O general disse que a reação de parte da opinião pública e de órgãos como o MPF contra a determinação de Bolsonaro é um "escarcéu". "Vocês estão fazendo um escarcéu danado. Todos os anos teve isso [a celebração]."
Para o general Pujol, o país tinha é que "agradecer" pelo golpe porque, na avaliação dele, os militares impediram a suposta implantação de uma ditadura comunista no país.
Confira a entrevista na íntegra.
UOL - O que as celebrações deste ano têm de diferente em relação aos anos anteriores?
General Edson Pujol - Você usou o termo celebração. Não, é uma lembrança do que aconteceu antes e durante aquele período.
Nessa lembrança há eventos dos quais as Forças Armadas se arrependem?
Se arrependem? Não. Do 31 de março, não.
Mas e de todo o regime que veio depois...
Não. Estamos falando do 31 de março?
Sim.
Vocês perguntam se os partidos que defendem [os guerrilheiros Carlos] Lamarca, [Carlos] Marighella, guerrilha urbana, guerrilha rural, fizeram atentados a banco, a bomba, mataram pessoas, sequestraram, fizeram atentados a pessoas inocentes, vocês fazem essas perguntas?
Eventualmente, sim, general...
Nunca ouvi vocês falarem isso. Nunca vi.
Eventualmente, sim.
Nunca fizeram. Quando vocês perguntarem pro outro lado, a gente responde isso. Quer ver outra pergunta? Vocês estão fazendo um escarcéu danado. Todos os anos teve isso. Em 2017, no Congresso, celebraram 100 anos da Revolução Russa. Alguém fez alguma coisa?
O senhor acha que é correta a celebração do 31 de março?
Lembrar o 31 de março? Que o povo brasileiro, a imprensa, os políticos não queriam que fosse implantada uma ditadura comunista aqui no Brasil... Isso nós temos que agradecer àquelas pessoas que impediram isso. Inclusive, instigados por países de movimentos de fora do país.
Independentemente das mortes e torturas que ocorreram naquele momento?
Estamos falando de impedir a implantação de um regime totalitário de esquerda e comunista no Brasil. É disso que estamos falando.
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