Guedes e a soberba que não é esperta
O ministro Paulo Guedes, da Economia, cometeu o erro de construir uma manchete contra si na sua fala na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, muito mais branda do que será a Comissão de Constituição e Justiça da Câma na semana que vem, isto se o convite for, desta vez, aceito.
Ao ser perguntado se, caso a reforma da Previdência não vier a alcançar a meta de R$ 1 trilhão de economia em dez anos, ele deixaria o cargo, respondeu que “se o presidente ou a Câmara, ou ninguém quer aquilo” ele voltaria para onde sempre esteve, o mercado financeiro.
“Tenho uma vida fora daqui. Vocês acham que vou brigar para ficar aqui?”
O ministro poderia ter se saído com o clássico “tenho certeza que a responsabilidade dos senhores parlamentares não permitirá que isso aconteça” ou “não creio que o Congresso não vá agir com responsabilidade, diante dos impasses em que o País está, em dificuldades e, amanhã, impedido de fechar suas contar e honrar os pagamentos”.
Mas apelou para a soberba que lhe injeta o fato de ser “o homem sem o qual Jair Bolsonaro não se segura”, o que provocaria, com sua saída, a ruína do “mercado”.
O resultado foi uma série de manchetes apimentadas para um dia de crise: Sem Previdência e com alta da dívida, Guedes diz que pode deixar o governo; ‘Se o presidente, partidos e parlamentares não aceitarem a agenda que proponho, eu saio’;‘Se ninguém quiser meu serviço, não tenho apego’.
E mais calor no mercado financeiro: Fala de Guedes no Senado impulsiona queda na Bolsa; dólar chega a R$ 3,95.
Guedes fez o contrário do que o meio econômico esperava: não se mostrou irremovível do cargo por desentendimentos políticos, embora dissesse que “não sairá na primeira derrota“.
E na segunda?
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