Sem Previdência e com alta da dívida pública, Guedes deixaria governo
27/03/2019 16h22Atualizada em 27/03/2019 16h58
O Ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou hoje que pode deixar o governo se a reforma da Previdência não for aprovada e for reconhecida uma dívida de R$ 800 bilhões da União com os estados. Apesar disso, ele declarou que não deixará o governo "na primeira derrota".
"Tenho a responsabilidade de não sair na primeira derrota. Mas se os Poderes aprovarem que a União deve R$ 800 bilhões (aos estados) e a reforma da Previdência não for aprovada eu vou ficar aqui para que? Para apagar incêndio? Vou entrar para o Corpo de Bombeiros de Brasília. Não tenho apego a cargo", disse.
A afirmação ocorreu após questionamento da senadora Eliziane Gama (PPS-MA), durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal. Ela perguntou se Guedes deixaria o governo se a reforma da Previdência não fosse aprovada.
Guedes afirmou que desde a campanha é questionado porque apoiou o presidente Jair Bolsonaro (PSL). Segundo ele, sempre teve o apoio de Bolsonaro para defender medidas econômicas para recuperar a economia brasileira.
"Eu acredito na dinâmica virtuosa da nossa democracia. Tenho certeza de que os partidos e os Três Poderes cumprirão o seu papel. Não tenho dúvidas disso. O presidente sempre me apoiou nas medidas sugeridas para resolver os problemas para o Brasil. Se o presidente e ninguém quiser eu vou obstaculizar o trabalho de vocês?", declarou.
Previdência está quebrando, e nossos filhos serão condenados, diz Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o sistema previdenciário "está quebrando antes de a população envelhecer" e, se a reforma não for aprovada, "condenaremos nossos filhos e netos". A declaração foi dada durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal em que ele defendeu a reforma da Previdência.
"O nosso sistema previdenciário está quebrando antes de a população envelhecer. O déficit aumenta R$ 40 bilhões a cada ano. Nossa primeira medida foi o ataque à Previdência. Há uma bomba relógio demográfica", disse.
Guedes voltou a defender que a economia necessária com a reforma da Previdência precisa chegar a R$ 1 trilhão para que seja possível reduzir a trajetória de crescimento do endividamento público.
"Quando eu digo que precisamos de R$ 1 trilhão de economia com a reforma da Previdência, isso é a responsabilidade com as futuras gerações. Se não conseguirmos essa economia, estamos condenando filhos e netos pelo nosso egoísmo e pela incapacidade de fazer", declarou.
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