Tsipras diz que relatório do FMI lhe dá razão: "dívida da Grécia não é sustentável"
- Tsipras pede voto "Não" em nome da democracia e da dignidade
- Tribunal confirma."O referendo vai avançar"por Patrícia Viegas, com agênciasPrimeiro-ministro grego Alexis Tsipras Fotografia © ReutersAtravés da televisão o primeiro-ministro grego apelou ao voto no "Não" e pediu aos gregos que não cedam à chantagem e votem de forma tranquila este domingo."No domingo o que está em causa não é a permanência da Grécia na União Europeia, o que está em causa é saber se a chantagem nos levará a aceitar a continuação de uma política que até os credores eles próprios reconheceram que é um beco sem saída", disse Alexis Tsipras, na televisão, sublinhando que o que está em causa no referendo por si convocado é saber se os gregos vão ou não dar consentimento "à morte lenta da nossa economia". E apelou: "insto-os a dizerem Oxi/Não a ultimatos, chantagens e medo. A dizerem não ao estarmos divididos".
O chefe do governo grego afirmou ainda que a análise, divulgada pelos media na véspera, de que o FMI considera insustentável a dívida da Grécia vem dar razão ao governo dominado pelo Syriza. "Ontem houve um acontecimento da máxima importância política. O FMI publicou um relatório sobre a economia grega, que representa uma grande desforra para o governo grego ao constatar o óbvio - que a dívida da Grécia não é sustentável". A dívida grega é, atualmente, de 312 mil milhões de euros.
Tsipras defendeu um perdão de 30% da dívida da Grécia e um período de carência de 20 anos, como refere aquela análise do fundo internacional ontem dada a conhecer. E lamentou que esta posição nunca tenha sido apresentada, até hoje, aos gregos, pelos credores. "Isto nunca nos disseram a nós os credores [que têm estado a negociar com Atenas]". Aquele relatório refere a necessidade de um novo resgate de 36 mil milhões de euros à Grécia - o terceiro desde 2010 - bem como um perdão de dívida da ordem dos 53 mil milhões de euros.
A justiça grega vai ainda pronunciar-se esta tarde sobre a legalidade do referendo. Tsipras e o seu ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, defendem que o referendo é sobre se os gregos aceitam ou não que o governo assine um acordo com os credores internacionais (FMI, BCE e Comissão Europeia) com base na proposta que estes apresentaram no dia 25 de junho.
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