanos ajustam detalhes para novo fórum regional

Ministros das Relações Exteriores da América do Sul se reúnem nesta quinta-feira em Santiago, às vésperas do novo fórum regional que substituirá a Unasul, visando a ser um grupo mais pragmático e de viés de direita.
"Nossa intenção hoje é avançar com a integração sul-americana", afirmou o presidente colombiano, Iván Duque, que faz uma visita oficial ao Chile nesta quinta-feira, antes da reunião de líderes de sexta-feira que criará o novo órgão inicialmente chamado Fórum para o Progresso (Prosul) .
"É uma ferramenta de cooperação, diálogo sem ideologia, pensando na defesa da democracia, integração econômica e agendas compartilhadas com uma estrutura leve e sem burocracia", acrescentou o presidente, depois de se encontrar com o colega chileno Sebastián Piñera no palácio do governo.
Mais leve, sem sede, ou sem secretariado permanente, e com estrutura semelhante à bem-sucedida experiência comercial da Aliança do Pacífico - formada por Chile, México, Peru e Colômbia -, a nova entidade busca ocupar a Unasul, grupo promovido pelo falecido presidente venezuelano Hugo Chávez e que está inativo há mais de três anos.
Essa iniciativa nasceu em meio ao ressurgimento da direita na América Latina, por iniciativa de Piñera e Duque, que procuram ocupar a liderança regional em mãos tradicionalmente do Brasil e da Argentina.
"Alguns dizem que este é um fórum internacional que se soma à longa lista de organismos na região, dizendo que é um erro. Estamos promovendo um fórum sem burocracia, sem estruturas pesadas, mais inspirado na bem-sucedida Aliança do Pacífico. Vai ser uma resposta à Unasul e sua estrutura onerosa", afirmou o ministro das Relações Exteriores do Chile, Roberto Ampuero, anfitrião do novo órgão.
O chanceler brasileiro Ernesto Araújo elogiou a ideia de substituir a Unasul e considerou que é necessário fazer isso "por um organismo mais leve que se dedique a iniciativas concretas, como a integração física (entre os países)".
Os líderes do Brasil, Jair Bolsonaro, do Paraguai, Mario Abdo, e do Peru, Martín Vizcaya, já confirmaram sua participação. Mauricio Macri, da Argentina, e Lenín Moreno, do Equador, ainda não ratificaram sua presença, enquanto o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, não viajará a Santiago e será representado pelo vice-chanceler Ariel Bergamino. O presidente boliviano Evo Morales também não participará.
AFP/Arquivos / RAUL ARBOLEDAOs presidentes da Colômbia, Iván Duque (D), e do e Chile, Sebastián Piñera (E), promotores do Prosul, ao lado de Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela, en Cúcuta, Colômbia, no dia 23 de fevereiro de 2019
Juan Guaidó, chefe do Parlamento reconhecido por 50 países como presidente encarregado da Venezuela, também foi convidado para a reunião.
Em sua chegada ao Chile, Bolsonaro declarou que tentará selar o final da Unasul, e avaliou que toda a América Latina deve se unir em torno da democracia, da liberdade e da prosperidade.
- Tentativa de integração -
Longe do domínio da esquerda sul-americana, a proposta do Prosul ainda não está amadurecida.
Analistas alertam que, com outras organizações regionais em vigor - como a OEA, ou a Celac -, a nova estrutura corre o risco de se tornar uma nova tentativa fracassada de integração.
"Acho que a proposta de diálogo é sempre bem-vinda. Não há dúvida de que a região enfrenta uma série de desafios que exigem uma resposta comum (...) mas também é verdade que muitas dessas iniciativas poderiam ser resolvidas por organizações que já existem ", destaca o brasileiro Thomaz Favaro, analista da Control Risks.
"A motivação mais forte por trás da criação desse órgão é a substituição da Unasul, a ideia de eliminar uma proposta que veio dos governos de esquerda na última década", acrescenta o analista.
Outro risco é a excessiva ideologização que também marcou a Unasul.
"Se há algo que reflete a Unasul é que as instituições internacionais que são criadas com um componente ideológico muito forte têm um selo de morte bem próximo", diz a analista peruana da Universidade de Santiago, Lucia Dammert.
A nova iniciativa regional acontece um ano depois que o Brasil, a Argentina, a Colômbia, o Chile, o Peru e o Paraguai suspenderam suas atividades na Unasul, devido à falta de consenso para escolher um novo secretário-geral.
Na semana passada, o Equador anunciou sua retirada da organização e solicitou a devolução do prédio que abriga o secretário-geral na periferia de Quito.
Com essa decisão, a Unasul, que, em princípio, era composta de 12 nações, foi reduzida

copiado https://www.afp.com/pt
 para cinco: Bolívia, Guiana, Suriname, Uruguai e Venezuela.

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