Empresários entregam carta a Bolsonaro em apoio à reforma da Previdência
Integrantes do movimento Brasil 200 também lançam frente parlamentar
26.mar.2019 às 13h20
Empresários como Flávio Rocha, dono da Riachuelo, e Luciano Hang, proprietário da Havan, se reúnem com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) na tarde desta terça (26) para entregar-lhe uma carta manifestando apoio à reforma da Previdência proposta pelo governo federal.
Eles também lançam no Congresso a Frente Parlamentar Mista Brasil 200, que tem como base o movimento homônimo que reúne empresários que defendem uma agenda econômica liberal e uma posição conservadora nos costumes. Rocha e Hang são dois de seus fundadores.
O encontro com Bolsonaro também terá a participação a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), coordenadora da frente, e de outros idealizadores do movimento Brasil 200, como o seu presidente-executivo, Gabriel Kanner, e os empresários João Appolinário, Sebastião Bomfim, Marcelo Pessoa e Washington Cinelândia.
"Este país só será possível com o avanço da agenda das reformas. E é imperioso reconhecer: a mãe de todas as reformas é a nova Previdência, sinalizando solidez fiscal, responsabilidade com o futuro do país e garantia de estabilidade econômica para os próximos anos", diz a carta do grupo.
O texto continua: "Não é hora para que divergências pequenas e pontuais atrapalhem uma reforma tão vital para o Brasil. Cremos firmemente que com o capital político que o senhor conquistará a partir da aprovação da reforma, todas as demais mudanças que o Brasil tanto necessita também se viabilizarão".
Segundo o grupo, a frente, que reunirá deputados e senadores, tem como objetivo a construção de medidas para a redução do custo da máquina pública, o combate à corrupção e ao excesso de regulamentações. A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), afirmou nesta terça-feira (26) que era esperado que parlamentares discutissem a retirada as mudanças na aposentadoria rural e no Benefício de Prestação Continuada (BPC) do texto da reforma da Previdência, mas alertou que, se isso for feito, não será possível fazer outras alterações para não reduzir o impacto fiscal de R$ 1 trilhão da reforma.
"Eles já tinham mostrado uma insatisfação, em especial as bancadas do Norte e Nordeste, com esse tema específico. Mas, ao mesmo tempo que vocês veem um limão, eu vejo uma limonada. Ao mesmo tempo que eles dizem que vão mexer nesse ponto, eles dizem que vão tocar a reforma", disse Joice, ao chegar para uma audiência no Palácio do Planalto.
Líderes de partidos do Centrão e de outras legendas divulgaram nesta terça uma nota afirmando que não aceitam votar as modificações previstas nos dois temas. O texto é assinado pelos líderes de 11 partidos, entre eles PP, PR, DEM e PSDB. Somadas, as bancadas dessas siglas têm 278 deputados.
Joice afirmou ainda que não há uma conta do impacto dessa modificação, mas que não será possível reduzir o que chamou de espinha dorsal da reforma, a economia de R$ 1 trilhão com a reforma projetada pela equipe econômica.
A líder defendeu ainda a decisão do ministro da Economia, Paulo Guedes, de cancelar sua ida à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na tarde desta terça. Segundo a parlamentar, Guedes está à disposição, mas quando a reforma tiver um relator nomeado no colegiado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário