Pela primeira vez, dados oficiais apontam que miséria parou de cair

Pela primeira vez, dados oficiais apontam que miséria parou de cair

Segundo cálculos do Ipea, total de indigentes do país cresceu 3,7% de 2012 para 2013, a primeira alta desde os 10% de 2003; dados não foram divulgados no período eleitoral


Por Dinheiro Público & Cia
05/11/14 11:24
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Sem fazer alarde, o governo Dilma Rousseff já apurou os primeiros dados oficiais que mostram a interrupção do processo de redução da miséria.
Segundo cálculos do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, ligado ao Palácio do Planalto), o número de indigentes do país cresceu de 10,08 milhões, em 2012, para 10,45 milhões no ano passado.
Evolução da miséria 1992-2013
Trata-se de um aumento de 3,7%, que não chega a ser expressivo. No entanto, é o primeiro desde os 10% de 2003.
A queda aguda da extrema pobreza nos anos seguintes é o resultado mais celebrado pela propaganda petista. A prostração da economia ameaça interromper essa trajetória, a despeito da expansão dos programas sociais.
Os números ainda não foram anunciados publicamente, mas já aparecem no Ipeadata, o banco de dados do instituto, que foi atualizado em 30 de outubro. O governo vem segurando a divulgação dos cálculos desde as eleições.
A Folha já havia noticiado que um estudo independente mostrava a estabilidade da miséria. O Ipea, que todos os anos apura os resultados com base em pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), alegou estar retardando os resultados em respeito à legislação eleitoral.
Não está claro, ainda, que restrição legal haveria para a divulgação. Nas eleições de 2010, o instituto publicou os dados -então favoráveis- em 5 de outubro, pouco depois do 1º turno.
A postergação provocou uma crise interna no Ipea. O diretor da área de estudos em políticas sociais colocou seu cargo à disposição.
Nos números do Ipeadata, são considerados miseráveis os que não têm renda suficiente para uma cesta mínima de alimentos, conforme valores regionais. Falta ainda calcular a a extrema pobreza com base na linha oficial de R$ 77 mensais por pessoa, adotada no Bolsa Família.
Ficou alguma dúvida? Faltou alguma informação?
  Copiado http://www.folha.uol.com.br/

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